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Taraṅga 1

 

TARAṄGA 1


Obediência ao Senhor Gaṇeśa. Obediência ao Senhor Śiva. Obediência às Deusas.

1:1 Eu me curvo ao grande Deus Gaṇeśa e ao meu preceptor Lakṣmi Nṛhari (Nṛsiṁhāśrama). Eu estudei e passei pelos muitos tratados (Granthas) de Tantra. Agora eu (Mahīdhara) compilarei o trabalho Mantra Mahodadhi.

1:2 Um Mantravetta (Sādhaka praticante) deve acordar no Brāhmamuhūrta e meditar nos pés de lótus de seu preceptor sobre sua cabeça. Depois de terminar a rotina diária de ir ao banheiro etc., ele deve ir para o rio.

1:3 Snāna: Ele deve tomar seu banho regular de acordo com as injunções védicas de Mantra Snāna (abluções com a recitação de sílabas místicas). Em seguida, ele deve realizar o Smarta Sandhyā e o Mantra Sandhyā e meditar em Deus. O banho é de três tipos (1) Kāyikasnāna, com água; (2) Mantra Snāna, com mantras e incenso; e (3) Manasa Snāna, banho mental com o néctar que emana dos pés do guru. Isso será explicado em Pūjā Taraṅga (21º). 

1:4 Dvārpūjā: Depois de chegar na porta de casa ele deve fazer o Dvārpūjā (adoração da entrada). Ele deve aspergir a entrada por meio do mantra “astra phaṭ” com água e então adorar o Senhor Gaṇeśa na parte superior da porta.

1:5-6 Dvārpūjā: Ele deve adorar Mahā Lakṣmī à direita da porta e Śrī Sarasvatī à esquerda. Em seguida, ele adora Vighṇeśvara, Gaṅgā e Yamunā à direita e Kṣetrapala (Svarga, ou o céu), Svaḥ Sindhu (Gaṅgā) e Yamunā à esquerda. Novamente, à direita ele adora Dhātā e à esquerda adora Vidhātā.

1:7 Dvārpūjā: Da mesma forma ele adora os tesouros Śaṅkhanidhi e Padmanidhi à direita e à esquerda, respectivamente e os guardiões da porta em seguida na forma dos Tattva Devatās (Pṛthvī, Tejas/Agni, Jala, Vāyu e Ᾱkāśa). Depois de completar esta adoração da porta de entrada, ele entra na câmara de adoração.

1:8-9 Prāṇāyāma: Ele deve se sentar em um assento sagrado e prestar obediência ao Senhor Gaṇapati, ao Preceptor e ao Iṣṭa Devatā (a divindade presidente do ritual). Ele deve inalar profundamente repetindo o praṇava mantra (oṁ) trinta e duas vezes (32), reter o ar repetindo o mantra sessenta e quatro vezes (64) e exalar o mantra dezesseis vezes (16). Isto é chamado Prāṇāyāma. Em seguida ele deve realizar Bhūtaśuddhi (purificação dos cinco elementos constituintes do seu corpo físico) com o objetivo de qualificar-se para a adoração da divindade.

1:10-12 Bhūtaśuddhi: Com a mente concentrada ele deve meditar na Suprema Kuṇḍalinī que está situada no Mūlādhāra Cakra, que é brilhante como um raio e que se assemelha à fibra do lótus. Ele deve despertar Kuṇḍalinī a partir do seu Mūlādhāra e leva-la para o Anāhata Cakra, estacionado na região do coração, através de Suṣumṇā. Jīva (alma individual) deve ser contemplado como na forma da chama de uma lamparina e imaginar como se ele tivesse alcançado Brahmarandhra (a abertura na coroa da cabeça) onde Brahman (a alma suprema) está estacionado. O Sādhaka deve repetir o Hansa Mantra (So’ham) e unir Jīva junto com Kuṇḍalinī e Brahman (no alto da cabeça).

1:13-18 Bhūtaśuddhi: Ele deve meditar nos elementos (bhūtas) juntamente com suas cores, Bīja mantra e formas individuais. Os elementos devem ser meditados como constituindo o corpo a partir da sola dos pés até à abertura da coroa da cabeça. O processo para a realização disto é mencionado agora: (1) Ele deve meditar em pṛthvī (elemento terra) como situado da sola dos pés até os joelhos. Sua forma é um quadrado. O Bīja mantra é LAṀ e sua cor é dourada. (2) Ele deve meditar em jala (elemento água) como situado dos joelhos até o umbigo. Sua cor é branca. Sua forma é um semicírculo lunar com dois lótus em cada extremidade. O Bīja é VAṀ. (3) A meditação de Agni/Tejas (elemento fogo) é na região do umbigo ao coração. Sua cor é vermelha. Sua forma é um triângulo invertido com juntamente com uma Svastika em cada um de seus lados. O Bīja mantra é RAṀ. (4) Ele deve meditar em vāyu (elemento ar) na região situada entre o coração e o entrecenho. A forma é um círculo com seis pontos místicos formando um hexágono. Sua cor é cinza fumaça e seu Bīja é YAṀ. (5) O elemento ākāśa (éter, ou céu) deve ser meditado na região entre o entrecenho e a abertura no topo da cabeça. Sua cor é cristal límpido. A forma é circular e o Bīja é HAṀ.

1:19-23 Bhūtaśuddhi:  Existem outros auxiliares que devem ser meditados durante este processo. (1) Pés, coração, ânus, genitais e cordas vocais juntamente com suas atividades de movimento etc. (2) Os órgãos do sentido de olfato, paladar, visão toque e audição junto com suas qualidades de cheiro, gosto etc., devem ser meditados juntamente com cada um dos elementos de terra à ākāśa. (3) Brahmā, Viṣṇu, Śiva, Īśāna e Sadāśiva são as divindades que presidem sobre os elementos de pṛthvī em diante. Esses devas também devem ser meditados em suas respectivas zonas. (4) Os cinco Kalāyam (ou elementos substratos), ou seja, Nivṛtti, Pratiṣṭhā, Vidyā, Śānti e Śāntyatītā devem ser meditados a partir do elemento pṛthvī em diante. (5) Os cinco prāṇas (elementos gasosos, pañca vāyu), ou seja, Samāna, Udāna, Vyāna, Apāna e Prāṇa devem ser meditados nas zonas de pṛthvī em diante. 

