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Análise dos Capítulos

 

ANÁLISE DOS CAPÍTULOS

O trabalho está dividido em 25 Taraṅgas (ondas) e contém completamente mais do que 3.300 Ślokas. O comentarista Naukā dá os mesmos nomes de alguns Taraṅgas, mas omite em muitos. Os Capítulos onde os nomes estão claros, são como se segue: Taraṅga 1 – Bhūta Śuddhyādi Kathanam. Taraṅga 2 – Gaṇeśa Mantra Kathanam. Taraṅga 7 – Yakṣiṇyādi Kathanam. Taraṅga 8 – Bālā Śyāmā Nirūpaṇam. Taraṅga 9 – Annapūrṇādi Nirūpaṇam. Taraṅga 10 – Bagalādi Nirūpaṇam. Taraṅga 12 – Sundarī Pūjana. Taraṅga 14 – Viṣṇu Mantra Kīrtanam. Taraṅga 15 – Sūryādi Mantra Nirūpaṇam. Taraṅga 16 – Śivādi Mantra Kathanam. Taraṅga 17 – Kārtavīryārjuna Mantra Nirūpaṇam. Taraṅga 19 – Tāmracūḍa Kārtavīrya Sūrya Mantrādi Nirūpaṇam. Taraṅga 20 – Yantra Mantrādi Kathanam. Taraṅga 22 – Devārcā Nirūpaṇam. Taraṅga 23 – Damana Pavitrārcana Nirūpaṇam. Taraṅga 24 – Mantra Śodhanam. Taraṅga 25 – Ṣaṭ Karma Nirūpaṇam.

Primeiro Taraṅga. Este possui cerca de 200 Ślokas em seu capítulo. Todos os detalhes preliminares relacionados aos Japa Mantras e adoração das divindades foram dados aqui. Alguns Mantras especiais também são dados. Termos técnicos tais como o Ṛṣyādi Nyāsa, Pīṭha Nyāsa, Prāṇa Pratiṣṭhā, Mātṛkā Nyāsa etc, foram explicados aqui. Os rituais purificatórios, Tarpaṇa, Ābhiṣeka etc., foram explicados. Os Bīja Mantras são explicados nos comentários como por exemplo – Vāyu Bīja é Yaṁ; Sudhā Bīja é Vaṁ; Nabho Bīja é Haṁ; Vahni Bīja é Raṁ; Bhū Bīja é Laṁ; Māyā Bīja é Hrīṁ; e Pāśa Bīja é Ᾱṁ.

 Menção particular deve ser feita à seção de comentários que lança luz sobre os vários tópicos abstratos, embora os comentários, por si só, sejam muito resumidos. Os Ślokas 103-105 se referem ao processo de selecionar o local para o Puraścaraṇa. O comentarista remove algumas dúvidas que surgem com a leitura do texto.

Segundo Taraṅga. Os 135 Ślokas desse capítulo explicam sobre os vários mantras de Gaṇeśa. Diferentes aspectos e formas de Gaṇeśa foram mencionados, tais como Ucchiṣṭa Gaṇapati, Śakti Vināyaka, Lakṣmī Vināyaka Trailokya Mohana Gaṇeśa e Haridrā Gaṇapati. Mantras variando no número de suas sílabas foram mencionados para discussão e explicados formidavelmente. As nove Pīṭha Śaktis de Gaṇapati foram mencionadas, ou seja, Tīvra, Cālini, Nandā, Bhogadā, Kāmarūpiṇī, Ugrā, Tejovatī, Satyā e Vighnaṇāśinī. As outras oito Śaktis são então mencionadas. Elas são Vidyā, Vidhātrī, Bhogadā, Vighnaghātini, Nidhipradīpā, Pāpaghnī, Puṇyā e Śaśiprabhā. Os Kāmya Prayogas são elaborados e os benefícios acumulados são remoção de pobreza, aquisição de grande riqueza etc. Certos Dhyāna Ślokas são das mais elevadas qualidade literária. Ao mesmo tempo também se admira algumas descrições muito vulgares também (Śloka 61). Provavelmente em seu excesso de devoção o aspirante esquece todo o resto. Enquanto explica o Trailokya Mohana Gaṇeśa Mantra, as seguintes Śaktis são mencionadas, a saber: Vāmā, Jyeṣṭhā, Raudrī, Kālakāli, Balavikaraṇi, Balapramathini, Sarvabhūtadamanī e Manonmanῑ. A referência para o Gaṇeśa Pūjana Yantra é de especial significado neste Taraṅga.

