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Capítulo 14 – Consagração e Avadhūtas

⏪Capítulo 13 _____________________________________________________________________ Início ⏩


महा निर्वाण तन्त्रम्
Mahā Nirvāṇa Tantram


Uma tradução feita por:
Karen de Witt
Uma yoginī em seva a Śrī Śiva Mahādeva
(karen_de_witt@hotmail.com)
A partir de diversos autores.
© Todos os direitos reservados. A tradução não pode ser comercializada sob qualquer meio. Este é um trabalho de seva e está disponibilizado gratuitamente na internet.
Rio de Janeiro
PRIMEIRA TRADUÇÃO: 2009
REVISÃO:2020/2021

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Capítulo 13 – Instalação do Devatā

 ⏪Capítulo 12 _____________________________________________________________________ Capítulo 14 ⏩



महा निर्वाण तन्त्रम्
Mahā Nirvāṇa Tantram


Uma tradução feita por:
Karen de Witt
Uma yoginī em seva a Śrī Śiva Mahādeva
(karen_de_witt@hotmail.com)
A partir de diversos autores.
© Todos os direitos reservados. A tradução não pode ser comercializada sob qualquer meio. Este é um trabalho de seva e está disponibilizado gratuitamente na internet.
Rio de Janeiro
PRIMEIRA TRADUÇÃO: 2009
REVISÃO:2020/2021

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13:1 – Pārvatī, a Mãe dos três mundos, Sua mente absorta em pensamentos para a purificação dos homens poluídos com as impurezas da Era de Kali, humildemente questionou Maheśa, o Deva dos Devas, que falou da essência de todos os Nigamas, o qual é a Semente do paraíso (Svarga) e a Liberação final (mokṣa).

Śrī Devī disse:

13:2-3 – Como Mahākālī pode ser dotada de forma, Ela que é a Grande Causa (mahat-tattva), o Poder Primordial (Ādī Śakti), a Grande Luz, mais sutil do que o mais sutil dos elementos? É apenas o Efeito de Prakṛti, o qual tem forma. Como ela pode ter forma? Elas está acima do mais elevado. Isto cabe a Ti, Oh Deva!, remover completamente minha dúvida.

Śrī Sadāśiva disse:

13:4-13 – Amada!, eu já disse que para atender as necessidades dos adoradores a imagem da Devī é formada de acordo com Suas qualidades e ações. Assim como as cores branca, amarela e outras, todas desaparecem no preto, da mesma forma, Oh Śailajā!, todos os seres entram em Kālī. Portanto é, por aqueles que alcançaram o conhecimento dos meios da Liberação final, que os a Kālaśakti sem atributos, sem forma e beneficente é dotada com as cores da escuridão. Assim como o eterno e imutável e beneficente Um na forma de Kāla é o próprio néctar, portanto, o sinal da Lua é colocado em Sua testa. Assim como ela sobrevive ao universo inteiro, o qual é o produto do Tempo, com Seus três olhos – a Lua, Sol e Fogo – portanto, Ela é dotada com três olhos. Assim como na Dissolução final Ela devora toda a existência, assim como Ela mastiga todas as coisas existentes com Seus dentes ferozes, portanto, uma massa de sangue é dito ser o vestuário da Rainha dos Devas. Assim como Ela protege todos os seres do perigo e Oh Śivā, assim como Ela os direciona nos caminhos dos deveres, Suas mãos estão levantadas para dissipar o medo (abhaya mudrā) e conceder bênçãos (vara mudrā). Assim como Ela abrange os mundos, os quais são o produto de Rajoguṇa, Ela é mencionada, Oh Gentil!, como a Devī que está sentada em um lótus vermelho. A Devī, Que é a própria Consciência testemunha todas as coisas está olhando para Kāla exaltado com o vinho da ignorância e jogando com o universo. É para o benefício de tais adoradores de pouco entendimento que as diferentes formas são imaginadas de acordo com os atributos da Divindade.

Śrī Devī disse:

13:14-18 – Que mérito o adorador adquire ao fazer a imagem da Grande Devī de barro, pedra, madeira ou metal de acordo com a representação descrita por Ti para a salvação da humanidade, e quem a veste com roupas e joias e quem, em uma casa belamente decorada, a consagra? Oh Senhor!, por Tua gentileza a Mim, revele isto também, com todas as regras particulares pelo qual a imagem da Devī deve ser consagrada. Tu já disseste da consagração dos tanques, poços, casas, jardins e da imagem dos Devas, mas não disseste em detalhes. Eu desejo ouvir as injunções relativos a eles a partir da Tua boca de lótus. Por Tua gentileza, fala, Oh Parameśāna!, se Te agradas.

Śrī Sadāśiva disse:

13:19 – Oh Parameśvarī!, esta é uma pergunta muito secreta e importante, o qual Tu tens feito. Portanto, ouça atentamente.

13:20 – Existem duas classes de homens – aqueles que agem com e aqueles que agem sem objetivar os frutos da ação. Os últimos alcançam a Liberação. Agora falo do primeiro.

13:21-22 – Amada! O homem que consagra a imagem de um Deva, vai para a região de tal Deva e desfruta daquilo que é possível. Quem consagra uma imagem de barro permanece em tal região por dez mil Kalpas. Quem consagra uma imagem de madeira, permanece lá dez vezes aquele período. No caso da consagração e uma imagem de pedra, a duração da estadia é dez vezes maior do que o último período, e no caso da consagração de uma imagem de metal, é dez vezes mais do que o último período mencionado.

13:23-25 – Ouça o mérito que é adquirido pelo homem que, em nome de qualquer Deva, ou para a realização de qualquer desejo, constrói e consagra um templo feito de madeira e de palha e outros materiais, ou renova tal templo, decorando com bandeiras e imagens dos vāhanas (veículos) do Deva. Aquele que faz um templo de palha deve viver na região dos Devas por mil Koṭi (crore = 100 lacs) anos (ou seja 10.000.000 anos). Quem constrói um templo de tijolo deve viver cem vezes aquele período, e quem dá um templo de pedra, dez mil vezes o último período.

13:26-28 – Ādyā! O homem que constrói e dedica uma ponte ou calçada não deve ver a região de Yama, mas alcançara feliz a morada dos Suras e desfrutará da companhia deles. Quem dedica árvores e jardins vai para a região dos Devas e vive em casas celestiais rodeadas de árvores Kalpa no gozo de todos os prazeres desejados e agradáveis. Aqueles que dedicam tanques e assim por diante para o conforto de todos os seres, são lavados de todos os pecados e, tendo alcançado a bem aventurada região de Brahmā, residem lá cem anos por cada goda de água que o tanque contém.