1:24-28 Bhūtaśuddhi:  Depois de meditar nos elementos desta forma, o aspirante continua com a dissolução e absorção de cada elemento no outro, ou seja, a terra é absorvida pela água, a água no fogo, o fogo no ar, o ar no firmamento (éter ou ākāśa), o firmamento em Ahaṅkāra (Ego Cósmico), Ahaṅkāra em Mahātattva (Grande Princípio), Mahātattva em Māyā (Prakṛti, a Natureza) e Māyā em Paramātman (Alma Universal). Sentindo-se idêntico com o puro Sat e Cit ele deve pensar sobre a personificação do pecado (pāpa puruṣa) estacionado em uma cavidade à esquerda de sua barriga. Ele é da cor escura e do tamanho de um polegar. O assassino de um brāhmaṇe é a sua cabeça, o ladrão de ouro constitui suas mãos, aquele que se embriaga com vinho é o coração e aquele que é o contaminador do leito do seu preceptor é os seus quadris. O contato com esses pecadores constitui os seus pés e todos os Upapātakas (os pecados menores) são seus cabelos. O pecado personificado (o pāpa puruṣa) segura uma espada e um escudo. Ele é insuportavelmente perverso e mantém sua cabeça curvada para baixo.

1:29-30 Bhūtaśuddhi:  O aspirante deve então inalar vāyu Bīja YAṀ e inalando assim deve desidratar (o pāpa puruṣa) com este Bīja. Com o Bīja de agni (RAṀ) ele deve queimar o pecado personificado fazendo japa (mentalmente) durante o kuṁbhaka (retenção da respiração). As cinzas do pecado personificado devem ser sopradas por meio do vāyu Bīja durante o processo de recaka (exalação).

1:31-34 Bhūtaśuddhi:  Em seguida, ele deve lavar as cinzas do corpo por meio do sudhābīja VAṀ. Em seguida, após purificação das cinzas, e recitando o Bīja LAṀ, ele deve tornar essas cinzas tão dura e firme quanto um ovo de ouro sólido. Após isso, realizando japa do mantra do firmamento HAṀ, ele deve recriar os membros do corpo iniciando com a cabeça e terminando com os pés. Ele deve repetir o mantra So’ham (aquele sou eu, saḥ aham) e recriar todos os elementos iniciando com o firmamento (ākāśa) fora de Cit (alma). Ele deve estabelecer Jīva no lótus do coração (Anāhata) e, por último, ele deve fazer Kuṇḍalinī retornar para o Mūlādhāra.

1:35-37 Prāṇapratiṣṭhā: Depois da realização do Bhūtaśuddhi (purificação dos elementos), o Sādhaka deve iniciar o estabelecimento dos ares vitais. O sábio do mantra é Aja, Iśa e Padmaja. As métricas são Ṛk, Yajur e Sāma. O Devatā é a Prāṇaśakti (o poder vital). O Bīja é Pāśa (ᾹṀ). A Śakti é Trapā (HRĪṀ). O Viniyoga (aplicação) é em relação ao estabelecimento dos ares vitais no corpo. O Ṣaḍaṅga Nyāsa para este rito é tocando as seguintes partes do corpo: os sábios são na cabeça; chandas é no rosto; o Devatā é no coração; o Bīja é nas partes privadas e a Śakti é nos pés.

Viniyogaḥ: oṁ asya śrī prāṇapratiṣṭhā mantrasya ajeśapadmaja ṛṣayaḥ ṛgyajuḥsāmāne chandāṁsi prāṇaśaktirdevatā āṁ bījaṁ hrīṁ śaktiḥ krauṁ kīlakaṁ || prāṇapratiṣṭhā viniyogaḥ??? Falta essa parte final ||

Ṛṣyādinyāsa: ajeśapadmaja ṛṣibhyo namah śirase || ṛgyajuḥsāma chandebhyo namaḥ mukhe || prāṇaśaktirdevatāyai namaḥ hṛdi || āṁ bījāya namah guhye || hrīṁ śaktaye namaḥ pādayoḥ || krauṁ kīlakāya namaḥ sarvaṅge ||

1:38-41 Prāṇapratiṣṭhā: O Nyāsa das guturais (ka, kha, ga, gha, ṅa e ha) bem como Nabhas (firmamento), é no coração. O Nyāsa das palatais (ca, cha, ja, jha, ña), bem como Śabda (som), é na cabeça. O Nyāsa das cerebrais (ṭa, ṭha, ḍa, ḍha, ṇa), bem como Śrotra (ouvido) é no tufo (atrás da cabeça). O Nyāsa das dentais (ta, tha, da dha, na), bem como Vāk (o discurso) é no kavaca (armadura). O Nyāsa das labiais (pa, pha, ba, bha, ma, va), assim como Vaktavya (o que é proferido) é nos três olhos. O Nyāsa das semi-vogais (veja comentário abaixo) bem como os órgãos internos é no astra (arma). Com esses mantras o devoto realiza Nyāsa em seus membros, coração etc. As letras devem ser pronunciadas junto com o Anusvāra (bindu). Em relação ao Yavarga (semi-vogais), a ordem é śaṁ, yaṁ, raṁ, vaṁ, laṁ). Em seguida a estas, Nabhas (HÁṀ) devem ser pronunciadas nesta ordem: (ṣaṁ, śaṁ, saṁ) finalizando com Vimala (LAṀ). As letras sempre devem ser pronunciadas com o Anusvāra.

1:42-44 Ṣaḍaṅgaka Nyāsa: (1) Nabhas significa os cinco elementos básicos da criação que começa com o firmamento, ou o ākāśa (pañcabhūta): ākāśa (éter), vāyu (ar), agni/tejas (fogo), jala (água) e pṛthvī/bhūmi (terra). (2) Śabda é o som e reúne aqui os cinco elementos sutis (Tanmātra): śabda (som), sparśā (toque), rūpa (forma), rāsa (gosto) e gandha (cheiro). (3) Śrotra significa os órgãos dos sentidos (Jñānendriya) a começar por śrotra (ouvido), tvāk (pele), caksus (olhos), rasana (língua) e ghrāna (nariz). (4) Vāk se refere aos órgãos motores (Karmendriya), a começar por vāk (boca), pāni (mão), pāda (pé), upasthā (órgão de procriação) e pāyu (órgão excretor). (5) Vaktavya corresponde ao que é proferido, ao que é segurado, ao que é caminhado, ao que é excitado e ao que é expelido através dos órgãos motores. (6) Os órgãos internos são o intelecto (buddhi), ego (ahamkara) e mente sensorial (manas). Estes três últimos princípios formam Citta (Consciência, principio decisivo).