Terceiro Taraṅga. Consistindo somente de 75 Ślokas, este é o Taraṅga mais curto. O próprio śloka de abertura é altamente notável. Como explicado neste śloka, o capítulo lida com os Mantras de Kālī que concede fluência no discurso imediatamente. As Pīṭha Śaktis são chamadas Jayā, Vijayā, Ajitā, Aparājitā, Nityā, Vilāsinī, Dogdharī, Aghorā e Maṅgalā. A adoração é descrita elaboradamente com os nomes de várias outras deusas. Um Yantra especial também é descrito. Todos os bem conhecidos rituais Śāktas (Ślokas 23-35) são indicados. Alguns deles podem não ser para os nossos gostos refinados, mas mesmo assim podem ter um interesse acadêmico naqueles ritos também. O Dhyāna Śloka (Śloka 54) da deusa Sumukhī tem uma doçura literária. Os Ślokas 61-63) mencionam alguns rituais horríveis de oferecimento no fogo, tais como oferecimentos de gato, bode etc., de animais recentemente mortos (bali).

Quarto Taraṅga. Este contém 124 Ślokas e descreve os rituais da deusa Tārā, Ekajaṭā etc. O Tārādhāraṇa Yantra é a característica notável neste Taraṅga. A reivindicação em relação aos vários ritos é explicada nos últimos dois Ślokas, como se segue:

kiṁ bhūriṇā ṇrnāmetadvānchitāṁ śyccoati riyam |

kavitaṁ rājamānaṁ ca kīrtimāyurarogitām ||

naiva tārasamā kāciddevatā sarva siddhidā |

kalau yuge tato gopyā vancchitām siddhimīpsunā ||

Habilidade para compor poemas, honra na corte de um rei. Fama, longevidade e liberdade de doenças, todos esses podem ser adquiridos pelo favor desta Divindade Tārā.

Quinto Taraṅga. Este Taraṅga possui 95 Ślokas e contém os Mantras de Tārā, Ekajaṭā, Nīla Sarasvatī e Vidyārājñī. O Pūjā Yantra do último é uma notável característica com figuras de oito, dezesseis, trinta e duas e sessenta e quatro pétalas. As 64 super poderosas Śaktis são adoradas nas 64 pétalas. Os nomes de todas essas Śaktis são mencionadas. Os nomes indicam a natureza do poder que elas concedem. Outras Śaktis também são nomeadas e têm de ser adoradas dentro das 32 pétalas e das 16 pétalas. As oito Sarasvatīs devem ser adoradas nas 8 pétalas como se segue: Vagīśvari (Leste), Citreśvarī (Sudeste), Kulajā (Sul), Kirtināyikā (Sudoeste), Antarīkṣa Sarasvatī (Oeste), Ghaṭa Sarasvatī (Noroeste), Nīla (Norte), Kini Sarasvatī (Nordeste).

Os três tipos de Dhyāna são mencionados nos Ślokas 74-81. Eles são Sṛṣṭi Dhyāna, Sthiti Dhyāna e Saṁhāra Dhyāna. As deusas são meditadas usando, respectivamente, branco, vermelho e roupas pretas com ornamentos adequados àquelas roupas. A deusa tem quatro faces e oito mãos no Sṛṣṭi Dhyāna. Ela segura um kalaśa com água, lótus etc., nelas. No Sthiti Dhyāna ela tem uma única face e quatro mãos segurando uma conta, um colar, um cálice e fazendo o gesto Abhaya (que dissipa o medo) e Varadāna (que concede bênção). No Saṁhāra Dhyāna a deusa tem nove faces e dezoito mãos segurando diversos tipos de armas. O Taraṅga termina com o Śloka:

vidyāṁ saukhyaṁ dhanaṁ puṣṭiṁ āyuḥ kirtiṁ balaṁ striyaḥ |

rūpaṁ kamayamānena tarā sevya nirantaram ||

Os Ślokas 89-90 contêm as reivindicações desafiadoras que se o Mantra for repetido com as mãos nas cabeças de dois garotos de oito anos de idade nascidos de uma família de escolares, eles poderão discursar sobre o Vedāṅta e os tópicos Nyāsas. O autor desafia:

yaḥ kautukī as āścaryaṁ vidyāyāḥ paśyatu dhruvam |

Aquele que está ansioso por testar poderá ver a eficácia maravilhosa deste mantra.

Sexto Taraṅga. Este contém 99 Ślokas. Ele explica os Mantras de várias deusas: Chinnamastā, Reṇukā, Śabarī, Svayamvarā Kalā, Madhumatī, Pramadā, Pramodā e Bandi Devī. Quatro Yantras são descritos neste Taraṅga dos quais Svayamvarā Kalā Yantra merece menção especial. Bandhana Mokṣakāra Yantra também é valioso.