13:29-31 – Devī! O homem que dedica a imagem de um Vāhana para agradar qualquer Deva, deve viver continuamente na região de tal Deva protegido por Ele. Dez vezes o mérito é adquirido na terra pela doação de um Vāhana feito de barro é adquirido pela doação feita de madeira, e dez vezes o último é adquirido pela doação feita de pedra. Deve o vāhana ser feito de latão, metal de sino ou de cobre, ou qualquer ouro metal, e então o mérito é multiplicado em cada caso dez vezes.

13:32-35 – O excelente adorador deve presentear um grande leão para o templo da Devī, um touro para o templo de Śaṅkara e um Garuḍa para o templo de Keśava. O grande Leão tem dentes afiados, uma boca feroz e juba em seu pescoço e ombros. As garras de suas quatro patas são tão firmes quanto raios. O Touro é chifrudo, é de corpo branco e tem quatro cascos pretos, uma grande corcunda, cabelos pretos no final de seu rabo e ombros pretos. O Garuḍa é alado, tem coxas como um pássaro e um rosto como a de um homem com um longo nariz. Ele está sentado e com as palmas unidas.

13:36-38 – Pela doação de bandeiras e mastros de bandeiras, os Devas permanecem agradados por cem anos. Os mastros de madeiras devem ter trinta e dois cúbitos de comprimento e deve ser fortes sem defeitos, retos, e agradáveis de olhar. Devem ser envoltos com um tecido vermelho, com um Cakra no seu topo. A bandeira deve ser amarrada no topo do mastro e deve ser marcada com a imagem do vāhana do Devatā. Ela deve ser largo na parte próxima do mastro e estreito na outra extremidade. Ela deve ser feita de tecido fino. Em suma, qualquer ornamento no topo de um mastro de bandeira, é uma bandeira.

13:39-40 – Qualquer coisa que um homem presenteia com fé e devoção no nome de um Deva, seja roupas, joias, camas, carruagens, vasos para beber e comer, pratos pān (feitos de folhas de betel), escarradeira, pedras preciosas, pérolas, coral, joias, ou qualquer outra coisa com o qual ele esteja agradado, tal homem alcança a região de tal Deva e recebe em torno um Koṭi (dez milhões) de vezes os presentes dados.

13:41 – Aqueles que adoram com o objetivo de alcançar uma particular recompensa, ganham tal recompensa, o qual é como perecível como um reinado desfrutado em um sonho. Aqueles, contudo, que agem sem esperança de recompensam, alcançam Nirvāṇa e são liberados do renascimento.

Vāstu Daitya

13:42-43 – Nas cerimonias relacionadas à dedicação de um reservatório de água, uma casa, um jardim, uma ponte, uma estrada, um Devatā, ou uma árvore, o Vāstu Daitya deve ser cuidadosamente adorado. O homem que realiza qualquer uma dessas cerimonias sem adoração do Vāstu Daitya, é atormentado pelo Vāstu Daitya e seus seguidores.

13:44-45 – Os doze seguidores do Vātu Daitya são Kapilāsya, Piṅgakeśa, Bhīṣaṇa, Raktalocana, Koṭarākṣa, Lambakarṇa, Dīrghajaṅgha, Mahodara, Aśvatuṇḍa, Kākaṇṭha, Vajrabāhu e Vratāntaka, e estes seguirdores de Vāstu devem ser propiciados com grande cuidado.

13:46 – Agora ouça!, estou falando do Maṇḍala onde o Vāstu Puruṣa deve ser adorado.

Vāstu Maṇḍala

13:47-48 – Em um altar ou em um espaço nivelado, o qual deve ter sido bem lavado com água pura, uma linha reta deve ser desenhada, um cúbito de comprimento, a partir de Vāyu (noroeste) para Īśāna (nordeste). Do mesmo modo, outra linha deve ser desenhada do canto de Īśāna para Agni (sudeste), e outra linha do canto de Agni para Nairṛta (sudoeste) e deste para Vāyu.


13:49-50 – Por estas linhas retas, um Maṇḍala quadrado deve ser desenhado. Então, duas linhas devem ser desenhadas a partir dos cantos diagonalmente. Como quatro rabos de peixe.

13:51-57 – O adorador, versado no ritual, deve então desenhar duas linhas, um do Oeste para o Leste e outra do Norte para o Sul, através do ponto onde as linhas diagonais se cruzam, de modo a passar através da ponta dos rabos de peixes. Então, quatro linhas diagonais devem ser desenhadas conectando os cantos dos quatro quadrados internos assim formados pelas linhas de cada um dos cantos. De acordo com essas regras, dezesseis espaços devem ser desenhados com cinco cores diferentes, e um excelente yantra assim é feito. Nas quatro salas do meio, desenhe um belo lótus com quatro pétalas, o pericarpo de cor amarela e vermelha, e os filamentos vermelhos. As pétalas podem ser brancas ou amarelas, e os interstícios podem ser coloridos com qualquer cor escolhida. Iniciando com o canto de Śambhu (nordeste), os doze espaços devem ser preenchidos com as quatro cores – ou seja, branca, preta, amarela e vermelha. No preenchimento dos espaços, deve-se ir para a esquerda, e na adoração dos Devas, deve-se ir para a direita.

13:58-60 – O Vāstu Espírito deve ser adorado no lótus, e os doze Daityas, Kapilāsya e outros, devem ser adorados nas doze salas iniciando do canto de Īśāna (nordeste). O fogo deve ser consagrado de acordo com as injunções estabelecidas pelo Kuśaṇḍikā (Veja Capítulo 9, vv 14-39), e depois de oferecer oblações com a melhor de sua habilidade, o Vāstu-Yajña deve ser concluído. Eu tenho prescrito, Oh Devī!, a auspiciosa Pūjā para Vāstu, para que um homem nunca sofra dos perigos de Vāstu (e seus seguidores).

Śrī Devī disse:

13:61 – Tu descreveste o Maṇḍala e as injunções relativas à adoração do Vāstu, mas, Meu Marido, Tu não falaste do Dhyāna; revele-o agora.

Śrī Sadāśiva disse:

13:62 – Estou falando do Dhyāna do Vāstu-Rākṣasa (outro nome de Vāstudaitya) que pela constante e devotada repetição todos os perigos são destruídos. Oh Maheśānī! Ouça.