Ṣaḍaṅga Nyāsa: (1) oṁ ṅaṁ kaṁ khaṁ ghaṁ gaṁ nabhovāyvagrivārbhūmyātmane hṛdayāya namaḥ || (2) oṁ ñaṁ caṁ chaṁ jhaṁ jaṁ śabdasparśarūparasagandhātmane śirase svāhā || (3) oṁ ṇaṁ ṭaṁ ṭhaṁ ḍhaṁ ḍaṁ śrotratvaṅnayanajihāprāṇātmane śikhāyai vaṣaṭ || (4) oṁ naṁ taṁ thaṁ dhaṁ daṁ vākpāṇipādapāyūpasthātmane kavacāya hum || (5) oṁ maṁ paṁ phaṁ bhaṁ baṁ vaṁ vaktavyādānagamanavisarganandātmane netratrayāya vauṣaṭ || (6) oṁ śaṁ yaṁ raṁ vaṁ laṁ haṁ ṣaṁ kṣaṁ laṁ buddhimanohaṁkarācittātmane astrāya phaṭ |

1:45-46 Vyapāka Nyāsa: O Pāśa Bīja (ᾹṀ) deve ser usado para o Nyāsa começando com o umbigo e terminando com os pés. O Śakti Bīja Nyāsa (HRĪṀ) deve ser utilizado iniciando com o coração e terminando com o umbigo. Iniciando com a cabeça e terminando no coração, o Śṛṇī Bīja (KRAUṀ) deve ser utilizado como Nyāsa.

1:47-48 (1) Pele, (2) sangue, (3) carne, (4) gordura, (5) ossos e (6) medula e o (7) sêmen devem ser utilizados junto com ātmane namaḥ. As letras devem ser utilizadas na ordem yaṁ, raṁ, laṁ, vaṁ, śaṁ, ṣaṁ, saṁ. Estes sete devem ser utilizados no Nyāsa no coração.

1:49 O Bīja Sadya (OṀ) junto com aquele do firmamento (HAṀ) deve ser utilizado com Ojas e Prāṇa deve ser utilizado junto com o Bīja HAṀ. O Bīja Bhṛgu (SAṀ) deve ser utilizado para o Nyāsa de Jīva no coração. Estas letras inicias (yaṁ, raṁ etc) devem ser enfeitadas com Candra (anusvāra, o bindu). O Nyāsa aqui é da cabeça aos pés (Vyapāka Nyāsa). Em seguida, as divindades do pedestal devem ter seus Nyāsas.

(1) oṁ yaṁ tvagātmane hṛdayāya namaḥ || (2) oṁ raṁ asṛgātmane hṛdayāya namaḥ || (3) oṁ laṁ maṁsātmane hṛdayāya namaḥ || (4) vaṁ vasātmane hṛdayāya namaḥ || (5) oṁ śaṁ āsthyātmane hṛdayāya namaḥ || (6) oṁ ṣaṁ majjātmane hṛdayāya namaḥ || (7) oṁ hoṁ ojātmane hṛdayāya namaḥ || (8) oṁ haṁ prāṇātmane hṛdayāya namaḥ || (9) oṁ saṁ jīvātmane hṛdayāya namaḥ ||

1:50-55 Os Pīṭhas devatās são agora enumerados: (1) Maṇḍūka; (2) Kālāgni Rudra; (3) Adhāraśakti; (4) Kūrma; (5) Dharā; (6) Sudhāsindhu; (7) Śvetadvīpa; (8) Surāṅghripa (a árvore celestial); (9) Maṇiharmya; (10) Hemapītha; (11) Dharma; (12) Jñāna; (13) Vairāgya; (14) Aiśvarya e seus opostos (15) Adharma; (16) Avairāgya; e (17) Anaiśvarya. As quatro divindades iniciando com Dharma (a 11ª) são lembradas nos pés do pedestal e as outras no corpo do pedestal. No meio estão as divindades (18) Ananta; (19) Tattvapadma; (20) Ᾱnandamayakandaka; (21) Samvinnāla; (22) Vikāramaya; (23) Kesara e (24) Prakṛtyātmakapatras. (25) Karṇika que é constituído pelas 51 letras; (26) a esfera de Sūrya; (27) a esfera de Candra; (28) a esfera de Agni; (29) Os Guṇas Sattvas, Rajas e Tamas; (30) Ᾱtman; (31) Antarātman; (32) Jñānātman; (33) Māyātattva; (34) Kālātattva; (35) Vidyātattva; e (36) Paramtattva. ||

maṁ maṇḍūkāya namaḥ || kaṁ kālāgnirudrāya namaḥ || āṁ ādhāraśaktyai namaḥ || kūṁ kūrmāya namaḥ || pṛṁ pṛthivyai namaḥ || kṣīṁ kṣīrasamudrāya namaḥ || śveṁ śvetadvipāya namaḥ || kaṁ kalpavṛkṣāya namaḥ || maṁ maṇimaṇḍalāya namaḥ || svaṁ svarṇasiṁhāsanāya namaḥ || dhaṁ dharmāya namaḥ || jñāṁ jñānāya namaḥ || vaiṁ vairāgyāya namaḥ || aiṁ aiṁśvaryāya namaḥ || aṁ anantāya namaḥ || paṁ padmāya namaḥ || āṁ ānandamayakandakāya namaḥ || saṁ saṁvinnālāya namaḥ || viṁ vikāramayakesarebhyo namaḥ || prakṛtyātmakapatrebhyo namaḥ || paṁ pañcāśadvarṇakarṇikāyai namaḥ || saṁ sūryamaṇḍalāya namaḥ || caṁ candramaṇḍalāya namaḥ || aṁ agnimaṇḍalāya namaḥ || saṁ sattvāya namaḥ || kaṁ kalātattvāya namaḥ || viṁ vidyātattvāya namaḥ || paṁ paraṁ tattvāya namaḥ ||

1:56 Qualquer que seja o devatā a ser adorado, essas divindades também são adoradas. As partes do corpo onde os Nyāsas devem ser colocados foram mencionadas no Pūjā Taraṅga 22º.

1:57-58 No Pūjā Taraṅga 22º foi descrito que as oito Śaktis do pedestal devem ser adoradas nas oito pétalas do lótus do coração e a nona Śakti, ou seja, Maṅgalā, deve ser adorada no pericarpo (meio) daquele lótus. As nove Śaktis são: (1) Jayā; (2) Vijayā; (3) Ajitā; (4) Aparājitā; (5) Nityā; (6) Vilāsinī; (7) Dogdharī; (8) Aghorā; e (9) Maṅgalā.