Sétimo Taraṅga. Este Taraṅga lida com Mantras de Vaṭa Yakṣṇi, Mekhalā Yakṣṇi, Viśala Yakṣṇi, Vārtāli (Vārāhi), Dhūmavatī, Karṇa Piśācini, Śītalā, Svapneśvarī, Mātaṅgī, Bāṇeśi e Kāmeśi. Existem 112 Ślokas neste Taraṅga. O Dhyāna Śloka de Vaṭa Yakṣṇi possui uma beleza literária:

aruṇa candana vastra vibhūṣitāṁ sajala toyada tulya tanurucam |

smara shurangadṛṣaṁ vaṭa yakṣṇiṁ kramuka nāga latā dalayukkarām ||

A deusa Vārtāli ou Vārāhi é adorada como Śatrughātinī (destruidora de inimigos). Este é um ritual Māraṇa com o objetivo de destruir os inimigos. Os quatro Yantras de Vaṭa Yakṣṇi, Mātaṅgī, Bāṇeśi e Kāmeśi

Oitavo Taraṅga. Ele contém 144 Ślokas e lida com os Mantras da deusa Bālā e Śyāmā. A tentação oferecida pelo autor logo no primeiro Śloka é extraordinária:

atha bālāṁ pravakṣyāmi mantrī śamsevya yāṁ drutam |

bṛhaspatiḥ kuberaśca jāyate vidyayā dhanaiḥ ||

Por recorrer a Bālā, o devoto pode se tornar um igual a Bṛhaspati em aprendizado e a Kubera em riqueza.

Nos Ślokas 39-42, o autor descreve o produto de vários ingredientes a serem usados para fazer uma marca na testa (tilaka) e alega que o devoto pode atrair todo tipo de pessoas e animais. O Dhyāna Śloka 119 é excelente até mesmo de uma visão literária. Especial menção deve ser dada às 64 yoginīs adoradas nos quatro quadrantes do Ᾱvaraṇa do Pūjana Yantra de Laghuśyāmā.

Nono Taraṅga. Este contém 132 Ślokas. As deusas mencionadas aqui são Annapūrṇā, Gaurī, Jyeṣṭhalakṣmī etc. A adoração da deusa Pratyaṅgirā para objetivo de erradicação de inimigos também é descrito.

Décimo Taraṅga. Este contém 120 Ślokas e lida com os Mantras de Bagalāmukhī, Svapnavārāhī, Vārtāli etc. Quatro Yantras são mencionados para a realização de vários objetivos. Muitos Ślokas de excelentes literaturas podem ser mencionados a partir desse Taraṅga.

Décimo Primeiro Taraṅga. Contém 111 Ślokas e é muito importante. Ele contém explicações detalhadas da adoração de Śrī Vidyā com várias mudrās e Nyāsas. O Nakṣatra Mātṛkā Nyāsa é de grande importância. Śrī Vidyā Pūjana Yantra é extremamente eficaz. Sua adoração está em voga em toda a Índia.

Décimo Segundo Taraṅga. Com 172 Ślokas também é muito importante. Os Parivāras (Comitiva) de Śrī Vidyā são explicados em detalhes. Eles são Kāmeśvarī Bhagamālinī, Nityaklinna, Bheruṇḍā, Vahnivāsini, Mahāvidyeśvarī, Śivadūti, Tvarita, Kulasundari, Nitya, Nīlapatakinī, Vijaya, Sarvamaṅgalā, Jvālāmālinī e Vicitrā. Estas são a Comitiva de Mahā Tripurasundarī (Śrī Vidyā). Várias Śaktis são também explicadas. O comentário lança luz sobre vários tipos de auxiliares de adoração nos Ślokas 153-154.

Décimo Terceiro Taraṅga. Possui 122 Ślokas que lidam com diversos tipos de adoração de Hanumān. Quatro Yantras são explicados, dos quais Hanumāt Dhāraṇa Yantra é extremamente importante (Ślokas 46-53). O comentário dá o Mūla Mantra de mais de 500 sílabas (utilizados no Yantra da capa deste livro). É um bom exemplo de uma prosa com requintada dicção.

Décimo Quarto Taraṅga. Ele contém 130 Ślokas descrevendo os vários Mantras de Viṣṇu. O autor é um bem conhecido devoto de Lakṣmī Nṛsiṁha e o Mantra que atende por esse nome é muito eficaz. Vários Dhyāna Ślokas são importantes em suas recitações até mesmo para apreciação literária.

Décimo Quinto Taraṅga. Possui 109 Ślokas que lidam com os Mantras de Sūrya, Maṅgala, Bṛhaspati e Śukra, ou Sol, Marte, Júpiter e Vênus, respectivamente.