Dhyānam Vāstudaitya

13:63-66 – O Deva Vāstu-pati (outro nome para Vāstudaitya) deve ser meditado como de quatro braços, um grande corpo, sua cabeça coberta com cabelo emaranhado, com três olhos, de aspecto feroz, enfeitado com guirlandas e brincos, com uma grande barriga, longas orelhas e corpo peludo, usando roupas amarelas, segurando em suas mãos uma clava, um tridente, um machado e o khaṭvāṁga (um bastão com um crânio no topo). Deixe-o ser imaginado vermelho como o Sol nascente e como o Deva da Morte para os inimigos, sentado em Padmāsana sobre as costas de uma tartaruga, rodeado por Kapilāsya e os outros poderosos seguidores, carregando espadas e escudos.

Dhyānam Mantra:

caturbhujaṁ mahākāyaṁ jaṭāmaṇḍitamastakam |

trilocanaṁ karālāsyaṁ hārakuṇḍalaśobhitaṁ || 64

lambodaraṁ dīrghakarṇaṁ lomaśaṁ pītavāsanam | gadātriśūlaparaśukhaṭvāṅgaṁ dadhataṁ karaiḥ || 65

asicarmmadharairvīraiḥ kapilāsyādibhirvṛtam |

śatrūṇāmantakaṁ sākṣādudyadādityasannibham || 66

13:67-68 – Sempre que houver pânico causado por pestilência ou epidemias, uma apreensão de qualquer calamidade pública, perigo devido às más influências para seus filhos, ou medo surgindo de animais ferozes ou Rākṣasas (espíritos demoníacos), então Vāstu com seus seguidores deve ser meditado como acima e, em seguida, deve ser adorado, e assim toda forma de paz pode ser obtida por oferecer oblações de sementes de gergelim, ghee e Pāyasa.

Pāyasa é um tipo de creme feito com leite, açúcar, ghee e arroz (sem ovos). O arroz pode ser substituído por farinha de trigo grossa.

13:69-72 – Oh Suvratā!, nestes ritos os Navagrahas (nove planetas) e os dez Dikpālas (guardiões dos quadrantes) devem ser adorados da mesmo forma como Vāstu é adorado. Brahmā, Viṣṇu, Rudra, Vāṇī, Lakṣmī, Śaṅkarī, as mães celestiais, Gaṇeśa e os Vasus (oito em número) também devem ser adorados. Oh Kālikā!, se nesses ritos os Pitṛs (ancestrais, Manes) não forem satisfeitos, então tudo que for feito, torna-se infrutífero e haverá perigo em cada estágio. Portanto, Oh Maheśvarī!, em todos esses ritos Ābhyudayika Śrāddha (Veja Capítulo X) deve ser realizado para a satisfação dos Pitṛs.

Navagraha Yantra

13:73 – Devo falar agora do Graha Yantra que é a causa de todo tipo de paz. Se os Dikpālas, Indra e outros, e todos os planetas forem adorados lá, eles concedem cada desejo.

 




13:74-80 – A fim de desenhar o yantra, três triângulos devem ser desenhados com um círculo fora deles, e fora deles, mas tocando o círculo, oito pétalas devem ser desenhadas. Em seguida, um belo Bhūpura (a parte externa com as quatro portas) deve ser desenhado com quatro entradas e (fora do Bhūpura) entre o Leste e Nordeste, um círculo deve ser desenhado com o diâmetro do comprimento de um prādeṣa (Veja, Cp. VI, verso 150). E entre o Oeste e o Sudoeste, outro círculo semelhante deve ser desenhado. Em seguida, os nove triângulos (desenhados dentro do círculo) devem ser preenchidos com as cores dos nove planetas, e nos lados esquerdo e direito dos triângulos centrais, deve ser feito branco e amarelo, e a base deve ser preta. As oito pétalas devem ser preenchidas com as cores dos oito regentes dos quadrantes. Os muros do Bhūpura devem ser decorados com branco, vermelho e preto (pós coloridos) e, Oh Devī! Os dois círculos, cada um da medida de um prādeṣa, fora do Bhūpura, devem ser colorido, o superior de vermelho e o inferior de branco e os espaços intermediários do Yantra devem ser coloridos de qualquer maneira que o sábio escolher. 

As cores dos Dikpālas são: Indra (amarelo), Agni (vermelho), Yama (preto), Nirṛti (azul escuro ou verde escuro), Vāruṇa (branco), Vāyu (preto), Kubera (dourado), Īśāna (cor da Lua cheia).

Direção de Adoração dos Dikpāla

13:81-85 – Ouça agora a ordem no qual cada planeta deve ser adorado nas casas particulares, e no qual cada Dikpati (os Dikpālas) deve ser adorado nas respectivas pétalas, e os nomes dos Devas que são apresentados em cada entrada. No triângulo interno o sol deve ser adorado e nos ângulos dos dois lados Aruṇā (carruagem do Sol) e Śikhā (os raios do Sol). Atrás dele, com a guirlanda de raios (Sūrya), os dois padrões dos dois ferozes (Śikhā e Aruṇa) devem ser adorados. Adore o Fazedor das noites (Rajanīkara, a Lua) no triângulo acima do Sol no Leste; no canto de Agni (Sudeste), Maṅgala; no lado Sul, Budha; no Nirṛta canto, Bṛhaspati; no Oeste, Śukra; no canto de Vāyu, Śani; no canto do Norte, Rāhu; e no canto de Īśāna, Ketu e, por último, em torno da Lua, a multidão de estrelas (nakṣatras). Sol é vermelho, Lua é branca, Maṅgala é marrom, Budha é pálido ou branco amarelado, Bṛhaspati é amarelo, Śukra é branco, Śani é preto e Rāhu e Ketu são de cores misturadas. Assim eu falei das diferentes cores dos grahas.

Dhyānam Navagraha

13:86-88 – O Sol deve ser meditado como tendo quatro mãos, em duas das quais ele segura um lótus e nas outras duas ele faz os gestos que dissipa o medo (abhayakara mudrā) e que concede bênçãos (vara mudrā). A Lua deve ser meditada como possuindo néctar em uma mão e na outra fazendo o gesto de doação (dāna mudrā). Maṅgala deve ser meditado como ligeiramente curvado e segurando um bastão em suas mãos. O filho de Candra, Budha, deve ser meditado como um garoto, com as mechas de seus cabelos sobre sua testa. Guru deve ser meditado com um cordão sagrado e segurando um livro em uma mão e um cordão de Rudrākṣa na outra. E o Guru dos Daityas, Śukra, deve ser meditado como cego de um olho. Śani como um coxo. Rāhu como com uma cabeça sem tronco e Ketu como um tronco sem cabeça, ambos deformados e perversos.