1:59-60 Os três Bījas ᾹṀ, HRĪṀ e KRAUṀ devem ser proferidos e obediência (namaḥ) pode ser feito no pedestal (āṁ hrīṁ krauṁ pīṭhāya namaḥ). Então a Prāṇaśakti deve ser meditada no corpo do pedestal como alguém que tem orgulho da sua juventude, com brilho e tendo os seios plenamente desenvolvidos.

1:61 Dhyāna Prāṇaśakti: Deve-se meditar em Prāṇaśakti com seis mãos e três olhos. Ela brilha esplendidamente sobre um lótus vermelho em uma canoa e no oceano de sangue. Em suas mãos esquerdas ela segura um laço, um arco e um javelin e nas mãos direitas ela segura um crânio, um aguilhão e uma flecha. 

raktamaya samudra meṁ naukā para lāla kamala ke ūpara baiṭhī hatha meṁ dhanuṣa evaṁ śuladhāraṇa kiye hūye tathā dāhine meṁ kapāla aṅkuśa evaṁ bāṇa dhāraṇa kiye huye hīna netreṁ vālī tathā chaḥ bhujāoṁ vālī prāṇaśakti kā dhyāna karanā cāhie ||

1:62-65 Mātṛkā Pūjā: Depois de realizado a meditação acima no hexágono dentro do lótus de oito pétalas, o devoto deve adorar Brahmā, Viṣṇu e Śiva no Leste, Sudoeste e Noroeste, respectivamente; e Sarasvatī, Lakṣmī e Pārvatī no Sudeste, Oeste e Nordeste, respectivamente. Os seis Aṅgas devem ser adorados nos filamentos e as oito Mātṛkās devem ser adoradas nas pétalas. As Mães do Universo são as seguintes: (1) Brāhmī; (2) Maheśvārī; (3) Kaumarī; (4) Vaiṣṇavī; (5) Vārāhī; (6) Indrāṇī; (7) Cāmuṇḍā; e (8) Mahālakṣmī. No momento da adoração de uma divindade, o espaço entre o adorador e a divindade é no Leste.

1:66-67 Dikpāla Pūjā: Em seguida, os Dikpālas e seus Vajras (armas) devem ser adorados em seus respectivos quadrantes: (1) Indra; (2) Agni; (3) Yama; (4) Nirṛti; (5) Varuṇa; (6) Vāyu; (7) Soma; (8) Īśāna; (9) Ananta no canto inferior; (10) Brahmā no canto superior. Em seguida, as armas de Indra e dos outros devem ser adoradas nos mesmos quadrantes de Indra e dos outros.

oṁ indrāya namaḥ || (E) || oṁ agneyām āgneya namaḥ || (SE) || oṁ yamāya namaḥ || (S) || oṁ nirṛtaye namaḥ || (SW) || oṁ varuṇāya namaḥ || (W) || oṁ vāyave namaḥ || (NW) || oṁ somāya namaḥ || (N) || oṁ iśānāya namaḥ || (NE) || oṁ brāhmaṇe namaḥ || (em cima) || oṁ anantāya namaḥ || (em baixo) ||

1:68 Vajra Pūjā: As armas dos Dikpālas são (1) Vajra; (2) Śakti; (3) Daṇḍa; (4) Khaḍga; (5) Pāśa; (6) Aṅkuśa; (7) Gadā; (8) Triśūla; (9) Cakra; e (10) Padma.

oṁ vajrāya namaḥ || oṁ śaktyai namaḥ || oṁ daṇḍāya namaḥ || oṁ khaḍgāya namaḥ || oṁ pāśāya namaḥ || oṁ aṅkuśāya namaḥ || oṁ gadāyai namaḥ || oṁ triśūlāya namaḥ || oṁ padmāya namaḥ || oṁ cakrāya namaḥ ||

1:69-70 Prāṇapratiṣṭhā Mantra: Depois da adoração da Prāṇaśakti com os cinco Ᾱvaraṇas, o devoto deve colocar sua mão em seu coração e repetir o seguinte mantra três vezes. Ele deve mencionar Uddhāra (citação e análise) daquele Mantra que irá deleitar o meditador. No início ele recita āṁ hrīṁ krauṁ. Em seguida, ele recita yaṁ, raṁ, laṁ, vaṁ, śaṁ, ṣaṁ, saṁ e hoṁ. Depois, ele repete o mantra de sete sílabas oṁ kṣaṁ saṁ, haṁsa, hrīṁ, oṁ. E, em seguida, conclui com o Ajapā (haṁsa).

1:71-73 Prāṇapratiṣṭhā Mantra: Junto com este mantra ele deve, na ordem apropriada, dizer: “Que meus prāṇas, minha alma, esteja estacionada aqui, todos os meus órgãos dos sentidos estejam estacionados aqui. Deixe meu discurso, minha mente, nariz e prāṇas virem aqui e estarem estacionados, todos eles, confortavelmente aqui.” Depois de dizer isto, ele deve concluir, como antes, proferindo as sete sílabas junto com svāhā.

oṁ āṁ hrīṁ krauṁ | yaṁ raṁ laṁ vaṁ śaṁ ṣaṁ, saṁ hoṁ | oṁ kṣaṁ saṁ haṁsaḥ hrīṁ oṁ | haṁsaḥ so’haṁ | so’haṁ haṁsaḥ | mama prāṇāḥ iha prāṇāḥ || mama jīva iha sthitaḥ | mama sarvendriyāṇi | mama vāṅmanaścakṣuḥ śrotra jihvāghrāṇa prāṇāpānavyānodānasamānāḥ ihaivāgatya sukhaṁ ciraṁ tiṣṭhantu svāhā | sānnidhyaṁ kurvantu svāhā |

1:74-75 Este é o Mantra Prāṇapratiṣṭhā. É feito no processo de estabelecimento dos ares vitais. Pāśa e outras sílabas (āṁ, hrīṁ krauṁ etc) devem ser proferidas antes da palavra Mama (meu). Quando o devoto está realizando Prāṇapratiṣṭhā nos Yantras ou nas Mūrtis etc., o devoto deve proferir as formas genitiva da respectiva divindade ao invés de “mama”.

Exemplo utilizando para Gaṇeśa: oṁ āṁ hrīṁ krauṁ | yaṁ raṁ laṁ vaṁ śaṁ ṣaṁ, saṁ hoṁ | oṁ kṣaṁ saṁ haṁsaḥ hrīṁ oṁ | haṁsaḥ so’haṁ | so’haṁ haṁsaḥ | gaṇeśasya prāṇāḥ iha prāṇāḥ || gaṇeśasya jīva iha sthitaḥ | gaṇeśasya sarvendriyāṇi | gaṇeśasya vāṅmanaścakṣuḥ śrotra jihvāghrāṇa prāṇāpānavyānodānasamānāḥ ihaivāgatya sukhaṁ ciraṁ tiṣṭhantu svāhā | sānnidhyaṁ kurvantu svāhā || Onde Gaṇeśasya é o genitivo de Gaṇeśa.