Décimo Sexto Taraṅga. Contém 136 versos. O Mahāmṛtyuñjaya Mantra é extremamente importante. Ele também explica os Mantras de Gaṅgā, Maṇikarṇikā, Rudra e Kubera Devatās. O Rudrapūjana Yantra é para ser reverenciado por todos aqueles que buscam por todos os lados prosperidade. A característica notável nessa adoração é a utilização dos Mantras do Yajur Veda para fazer Nyāsa.

Décimo Sétimo Taraṅga. Possui 117 versos que lidam com os Mantras de Kārtavīryārjuna que é famoso por ser a encarnação do disco (Cakra) de Viṣṇu, ou seja, também chamado Sudarśana. Os dois Yantras utilizados para a realização de vários desejos são notáveis em menção.

Décimo Oitavo Taraṅga. Ele contém 212 Ślokas e é o mais longo dos Taraṅgas. Ele é extremamente importante porque fala do Caṇḍī Pāṭhaḥ, dos rituais Śata Caṇḍī etc., muito populares até mesmo entre os devotos. Ele também menciona alguns rituais agressivo, tais como Mohana, Uccāṭana, Māraṇa etc., que são explicados como auxiliares na adoração da deusa.

Décimo Nono Taraṅga. Contém 149 versos. Ele lida com os Mantras de Caraṇāyudha, Sastṛ (adorada como Ayyappa em Kerala), Sadaśiva, Pinākin, Mahādeva, Hara etc.

Vigésimo Taraṅga. Possui 131 Ślokas de grande importância para o devoto, assim como para o pesquisador que deseja estudar sobre as práticas dos cultos da Idade Média. Vários tipos de Yantras e modos de utilizá-los para o objetivo de realização de muitos desejos mundanos como explicado aqui em detalhes. Mais do que 25 Yantras foram detalhados. Especialmente digno de notas são:  Dhanika Vaśyakara (45-49), Yāvajjīvanavaśyakara (57-64), Pativaśyakara (74-79), Māraṇa Yantra (96-100) e Sarvaṇākarṣaṇabhairava (122-131).

Vigésimo Primeiro Taraṅga. Este contém 170 Ślokas. Ele lida com a técnica da realização da adoração diária, banho ritualístico, aplicação de Tilaka, Gāyatrī Mantra etc.

Vigésimo Segundo Taraṅga. De 179 Ślokas, contém análise detalhada e explicações sobre os rituais sagrados restantes, Mudrās, Arghya, Puṣpāñjali etc.

Vigésimo Terceiro Taraṅga. Contém 100 Ślokas que lidam com a adoração ritualística com flores Damana etc., e tópicos semelhantes.

Vigésimo Quarto Taraṅga. Possui 131 Ślokas e fala do Mantra Śodhana, como mencionado anteriormente.

Vigésimo Quinto Taraṅga. Com 132 Ślokas, esse Taraṅga lida com os Ṣaṭkarmas, ou seja, Śānti, Vaśya, Stambhana, Dveṣa, Uccāṭana e Mārana.

Assim é obvio que o trabalho é enciclopédico e requer um cuidadoso estudo a partir do ponto de vista religioso, assim como daquele de um pesquisador escolar acadêmico.

No último Taraṅga o autor dá alguns detalhes pessoais nos versos 121-125. Entendemos que ele pertenceu ao Vatsa Gotra. Seu avô foi Katnākara e seu pai foi Phānu Bhaṭṭa. Ele renunciou ao mundo considerando-o insignificante. Ele foi para Vārāṇasi para adorar Nṛsiṁha. Ele teve um filho chamado Kalyāna. Muitos escolares pediram a ele para coletar junto todos os pontos relevantes relacionados aos Mantras e compilar um único livro. Nosso Mantra Mahodadhi é o resultado.

Em algumas poucas palavras finais sobre a tradução. Tentamos ser o mais fiel possível ao original de acordo com nossa capacidade. Errar é humano, e erra nesta difícil arena é igualmente se não mais humano. Ansiamos pela indulgencia dos escolares eruditos e para nos aconselhar apontando nossos erros, se houver. Os trabalhos disponíveis agora em impressos, não demoram a elucidar o tema obscuro de forma adequada. Centenas de erros de impressão e deslizes editoriais minimizam a utilidade de muitos deles. Tivemos que ler os versos e passagens em prosa com muito cuidado antes de traduzi-los. Mesmo assim, muitos lugares foram considerados desconcertantes. Esperamos que, com a cooperação de homens eruditos, esses erros possam ser retificados na próxima edição.

 

Conselho de Estudiosos

Delhi, 1984

 

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