Dhyānam Dikpāla

13:89-96 – Tendo adorado cada um dos planetas desta forma, os oito Dikpālas, Indra e outros, iniciando do Leste, devem ser adorados. Ele que possui mil olhos, de uma cor amarela, deve primeiro ser adorado. Ou seja, Indra Devatā. Ele está vestido com roupas de seda amarela e segurando o trovão/raio em sua mão e está sentado sobre o Airāvata (seu vāhana, o elefante). O corpo de Agni é de um tom vermelho. Ele está sentado sobre uma cabra, em sua mão ele segura a Śakti (sua arma em forma de machado). Yama é da cor preta e segura um Daṇḍa (arma em forma de bastão) e está sentado sobre um búfalo. Nirṛti é da cor verde escura e segura uma espada em sua mão e está sentado sobre um cavalo. Vāruṇa é branco e está sentado sobre um Makara (mítico animal com rabo de peixe e corpo de jacaré) e segura um pāśa (um laço) em sua mão. Vāyu deve ser meditado como possuído de uma cor preta radiante, sentado sobre um cervo e segurando um aṅkuśa (um aguilhão). Kubera é da cor do ouro e está sentado sobre um assento de leão com joias, segurando um pāśa (um laço) em uma mão e um aṅkuśa na outra mão. Ele está rodeado por Yakṣas (Devayoni) que estão cantando seus louvores. Īśāna está sentado sobre um touro, ele segura o Triśūla (tridente) em uma mão e com a outra mão concede bênçãos. Ele está vestido com roupas feitas de pele de tigre e seu brilho é como aquele da Lua Cheia. Tendo assim meditado e os adorado nesta ordem, Brahmā deve ser adorado na parte superior do círculo (de cor vermelha) o qual está do lado de fora do Maṇḍala, e Viṣṇu no círculo inferior (de cor branca). Em seguida, os Devatās nas entradas devem ser adorados.

Devatās das Portas do Bhūpura

13:97-98 – Ugra, Bhīma, Pracaṇḍa e Īśa estão na entrada Leste. Jayanta, Kṣetra-pāla, Nakuleśa e Vṛhatśirāḥ estão na entrada do Sul. Na porta do Oeste estão Vṛka, Aśva, Ānanda e Durjaya. E Triśirāḥ, Purajit, Bhīmanāda e Mahodara estão na entrada do norte. Como protetores das entradas, eles estão todos com armas, ofensivas e defensivas.

Dhyānam Brahmā e Ananta

13:99-101 – Suvratā! Ouça o Dhyāna (imagem mental) de Brahmā e Ananta. Brahmā é da cor do lótus vermelho e tem quatro mãos e quatro faces. Ele está sentado sobre um cisne. Com duas de suas mãos ele faz os gestos que dissipa o medo e que concede bênçãos, e com as outras ele seguira uma guirlanda e um livro. Ananta é branco como a neve, a flor Kunda e a Lua. Ele tem milhares de olhos e pés, milhares de mãos e faces, e ele deve ser meditado como acima de Suras e Asuras (Devas e Daityas).

13:102 – Amada!, eu falei da meditação, do modo de adoração e do Yantra. Agora, minha amada, ouça os seus mantras em suas ordens, iniciando com o Vāstu mantra.

Vāstu e Navagraha Mantras

13:103-112 – Quando kṣa-kāra é colocado sobre o Carregador de Oblações (Agni Deva), e as seis vogais longas são adicionadas a ele, e adornada com o Nāda-Bindu, o mantra de seis letras de Vāstu é formado. Sūrya Mantra é assim formado: primeiro o Tāra (oṁ-kāra) deve ser dito; em seguida o Māyā (hrīṁ); então a palavra tīgmaraśme (oh tu com raios ardentes); em seguida, a palavra ārogyada (para o doador de saúde) no dativo singular; e, por último de tudo, a Śakti do Fogo (Svāhā é a esposa de Agni). O Mantra aprovado de Soma é formado por dizer os bījas de Kāma (klīṁ), Māyā (hrīṁ) e Vāṇī (aiṁ) seguido de amṛta-karā, amṛtam plāvaya plāvaya svāhā. O Mantra de Maṅgala é aiṁ hrāṁ hrīṁ sarvaduṣṭān nāśāya nāśāya svāhā. O Mantra do filho de Soma é hrāṁ śrīṁ saumya sarvān kāmān pūraya svāhā. O Mantra de Suraguru é formado assim: deixe o Tāra preceder e seguir o bīja de Vāṇī e, em seguida, diga abhīṣṭam yaccha yaccha e finalize com svāhā. O Mantra de Śukra é śāṁ śīṁ śūṁ śaiṁ śauṁ śaḥ. O Mantra daquele de Movimento Lento (Śani) é hrāṁ hrāṁ hrīṁ hrīṁ sarvaśatrūm vidrāvaya vidrāvaya mārtaṇḍasūnave namaḥ - destrua, destrua todos os inimigos – eu me curvo a Mārtaṇḍa. O Mantra de Rāhu é rāṁ hrauṁ bhrauṁ hrīṁ somaśātro śatrūm vidhvaṁsaya vidhvaṁsaya rāhave namaḥ - Oh inimigo de Soma (Lua)!, destrua, destrua todos os inimigos. Eu me curvo a Rāhu. krūṁ hrūṁ kraiṁ ketave svāhā é o mantra de Ketu.