1:76 O mantra de sete sílabas é: kṣa, ha, sa e ha. Estas sílabas devem ser utilizadas juntamente com o anusvāra, sa com visarga (:) e então hrīṁ. O praṇava (oṁ) deve cercar essas letras no inicio e no fim (isto é chamado Sampuṭita). [oṁ kṣaṁ saṁ haṁsaḥ hrīṁ oṁ]

1:77 Mātṛkā Nyāsa: Depois de realizar o Prāṇapratiṣṭhā, o devoto deve fazer o Mātṛkānyāsa. As letras, iniciando com A e terminando com KṢA, são chamadas Mātṛkās.

1:78 Ṛṣi, Ṣaḍāṅga e Karaṇa Mātṛkā Nyāsa: O sábio do Mantra é Prajāpati, a métrica é Gāyatrī, o devatā é Sarasvatī. O Viniyoga (aplicação) é para a realização de todas as coisas desejadas. Todas as consoantes são os bījas e todas as vogais são as śaktis.

1:79-80 O Nyāsa do sábio, etc., é na cabeça, boca, coração, partes íntimas, pés e no corpo todo para o Kīlakaṁ. Em seguida, o Nyāsa das mãos e o Ṣaḍāṅga Nyāsa devem ser realizados por meio das letras guturais, palatais, cerebrais, dentais, labiais e surdas, e as letras Ya etc., devem ser envolvidas com as vogais curtas e longas, exceto as Klība (Ṛ, Ṝ, Ḷ e Ḹ). Em seguida, ele deve meditar na deusa no lótus do coração.

oṁ asya śrī mātṛkā nyāsa mantrasya brahmā ṛṣiḥ gāyatrī chandaḥ sarasvatī devatā halo bījaṁ svarā śaktiḥ aṁ-kṣaṁ kīlakaṁ mamābhīṣṭasiddyarthe viniyogaḥ || (verso 78)

oṁ aṁ prajāpataye namaḥ āṁ śirasi || oṁ iṁ gāyatrī chandase namaḥ īṁ mukhe || oṁ uṁ sarasvatī devatāyai namaḥ ūṁ hṛdi || oṁ eṁ halbījebhyo namaḥ aiṁ guhye || oṁ svara śaktibhyo namaḥ auṁ pādayoḥ || oṁ aṁ kṣaṁ kīlakāya namaḥ aḥ sarvaṅge ||  (verso 79)

oṁ aṁ kaṁ khaṁ gaṁ ghaṁ ṅaṁ āṁ aṅguṣṭhābhyāṁ namaḥ || iṁ caṁ chaṁ jaṁ jhaṁ ñaṁ īṁ tarjanībhyāṁ svāhā || oṁ uṁ ṭaṁ ṭhaṁ ḍaṁ dhaṁ ṇaṁ ūṁ madhyamābhyāṁ vaṣaṭ || eṁ taṁ thaṁ daṁ dhaṁ naṁ aiṁ anāmikābhyāṁ hūṁ || oṁ oṁ paṁ phaṁ baṁ bhaṁ maṁ auṁ kaniṣṭhikābhyāṁ vauṣaṭ || oṁ kṣaṁ yaṁ raṁ laṁ vaṁ śaṁ ṣaṁ haṁ laṁ kṣaṁ aḥ karatala kara pṛṣṭhābhyāṁ phaṭ || (verso 80)

1:81 Dhyāna Śloka de Sarasvatī: Eu recorro à deusa de três olhos, deusa do discurso, cujo corpo é constituído das cinquenta letras, que está adornada com a Lua Crescente, que é branca como o lírio e que segura o colar de contas (japa) e faz os gestos de conceder bênção (Varada) com as mãos direitas e segura um livro (Pustaka) e faz o gesto de dissipar o medo (Abhaya) com suas mãos esquerdas.

1:82-83 Pīṭha Śaktis Mantras: Depois de meditar em Sarasvatī, o devoto dever realizar a adoração das divindades do pedestal. Vejas Ślokas 50-55 mencionado anteriormente. Ele deve adorar (também) as Pīṭha Śaktis (poderes do pedestal) junto com Sarasvatī (no pericarpo, centro). As Pīṭha Śaktis são: (1) Medhā, (2) Prajñā, (3) Prabhā, (4) Vidyā, (5) Śrī, (6) Dhṛti, (7) Smṛti, (8) Buddhi e (9) Vidyeśvarī (Sarasvatī).

Mantras do pedestal dos Ślokas 50-55 seguidos dos mantras das Pīṭha Śaktis: oṁ medhāyai namaḥ || oṁ prajñe namaḥ || oṁ prabhāyai namaḥ || oṁ vidyāyai namaḥ || oṁ śriye (ou śriyai) namaḥ || oṁ dhṛtaye (ou dhṛtyai) namaḥ || oṁ smṛtaye (ou smṛtyai) namaḥ || oṁ buddhaye (ou buddhyai) namaḥ || oṁ sarasvatyai namaḥ ||

1:84 Pīṭha Mantra: O mantra para a adoração do Ᾱsana é: hasauḥ māṭṛyoga pīṭhāya namaḥ (obediência ao pedestal das letras)

hasauḥ māṭṛyoga pīṭhāya namaḥ || 

1:85 Ᾱvaraṇa Pūjā: Por meio do Mūla Mantra (oṁ sarasvatyai namaḥ) a forma física (da divindade) deve ser concebida na mente e o devoto deve adorar a Deusa a partir disto. No primeiro Ᾱvaraṇa (recinto) os membros (aṅgas) devem ser adorados; e no segundo Ᾱvaraṇa ele deve adorar as vogais (svaras).

1:86-87 Ᾱvaraṇa Pūjā: No terceiro Ᾱvaraṇa ele deve adorar os dois conjuntos de letras (A-KṢA). No quarto Ᾱvaraṇa, ele deve adorar o conjunto das palatais (CA-ÑA) e as Varga Śaktis, a saber (1) Vyāpinī; (2) Pāvani; (3) Kledini; (4) Dhāriṇi; (5) Mālini; (6) Haṁsini; e (7) Śaṅkhini. No quinto Ᾱvaraṇa ele deve adorar as oito Mães (Brāhmī e terminando com Mahālakṣmī). Veja Ślokas 62-65.

1:88 Ᾱvaraṇa Pūjā: No sexto Ᾱvaraṇa, os deuses Śakra (Indra) e os outros Dikpālas devem ser adorados. E no sétimo Ᾱvaraṇa os Vajras (armas dos Dikpālas) devem ser adorados. Depois da adoração das deusas e dos deuses desse modo, ele deve realizar Nyāsa das letras em seu próprio corpo. Veja os versos (66-68).

1:89 Svara Nyāsa: O Nyāsa das vogais é na testa (Lalāṭa), na parte circular do rosto (Mukhavṛta), nos olhos (Netra), ouvidos (Karna), narinas (Nāsāpuṭa), bochechas (Gaṇḍasthala), lábios (Oṣṭha), raiz dos dentes (Danta), cabeça (Śira) e boca (Mukha).

oṁ aṁ namaḥ lalāṭe (testa) || oṁ āṁ namaḥ mukhavrutte (parte circular do rosto) || oṁ iṁ namaḥ dakṣanetre (olho direito) || oṁ īṁ namaḥ vāmanetre (olho esquerdo) || oṁ uṁ namaḥ dakṣakarṇe (ouvido direito) || oṁ ūṁ namaḥ vāmakarṇe (ouvido esquerdo) || oṁ ṛṁ namaḥ dakṣanāsāpuṭe (narina direita) || oṁ ṝṁ namaḥ vāmanāsāpuṭe (ouvido esquerdo) || oṁ ḷṛṁ namaḥ dakṣagaṇḍe (bochecha direita) || oṁ ḷṝ namaḥ vāmagaṇḍe (bochecha esquerda) || oṁ eṁ namaḥ ūrdhvoṣṭhe (lábio superior) || oṁ aiṁ namaḥ adharoṣṭhe (lábio inferior) || oṁ oṁ namaḥ urdhvadantapaṅktau (dente superior) || oṁ auṁ namaḥ adhaḥdantapaṅktau (dente inferior) || oṁ aṁ namaḥ mūrdhni (cabeça) || oṁ aḥ namaḥ mukhe (boca) ||

1:90-92 – Sṛṣṭi Nyāsa (Nyāsa da Criação): O inteligente devoto deve realizar o Nyāsa das guturais (KA) e das palatais (CA) nas juntas e nos pontas de ambos os braços. As cerebrais (ṬA) e dentais (TA) devem ser utilizadas como Nyāsas naquelas partes das pernas. As labiais (PA) devem ser utilizadas como Nyāsa nos dois lados, costas, umbigo e barriga. As semi-vogais devem ser utilizadas para Nyāsa no coração, dois ombros e na nuca. As seis letras iniciando com (ŚA) devem ser utilizadas para o Nyāsa no espaço entre o coração e as pontas dos dois pés, assim como na barriga e na boca. Isto é chamado Sṛṣṭi Nyāsa, o Nyāsa da Criação. Depois de concluir esta parte, o devoto deve realizar Sthiti Nyāsa (O Nyāsa da Sustentação, Defesa, Proteção).

LADO DIREITO: oṁ kaṁ namaḥ dakṣa bāhumūle (raiz do braço) || oṁ khaṁ namaḥ dakṣa bahukūrpare (cotovelo) || oṁ gaṁ namaḥ dakṣa bāhymaṇibandhe (punho) || oṁ ghaṁ namaḥ dakṣa bāhuhastāṅgulimūle (raiz dos dedos da mão) || oṁ ṅaṁ namaḥ dakṣa bāhavaṅgulyagre (pontas dos dedos da mão) ||

LADO ESQUERDO: oṁ caṁ namaḥ vāma bāhumūle || oṁ chaṁ namaḥ vāma bahukūrpare || oṁ jaṁ namaḥ vāma bāhymaṇibandhe || oṁ jhaṁ vāma bāhuhastāṅgulimūle || oṁ ñaṁ namaḥ vāma bāhavaṅgulyagre ||

LADO DIREITO: oṁ ṭaṁ namaḥ dakṣaṇapādamūle (raiz do pé) || oṁ ṭhaṁ namaḥ dakṣa papādajānūni (pé) || oṁ ḍaṁ namaḥ dakṣaṇagulphe (tornozelo) || ḍhaṁ namaḥ dakṣiṇapādāṅgulimūle (raiz dos dedos do pé) || ṇaṁ namaḥ dakṣaṇa pādāṅgulyagre (pontas dos dedos do pé) ||

LADO ESQUERDO: oṁ taṁ namaḥ vāmapādamūle || oṁ thaṁ namaḥ vāmapādajānūli || oṁ daṁ namaḥ vāmapādagulphe || oṁ dhaṁ namaḥ vāmapādāṅgulimūle || oṁ naṁ namaḥ vāmapādāṅgulyagre ||

RESTANTE DO CORPO: oṁ paṁ namaḥ dakṣiṇapārśve (costelas direitas || oṁ phaṁ namaḥ vāmapārśve (costelas esquerdas) || oṁ baṁ namaḥ pṛṣṭhe (costas) || oṁ bhaṁ namaḥ nābhau (umbigo) || oṁ maṁ namaḥ udare (barriga) || oṁ yaṁ tvagātmane namaḥ hṛdi (coração) || oṁ raṁ asṛgātmane namaḥ dakṣāṁse (xxxx) || laṁ māṁsātmane namaḥ kakudi (xxxx) || oṁ vaṁ medasātmane namaḥ vāmāse (xxxx) || oṁ śaṁ āsthyātmane namaḥ hṛdayādi dakṣahastāntam (xxxx) || oṁ ṣaṁ majjātmane namaḥ hṛdayādi dakṣapādāntam (xxxx) oṁ saṁ śukrātmane namaḥ hṛdayādi dakṣapādāntam (xxxx) || oṁ haṁ ātmane namaḥ hṛdayādi vāma pādāntam (xxxx) || oṁ ḷaṁ paramātmane namaḥ jaṭhare (do coração à barriga) || oṁ kṣaṁ prāṇātmane namaḥ mukhe (do coração à boca) ||