Vāstu Mantra: kṣrāṁ kṣrīṁ kṣrūṁ kṣraiṁ kṣrauṁ kṣraḥ ||

Sūrya Mantra: oṁ hrīṁ tīgmaraśme ārogyadāya svāhā ||

Soma Mantra: klīṁ hrīṁ aiṁ amṛtakarāmṛtam plāvaya plāvaya svāhā ||

Maṅgala Mantra: aiṁ hrāṁ hrīṁ sarvaduṣṭān nāśāya nāśāya svāhā ||

Budha Mantra: hrāṁ śrīṁ saumya sarvām kāmām pūraya svāhā ||

Bṛhaspati Mantra: oṁ aiṁ oṁ suraguro abhīṣṭam yaccha yaccha svāhā ||

Śukra Mantra: śāṁ śīṁ śūṁ śaiṁ śauṁ śaḥ ||

Śani Mantra: rāṁ hrāṁ hrīṁ hrīṁ sarvaśatrūm vidrāvaya vidrāvaya mārtaṇḍasūnave namaḥ ||

Rāhu Mantra: rāṁ hrauṁ bhrauṁ hrīṁ somaśātro śatrūm vidhvaṁsaya vidhvaṁsaya rāhave namaḥ ||

Ketu Mantra: krūṁ hrūṁ kraiṁ ketave svāhā ||

Mantras dos Dikpālas

13:113-114 – Laṁ, Raṁ, Mṛṁ, Strūṁ, Vaṁ, Yaṁ, Kṣaṁ, Hauṁ, Brīṁ e Aṁ são, nesta ordem, os dez mantras dos dez Dikpālas, iniciando com Indra e terminando com Ananta. Os nomes dos outros Devas atendentes são seus mantras; em todos as instâncias, onde não houver nenhum Mantra mencionado, esta é a regra ordenada por Śiva.

13:115 – Soberana Ministra dos Devas! O homem sábio não deve adicionar namaḥ aos mantras que terminam com a palavra namaḥ e nem deve colocar a Śakti de Vahni (svāhā) nos mantras terminados com svāhā. Para os Planetas e outros deve ser dado flores, roupas e joias, mas a cor dos presentes deve ser a mesma como aquela dos respectivos planetas, caso contrário eles não são agradados. O homem sábio deve colocar fogo na maneira prescrita como no Kuśaṇḍikā e realizar homa quer com flores de cores variadas ou com sagrado combustível (samidh, certos tipos de madeiras utilizadas para tais propósitos).

Objetivos dos Ritos

13:116-120 – Nos ritos de śānti (objetivo de paz, boa fortuna) e puṣti (nutrição ou prosperidade), o Carregador das Oblações (Agni) é chamado Varada (aquele que concede bênçãos). Nos ritos relativos à consagração (Pratiṣṭhā), ele é chamado Lohitākṣa (que possui olhos avermelhados). Nos ritos de destruição (krūra-karmaṇi), ele é chamado Śatruhā (destruidor dos inimigos). Maheśānī!, nos ritos de śānti, puṣṭi e krūra, o homem que adora os Planetas obterá o fim desejado. Como nos ritos relativos à consagração, os Devas devem ser adorados e libações devem ser oferecidas aos Pitṛs, assim como também deve haver os mesmos sacrifícios para Vāstu e os Planetas.

13:121 – Deve-se realizar dois ou três ritos consagratórios e sacrificiais no mesmo dia, então a adoração dos Devas, o Śrāddha dos Pitṛs e Consagração do Fogo são necessários apenas uma vez.

13:122-123 – Quem deseja o fruto de suas observâncias não deve dar a qualquer Deva reservatórios de água, casas, jardins, pontes, estradas, carruagens, veículos, roupas, joias, copos de bebida e pratos de comida, ou qualquer outra coisa que ele possa desejar dar, sem primeiro purificar e consagrar os mesmos.

13:124 – Em todos os ritos realizados com um objetivo último, o sábio deve, em todos os casos, realizar um saṅkalpa (determinação do rito) de acordo com direções, para a realização plena do bom objetivo.

13:125 – Completo mérito é obtido quando a coisa a ser oferecida é primeiro purificada, adorada e mencionada pelo nome, e então o nome dele, a quem é ofertado, é pronunciado.

Mantras de Consagração

13:126 – Falarei para você agora dos Mantras para a consagração de reservatórios de água, casas, jardins, pontes, estradas e árvores. Os mantras (de consagração) devem sempre ser precedidos pelo Brahma-Vidyā (Brahma-Gāyatrī).

Gāyatrī Mantra: oṁ parameśvarāya vidmahe paratattvāya dhīmahi | tanno brahma pracodayāt ||

13:127 – Reservatório de Água! Tu que deste vida a todos os seres! Tu que és presidido por Vāruṇa! Que esta consagração feita por ti (por mim) dê satisfação a todos os seres que vivem e que se movem na água, na terra e no ar.

Mantra Reservatório de Água: jīvanādhāra! jīvanāṁ jīvanaprada! vāruṇa | prokṣaṇe tava tṛpyantu jalabhūcarakhecarāḥ ||

13:128 – Casa, tu és feita de madeira e grama, tu és a favorita de Brahmā. Eu estou consagrando a ti com água. Sejas tu sempre a causa de prazer.

Mantra Casa: tṛṇakāṣṭhādisambhūta vāseya brahmaṇaḥ priya | tvāṁ prokṣayāmi toyena prītaye bhava sarvadā ||

13:129 – Quando consagrar uma casa feita de tijolos e outros materiais, deve dizer: “Casa feita de tijolos” (iṣṭakā disambhūta), e assim por diante.

13:130 – Jardim! Tu és agradável pela razão de teus frutos, folhas, ramos e sombras. Estou te aspergindo com água sagrada, conceda-me todos os meus desejos.

Mantra Jardim: phalaiḥ patraiśca śākhādyaiśchāyābhiśca priyaṅkarāḥ | yacchantu me’khilānkāmānprokṣitāstīrthavāribhiḥ ||

13:131 – Ponte! Tu és como a ponte cruzando o Oceano da Existência, tu és benvinda para o viajante. Tu estás sendo consagrada por mim, conceda-me a recompensa adequada disto.

Mantra Ponte: setustvaṁ bhava sindhūnāṁ pāradaḥ pathikapriyaḥ | mayā saṁprokṣitaḥ seto! yathoktaphalado bhava ||

13:132 – Estrada! Estou consagrando a ti. Assim como tu ajudas as pessoas a irem de um lugar a outro, assim me ajude em meu caminho para o paraíso.

Mantra Estrada: saṁkrama! tvāṁ prokṣayāmi lokānāṁ saṁkramaṁ yathā | dadāsīha tathā svarge saṅkramo me pradīyatām ||

13:133 – O sábio deve usar o mesmo Mantra na consagração de uma árvore como prescrito para a aspersão de um jardim. Na consagração de todas as outras coisas, o Praṇava (oṁ), Vāruṇa (Vaṁ) e o Astra (Phaṭ) devem ser utilizados.

13:134-136 – Aqueles Vāhanas que podem ser banhados, devem ser banhados com o Brahma-Gāyatrī. Outros (que não podem ser banhados), devem ser aspergidos com água do arghya retirado com pontas de grama kuśa. Depois de realizar o Prāṇāpratiṣṭhā, chamando pelo nome, o Vāhana chamado por seu nome deve ser devidamente adorado e enfeitado e então dado para o Devatā.

13:137 – Enquanto consagra um reservatório de água, Vāruṇa, o Senhor dos animais aquáticos, deve ser adorado. No caso de consagrar uma casa, Brahmā, o Senhor de todos os seres viventes, deve ser adorado. Enquanto consagra um jardim, uma ponte, uma estrada, Viṣṇu, o Protetor do Universo e Espírito de tudo, que testemunha tudo e é onipresente, deve ser adorado.

Śrī Devī disse:

13:138-139 – Tu falaste das diferentes injunções relativas aos diferentes ritos, mas tu não falaste da ordem pelo qual o homem deve praticá-las. Os ritos que não são realizados apropriadamente de acordo com a ordem prescrita, mesmo realizados com trabalho, ainda assim não produzem o benefício completo para os homens que seguem o karma da vida.

Śrī Sadāśiva disse:

13:140-141 – Oh Parameśvarī! Tu és beneficente como uma mãe. O que dizes é, de fato, o melhor para os homens cujas mentes estão ocupadas com os resultados de seus esforços. As práticas relacionadas aos ritos acima mencionados são diferentes. Devī! Estou relacionando-as em suas ordens iniciando com o Vāstu Yāga. Ouça atentamente.

1. Vāstu Yāga

13:142-143 – Aquele que deseja realizar o Vāstu-yāga deve, no dia anterior, regular sua alimentação (tal como haviṣyānna). Depois de banhar-se nos deveres religiosos diários comuns, ele deve adorar Guru e Nārāyaṇa. Depois de fazer saṅkalpa, ele deve adorar Gaṇeśa e os outros para a realização de seu próprio objetivo de acordo com as regras mostradas nas prescrições.

13:144 – Dhyānam Gaṇapati – Adore Gaṇapati que é da cor da flor bandhūka (vermelha) e tem três olhos, cuja cabeça é a de um elefante, cujo cordão sagrado (yajñopavīta) é feito do Rei das Serpentes (Rāja Nāga), que está segurando em suas quatro mãos de lótus, uma concha, um disco, uma espada e um lótus, em cuja cabeça está uma jovem Lua crescente, cujo brilho e refulgência de seu corpo e vestimentas é como aquele do Sol, que está ornamentado com várias joias e sentado sobre um lótus vermelho.

Dhyānam Gaṇapati: bandhūkābhaṁ trinetraṁ dviradavaramukhaṁ nāgayajñopavitam | śaṅkhaṁ cakraṁ kṛpāṇaṁ vimalasarasijaṁ hastapadmairdadhānam || udyadbālendumauliṁ dinakarakiraṇoddīptavastrāṅgaśobham | nānālaṅkāryuktaṁ bhajata gaṇapatiṁ raktapadmopaviṣṭam ||

13:145-152 – Tendo meditado assim e adorado Gaṇeśa com a melhor de sua capacidade, ele deve adorar Brahmā, Vāṇī (Sarasvatī), Viṣṇu e Lakṣmī. Em seguida, depois de adorar Śiva, Durgā, os Grahas, as 16 Mães e os Vasus no Vasudhārā (Cp. 9:92-93), ele deve realizar o Bṛiddhi Śrāddha (Cp. 10:1). Em seguida, o Maṇḍala do Vāstu-daitya deve ser desenhado e então o Vāstu-daitya com seus seguidores devem ser adorados. Em seguida, faça lá um Sthaṇḍila (quadrado) e purificando o fogo como antes, primeiro realize o Dhārā-Homa (Cp.9:81-82) e só então comece o Vāstu Homa. Oblações devem ser oferecidas ao Vāstu Puruṣa e a todos os seus seguidores de acordo com a melhor de sua capacidade. O sacrifício (homa) deve ser encerrado pelo oferecimento de oblações aos Devas adorados. Quando Vāstu-yajña é realizado separadamente, esta é a ordem que é prescrita, e nesta ordem também o sacrifício (oblações) para os navagrahas (nove planetas) deve ser realizado. Contudo, os navagrahas, sendo aqui os principais objetivos de adoração, eles não devem ser subordinadamente adorados. O Vāstu deve ser adorado imediatamente depois do Sankalpa. Gaṇeśa e outros Devas devem ser adorados como no Vātu-yajña. Eu já falei do Yantra, Mantra e Dhyāna dos Planetas.

2. Consagração de Reservatórios de Água

13:153 – Oh Gentil! Durante o meu discurso, já falei a Ti da ordem a ser observado nos Yajñas dos Navagrahas e de Vāstu. Falarei agora das várias ações louváveis, iniciando com a consagração de poços.

13:154-160 – Depois de fazer Sankalpa da maneira apropriada, Vāstu deve ser adorado quer em um Maṇḍala ou em um Kalaśa ou em um Śālagrāma, conforme a inclinação. Em seguida, Gaṇapati deve ser adorado, assim como Brahmā e Vāṇī, Hari e Ramā (Viṣṇu e Lakṣmī), Śiva e Durgā, os Navagrahas e os Dikpatis (guardiões dos quadrantes). Depois, as Mātṛikās e os 8 Vasus devem ser adorados. Em seguida, Pitṛkriyā (Ābhyudayika Śrāddha) deve ser realizado. Desde que Vāruṇa é o Deva principal (para a cerimônia de instalação de poço de água e tanques etc.), ele deve ser adorado com particular cuidado. Tendo adorado Vāruṇa com vários presentes com a melhor de suas habilidades, Vāruṇa Homa deve ser realizado com o Fogo devidamente consagrado. E depois de oferecer oblações a cada um dos Devas adorados, ele deve encerrar o Homa com o Pūrṇāhuti (Oblação Final). Em seguida, ele deve, no nome do Deva (dedicação feita ao Iṣṭadevatā por uma dedicatória Niṣkāma e o homem Sakāma menciona o objeto de seu desejo), ou para realização do objeto de seu desejo, doar o poço ou o tanque para o benefício de todos os seres. Em seguida, o mais excelente adorador deve fazer uma suplica com as palmas das mãos juntas, dizendo:

13:161-163 – Estejam agradados todos os seres onde quer que vivam, no ar, na terra ou na água. Eu doei esta excelente água para todos os seres. Que todos os seres possam ser satisfeitos por se banhar nela, por beber dela, ou mergulhar nesta água. Eu dei esta água a todos os seres. Se alguém, por seu próprio infortúnio for prejudicado nesta água, que eu não seja culpado desse pecado. Que meu bom trabalho dê fruto.