1:93-95 Sthiti Nyāsa (Sustentação, defesa, proteção): O sábio e a métrica são como mencionados anteriormente (versos 79-80). A deidade é Viśvapālinī. O devoto deve meditar na deusa sentada no colo do seu amante. Sua mente não deve pensar em mais nada. Śiva (o Senhor auspicioso) deve ser meditado como carregando a deusa do discurso em cuja mão esquerda está a Vidyā e na direita uma Mālā. O auspicioso Senhor segura o cervo e Vidyā nas suas mãos esquerdas e faz o gesto de bênção e o segura o Akṣa Sūtra (um cordão de rosário) com as mãos direitas. Depois de meditar, ele deve fazer Nyāsa das letras começando com Ḍa nos membros, iniciando com o tornozelo esquerdo e terminando com o joelho direito. Isto é chamado Sthiti Nyāsa.

oṁ asya śrī sthiti mātṛkā nyāsa mantrasya brahmā ṛṣiḥ gāyatrī chandaḥ viśvapālinī devatā halo bījaṁ svarā śaktiḥ aṁ-kṣaṁ kīlakaṁ mamābhīṣṭasiddyarthe viniyogaḥ || (verso 93)

ḍaṁ namaḥ dakṣiṇa gulphe || ḍhaṁ namaḥ dakṣa pādāṅgulimūle || ṇaṁ namaḥ dakṣiṇa pādāṅgulyagre || ṭaṁ namaḥ vāmapādamūle || thaṁ namaḥ vāmapādajānūli || (verso 95)

1:96 Saṁhāra Nyāsa (Aniquilação): O sábio e a métrica são como mencionados anteriormente. A divindade é Śāradā, a destruidora dos inimigos.

oṁ asya śrī saṁhāra mātṛkā nyāsa mantrasya brahmā ṛṣiḥ gāyatrī chandaḥ śatru saṁhariṇī śāradā devatā halo bījaṁ svarā śaktiḥ aṁ-kṣaṁ kīlakaṁ mamābhīṣṭasiddyarthe viniyogaḥ || (verso 96)

1:97 Sarasvatī Dhyāna Śloka: Eu recorro à deusa do discurso que tem três olhos e está enfeitada pela Lua Crescente na cabeça, que se abaixa por causa dos seios, que está sentada sobre um lótus vermelho e que segura um cervo e a Vidyā nas suas mãos esquerdas e segura uma Mālā (Akṣasrak) e um machado (Taṅka) nas mãos direitas.

1:98 Sṛṣṭi Nyāsa (Nyāsa da Criação) inverso: Depois de realizar o Dhyāna assim, ele deve realizar Nyāsa iniciando com KṢA e terminando com A, ou seja, na ordem inversa. No Sṛṣṭi Nyāsa as letras terminam com Visarga e no Sthiti Nyāsa terminam com Visarga e com Anusvāra.

1:99 No Saṁhāra Nyāsa eles terminam com Anusvāra. Na matéria sobre adoração dos Aṅgas, tudo é como antes. As letras são envolvidas com o Tāra Bīja (auṁ) e terminam com namaḥ.

1:100 Depois do Saṁhāra Nyāsa o devoto deve realizar uma vez mais o Sṛṣṭi Nyāsa e o Sthiti Nyāsa cuidadosamente. Outros Nyāsas do Mātṛkā são mencionados no Pūjā Taraṅga.

1:101-102 As injunções relacionadas ao Mantra Snāna (banho ritualístico) e outras coisas são mencionados por mim. O devoto deve propiciar Bhāratī desta forma e ele realiza a eficácia dos Mantras desejados. Viṣṇu, Śiva, Gaṇeśa, Arka (Sol) e Durgā, estas cinco divindades, devem ser propiciadas por quem deseja alcançar a liberação através dos respectivos Mantras da forma mencionada.

1:103 Puraścaraṇa: No início o devoto escolhe um local apropriado para o Puraścaraṇa, tal como um centro sagrado, um local isolado etc. Isto é para a segurança de obter a divindade favoravelmente disposta.

1:104 Puraścaraṇa: Ele deve separar o espaço em nove figuras retilíneas e deve escrever os sete conjuntos de letras, bem como LA e KṢA nas figuras iniciando com o Leste com as vogais no centro.



1:105 Puraścaraṇa: O devoto deve sentar naquela direção (da vogal ou consoante que começa o mantra) e realizar Japa. Ele não deve se sentar em qualquer outro ponto que não aquela direção da letra inicial, pois isso produz miséria (queda na realização do Puraścaraṇa).

1:106 Puraścaraṇa: Ele deve realizar Japa em uma voz baixa ou mentalmente. Ele deve comer somente Haviṣya (arroz misturado com ghee) à noite. Ele deve tomar três banhos por dia. Banho de óleo é proibido.

1:107 Puraścaraṇa: No momento do Japa, o devoto deve evitar excitação, ociosidade, cuspir, raiva, alongamento de pernas, conversação com outros e vendo pessoas despreocupadas.

1:108 Puraścaraṇa: Um devoto aspirante deve sempre evitar conversa íntima com mulheres e śūdras, censurar os outros, mastigar folhas de betel, dormir durante o dia, aceitar doações em dinheiro, dançar, música e desonestidade em seu comportamento.

1:109 Puraścaraṇa: Ele deve aderir estritamente a todos esses, ou seja, dormir no chão puro, celibato, adoração da divindade três vezes por dia, adoração especial nas ocasiões especiais, recitação de hinos da divindade e fé.

1:110 Puraścaraṇa: Todos os dias ele deve repetir os nomes (Japa Mantra) pelo mesmo número de vezes, nem menos e nem mais. Depois de concluir o Japa, ele deve realizar Homa por um décimo do número de Japas.

1:111-113 Homa: Os artigos a serem utilizados em Homa são aqueles mencionados nos respectivos textos Kalpas (Códigos e Ritualísticas Cerimoniais). Por meio do Mūla Mantra (da divindade adorada), o devoto deve realizar Prāṇāyāma e Ṣaḍaṅga. Ele deve, em seguida, consagrar o Pīṭha de sacrifício ou selecionar um local por meio do Mūla Mantra., realizando os quatro ritos chamados (1) Ikṣaṇa (olhando para o Kuṇḍa), (2) Prokṣaṇa (aspergindo o Kuṇḍa), (3) Tāḍana (purificando) e (4) Secana (purificando mais uma vez). O Ikṣaṇa rito é por meio do Mūla Mantra. O Prokṣaṇa rito é por meio do Mantra Astraya Phaṭ. O Tāḍana é feito batendo gentilmente no Kuṇḍa com grama Kuśa. O ritual Secana é feito por meio do punho fechado enquanto recita Huṁ.

1:114 Agni Yantra no Homa: Ele deve desenhar a mística figura do Vahni Yantra (Yantra de Agni) na seguinte ordem: (1) um ponto central; (2) um triângulo invertido; (3) um hexágono por meio de dois outros triângulos entrelaçados; (4) círculo em torno do hexágono; (5) oito pétalas em torno do círculo; (6) um quadrado em torno do círculo (Bhūpura) com todas as quatro portas bem desenhadas. No centro ele deve escrever “oṁ hrīṁ oṁ”

1:115 Pīṭha Devatās: Em seguida, ele deve adorar as divindades do pedestal começando com Maṇḍūka e terminando com Paratattva (versos: 50-55) e, em seguida, as Pīṭha Śaktis, iniciando com Jayā (versos: 58-59). O mantra para o Pīṭha é “oṁ vāgīśī vāgīśvarayoḥ yoga pīṭhātmane namaḥ” (oṁ obediência ao pedestal dos poderes yogicos da deusa e do deus do discurso).

1:116 A adoração de ambos deve ser feira com os Upacāras de oferecimento de incenso etc., com o mantra “oṁ hrīṁ”. No caso do Vaiṣṇava Homa, o mantra a ser usado é “oṁ hrīṁ lakṣmīnārāyaṇābhyāṁ namaḥ” pelo qual eles (o casal) devem ser adorados.

1:117 O fogo do sacrifício deve ser gerado pelo cristal ou por meio de araṇi (atrito). Ou ele pode ser trazido da casa de um brahmin bem versado nas escrituras védicas. O vaso contendo o fogo deve ser coberto com outro vaso e levado até lá (no local do homa).

1:118-120 O vaso contendo o fogo deve ser purificado pelo mantra Astrāya Phaṭ. Ele deve ser aberto com o mantra Huṁ. Em seguida, o devoto profere o Mantra Astrāya Phaṭ e pega um pouco daquele fogo e coloca no canto Sudoeste. Ele se destina a ser parte do Kravyāda (o aspecto carnívoro do fogo). Por meio do mūlamantra ele coloca o vaso do fogo em frente e realiza os quatro ritos consagratórios. A aspersão é feia com uma mínima quantidade de água. Ele deve lembrar a identidade do fogo do Ser Absoluto com o fogo gástrico e o fogo em frente dele. Com o Vahni bīja (Raṁ) ele deve infundir vida com consciência.

Purificação: phaṭ ||

Aspersão: huṁ ||

Prāṇapratiṣṭhāpana: raṁ ||

Saudação ao aspecto do fogo comedor de carne: (Mūla mantra) || hūṁ phaṭ kravyādebhyaḥ svāhā ||

1:121 Então o devoto desperta o mantra se dirigindo ao fogo por meio de Oṁ, proferindo o Sudhā bīja (Vaṁ) e mostrando Dhenu Mudrā para o objetivo do Amṛtīkaraṇa (conversão do fogo em néctar).

Purificação com Dhenu Mudrā: oṁ vaṁ ||

1:122 Fazendo Avaguṇṭhana Mudrā e proferindo o bīja Huṁ ele protege e oculta o fogo. Em seguida, ele repete Oṁ e leva este fogo para o Pīṭha de sacrifício em um movimento rápido.

Proteção com Avaguṇṭhana Mudrā: huṁ ||

Acendendo o fogo: oṁ ||

1:123-124 Em seguida, ele senta sobre seus joelhos e profere o Mūla Mantra ou o Navārṇa Mantra e coloca o fogo em frente dele mesmo enquanto lembra a deusa assim: Ela segura um lótus azul. Ela tomou banho depois do seu período menstrual. Ela está deitada em um sofá e está sendo apreciada pelo senhor. O devoto deve colocar o fogo em nas partes privadas da devī como se fosse o sêmen do senhor.

1:125 O Navārṇa Mantra (de 9 sílabas) para a cerimonia de acender o fogo no kuṇḍa é: hrūṁ vahni caitanyāya namaḥ (obediência à consciência do fogo, hrūṁ).

Levando o fogo ao kuṇḍa: oṁ || hrūṁ vahni caitanyāya namaḥ ||

1:126 O devoto então oferece ācamana à deusa e ao deus e, em seguida, acende o fogo proferindo o mantra de 24 sílabas.

1:127 Om mantra de 24 sílabas é; citpiṅgala hana hana daha daha paca paca sarva jñājñāpaya svāhā (cada sílaba tem uma vogal).

Acendendo o fogo: citpiṅgala hana hana daha daha paca paca sarva jñājñāpaya svāhā ||

1:128 O devoto mostra Jvālinī Mudrā levantando e juntando as palmas das mãos em veneração. Em seguida, ele profere o mantra na forma de um verso e faz obediência ao fogo.

Jvālinī Mudrā: as laterais das mãos (dos cantos dos dedos mindinhos) ficam unidas e os dedos mínimos e anelares das duas mãos são unidos e juntos apontam para cima enquanto os outros ficam espalhados, formando, assim, sete pontas que irão representar as sete línguas de fogo.

1:129 Eu adoro o bem acendido fogo de coloração dourada. Ele é chamado Jātaveda, Hutāśana e Viśvatomukha. Ele está livre de impurezas. Este é o mantra e sua pronúncia em sânscrito é:

Mantra de adoração do Fogo: oṁ agni prajvalitaṁ vande jātavedaṁ hutāśanam | suvarṇavarṇamamalaṁ samiddhaṁ viśvatomukham ||

1:130-131 O devoto então realiza o Nyāsa de Agni Mantra. Ele usa o mantra de 26 sílabas: vaiśvāra jātaveda ihāvaha lohitākṣa sarvakarmāṇi sādhaya svāhā (Oh, Olhos Avermelhados, Vaiśvāra e Jātaveda, venha aqui e realize todas as tarefas).

1:132 O sábio deste mantra é Bhṛgu. A métrica é Gāyatrī. A divindade é o fogo (Agni). O bīja é Raṁ. A Śakti é Svāhā. E a aplicação (Viniyoga) é para a ação do sacrifício.

1:133 As línguas do fogo, juntamente com seus bījas, devem ser utilizadas para os nyāsas no pênis, ânus, cabeça, rosto, nariz, olhos e sobre todo o corpo (nesta ordem). Elas devem ser utilizadas no caso dativo e com a palavra “namaḥ” no final.

1:134 As sete línguas de fogo são – Hiraṇyā, Gaganā, Raktā, Kṛṣṇā, Suprabhā, Bahurūpā e Atiriktā.

1:135 Os bījas das sete línguas de fogo são – sryūṁ, ṣryūṁ, śryūṁ, vryūṁ, lryūṁ, rryūṁ e yryūṁ.


..... CONTINUA ...




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