Mantra de súplica: kṛtāñjalipuṭo bhūtvā prārthayetsādhakāgraṇiḥ | suprīyantāṁ sarvabhūta nabhobhūtā nabhobhūtoyavāsinaḥ || utsṛṭe sarvabhūteśyo mayaitajjalamuttamam | tṛpyantu sarvabhūtāni snānapānāvagāhanaiḥ || sāmānyaṁ sarvajīvebhyo mayā dattamidaṁ jalam | ye ca kecidvipadyante svasvakarma vipākataḥ || tatpāpairna pralipye’háṁ saphalātu mama kriyāḥ |

13:164-165 – Em seguida, presentes devem ser dados e Śānti e outros ritos realizados, e Brāhmaṇas, Kaulas e os pobres deve ser alimentados. Śivā! Esta é a ordem a ser observada na consagração de todos os tipos de reservatórios de água.

13:166-172 – Na consagração de um Taḍāga (reservatório com 2 mil cúbitos de área e não menos do que 45 cúbitos de lrgura) e outros tipos de reservatórios de água, deve haver um Nāgastambha (uma coluna em seu centro, chamado yūpa) e alguns animais aquáticos. Animais aquáticos, tais como peixes, sapos, crocodilos e tartarugas, devem ser feitos de metal de acordo com os meios da pessoa que irá consagrá-lo. Deve haver dois peixes e dois sapos de ouro, dois crocodilos de prata e duas tartarugas, uma de cobre e outra de latão. Depois de doar o Taḍāga ou Dīrghikā ou Sāgara com estes animais aquáticos, Nāga (a serpente protetora da água) deve, depois da súplica, ser adorada. Ananta, Vāsuki, Padma, Mahāpadma, Takṣaka, Kulīra, Karkaṭa e Śaṁkha – todos estes protetores da água. Esses oito nomes de Nāgas devem ser escritos em folhas de Aśvattha e depois, fazendo Japa do Praṇava (oṁ) e o Gāyatrī, as folhas devem ser colocadas em um Kalaśa. Invocando Sol e Lua por testemunhas, as folhas devem ser misturadas juntas e uma deve ser tirada daí, e o Nāga, daqueles nomes misturados, que for retirado, deve se tornar o protetor da água.

13:173-174 – Então um poste de madeira, auspicioso e reto, deve ser trazido e esfregado com óleo e açafrão e banhado com água consagrada para a realização do Vyāhrīti (bhūḥ, bhuvaḥ, svaḥ) e o Praṇava, e então o Nāga que foi escolhido (anteriormente) para ser o protetor daquele reservatório de água, deve ser adorado com as Śaktis Hrī, Śrī, Kṣamā e Śānti.

13:175 – Mantra: Oh Nāga! Tu és o sofá (cama) de Viṣṇu, tu és o adorno de Śiva, possas tu habitar este poste e proteger minha água.

Mantra de adoração do Nāga:  nāga tvaṁ viṣṇuśayyasi mahādevavibhūṣaṇam | stambhamenamadhiṣṭhāya jalarakṣāṁ kuruṣva me ||

13:176-177 – Tendo assim feito a súplica ao Nāga, o pilar deve ser colocado no meio do reservatório e o dedicador deve então circundar o Taḍāga mantendo-o à sua direita. Se o poste tiver sido já fixado, então o Nāga deve ser adorado em um kalaśa e, trazendo a água do kalaśa para dentro do reservatório, os ritos restantes devem ser realizados.

3. Consagração de uma Casa ou Templo

13:178-179 – Semelhantemente, o homem sábio que fez o voto de consagrar uma casa, deve realizar os ritos iniciando com a adoração de Vāstu e terminar com aquela dos Vasus, e realizar os ritos relacionados aos Pitṛs como prescritos para a consagração de um poço, e o excelente devoto deve adorar Prajāpati e o fazer Prājāpatya Homa.

13:180 – A casa deve ser aspergida com o Mantra já mencionado e então adorada com incenso etc., depois que, com sua face para o quadrante de Īśāna (Nordeste), ele deve fazer a oração como segue:

13:181 – Mantra – “Oh Casa! Prājapati é teu Senhor; decorada com flores e guirlandas e outras decorações, estejas sempre agradada para nossa feliz residência.

prajāpatiśca te geha! puṣpamālyādi bhūṣitaḥ |

asmākaṁ śubhavāsāya sarvathā sukhado bhava ||

13:182 – Ele deve, em seguida, oferecer presentes (dakṣiṇā) e, realizando ritos śānti, aceitar bênçãos (bênçãos dos Kaulas, Brāhmaṇas etc., que realizam a cerimônia). Portanto, ele deve alimentar Vipras (Brāhmaṇes), Kulīnas e os pobres com o melhor de sua capacidade.

13:83 – Oh Filha da Montanha! Se a casa estiver sendo consagrada para alguém, então esta pessoa deve ser mencionada pelo nome e no lugar de “nossa residência” deve-se dizer “sua residência”. Agora, ouça as prescrições relacionadas à consagração de uma casa ou um templo para um Deva.

13:184 – Depois de consagrar a casa da maneira acima, o Deva deve ser abordado com o sopro de conchas e outros instrumentos musicais, e Ele deve ser suplicado assim:

13:185 – Mantra – “Levanta-te, Oh Senhor do Deva entre os Devas” Tu que concedes os desejos de teus devotos! Venhas e faças minha vida abençoada, Oh Oceano de Misericórdia!

uttiṣṭha devadeveśa bhaktānāṁ vāñchitaprada |

āgatya janmasāphalyaṁ kuru me karuṇānidhe ||

13:186 – Tendo assim convidado (o Deva) na sala, ele deve ser colocado na porta, e o Vāhana (veículo da divindade), deve ser colocado em frente dele.

13:187 – Em seguida, no topo da casa um Triśūla ou um Cakra deve ser colocado, e no canto de Īśāna (dikpāla do canto nordeste) um bastão deve ser colocado com uma bandeira hasteada nele.

13:188 – Deixe o bom adorador decorar a sala com toldos (chandrātapa), pequenos sinos, guirlandas de flores e folhas de mangueira, e então cubra a casa com tecidos celestiais (divyavāsa, roupas de fina textura).

13:189 – O Deva desse ser colocado com seu rosto voltado para o Norte e, da maneira como descrita, ele deve ser banhado com as coisas prescritas. Agora falando da ordem deles. Ouça.

13:190 – Depois de dizer aiṁ, hrīṁ, śrīṁ, o mūla mantra deve ser repetido. E, em seguida, deixe o adorador dizer, “eu estou banhando a Ti com leite. Tu me estimas como uma mãe.”

aiṁ hrīṁ śrīṁ ||

Mūla Mantra: (da divindade)

Mantra: dugdhena snapayāmi tvām ||

13:191 – Repetindo os bījas anteriores e o Mūla Mantra, deixe-o dizer. Estou banhando a ti hoje com coalhada. Tu removes as tribulações desta existência mundana.

aiṁ hrīṁ śrīṁ |

Mūla Mantra: (da divindade)

Mantra: dhadhnā tvāṁ snāpayāmyadya bhavatāpaharo bhava ||

13:192 – Repetindo os bījas anteriores e o Mūla Mantra, deixe-o dizer. O Doador de Alegria para todos! Sendo banhado com mel, faças-me alegre.

aiṁ hrīṁ śrīṁ ||

Mūla Mantra: (da divindade)

Mantra: sarvānandakara madhunā snāpitaḥ prīto māmānandamayam kuru ||

13:193 – Repetindo o Mūla Mantra como antes e interiormente recitando o Praṇava (oṁ) e o Sāvitrī (Gāyatrī), ele deve dizer. Estou banhando-Te com ghee, o qual é querido para os Devas, o qual é longevidade, semente (produz sêmen, śukra) e coragem. Oh Senhor! Mantenha-me livre de doenças.

Mūla Mantra: (da divindade)

Praṇava Mantra: oṁ ||

Sāvitrī mantra: oṁ bhūr bhuvaḥ svaḥ tat savitur vareṇyaṁ bhārgo devasya dhīmahi dhiyo yo naḥ pracodayāt ||

Mantra:  devapriyena haviṣā āyuḥ śukreṇa tejasā | snānaṁ te kalpayāmīśa māmarogaṁ sadā kuru ||

13:194 – Novamente repetindo o Mūla Mantra, bem como Vyāhṛti (os nomes dos três mundos, bhūḥ bhuvaḥ e svaḥ, Terra, Espaço entre a Terra e o Paraíso e o Paraíso, respectivamente) e o Gāyatrī, ele diz. Oh Deveśa! Banhado por mim com água com açúcar, concedas a mim o objeto do meu desejo.

Mantra Vyāhṛti: oṁ svaḥ svāhā || oṁ bhūḥ svāhā || oṁ bhuvaḥ svāhā || aos três mundos

Mūla Mantra: (da divindade)

Mantra Vyāhṛti: oṁ svaḥ svāhā || oṁ bhūḥ svāhā || oṁ bhuvaḥ svāhā ||

Gāyatrī Mantra

Mantra: deveśa śarkarātoyaiḥ snātau me yaccha vāñchitam ||

13:195 – Repetindo o mūla mantra, o Gāyatrī e o Vāruṇa mantra (vaṁ), ele diz. Eu estou banhando-Te com água de coco, o qual é da criação do Viddhi (o melhor da criação de Brahmā), o qual é divino, o qual é bem vindo para os Devas, e é refrescante, e que não é deste mundo (alaukikā, ou seja, é incomun). Eu me curvo a Ti.

Mūla Mantra: (da divindade)

Gāyatrī Mantra: 

Vāruṇa Bīja: vaṁ

vidhātrā nirmitairdivyaiḥ priyaiḥ snigdhairalaukikaiḥ |

nārikelodakaiḥ snānaṁ kalpayāmi namo’stu te.

13:196-197 – Então, com o Gāyatrī e o mūla mantra, o Deva deve ser banhado com o suco da cana de açúcar. Repetindo o Kāma Bīja (klīṁ), o Tāra (oṁ), o Sāvitrī (Gāyatrī) e o Mūla Mantra (mais uma vez), ele deve, enquanto banha o Deva, dizer. Estejas tu bem banhado na água perfumada com cânfora, aguru (um tipo de árvore nativa cuja madeira tem um forte cheiro), açafrão, almíscar e sândalo. Estejas agradado e conceda-me bhukti e mukti (prazer e liberação).

Gāyatrī Mantra

Mūla Mantra: (da divindade)

Kāma Bīja Mantra: klīṁ ||

Tāra Bīja Mantra: oṁ ||

Sāvitrī Mantra: oṁ bhūr bhuvaḥ svaḥ tat savitur vareṇyaṁ bhārgo devasya dhīmahi dhiyo yo naḥ pracodayāt ||

Mūla Mantra: (da divindade)

karpūrāgurukāśmīrakastūrīcandanodakaiḥ |

susnāto bhava suprīto bhuktimuktī prayaccha me ||

13:198-200 – Depois de banhar o Senhor do Mundo desta maneira com as oito jarras (de água), ele deve ser trazido para dentro da sala e colocado em Seu assento. Se a imagem for uma que não pode ser banhada, então o Yantra, ou o Mantra, ou o Śālagrāma-śilā deve ser banhado e adorado. Se a pessoa não for capaz de banhar (o Deva) da maneira prescrita acima, então ele deve banhar com oito, sete ou cinco jarras de água pura.

13:201 – O tamanho e proporção da jarra já foi explicada na parte do Cakra Pūjā. Em todos os ritos prescritos nos Āgamas, aquela é a jarra que é apropriada.

13:202 – O Grande Deva deve ser adorado de acordo com as injunções a serem seguidas em Sua adoração. Eu falo dos oferecimentos agora para Ti, Oh Devī! Ouça!

13:203-204 – Um assento, boas-vindas, água para lavar os pés, oferecimentos de água para lavar a boca, madhuparka, água para beber, água para banho, roupas, joias, perfumes, flores, luzes, varas de incenso, comestíveis e palavras louvor são os dezesseis oferecimentos requeridos na adoração dos Devas.

13:205 – Pādya, arghya, ācamana, madhuparka, ācamana, gandha, puṣpa, dhūpa, dīpa, naivedya – estes são conhecidos como daśopacāra, os dez oferecimentos requeridos.

13:206 – Gandha, puṣpa, dhūpa, dīpa e naivedya são chamados de Pañcopacāra, os cinco oferecimentos, na adoração de um Deva.

13:207 – Os artigos devem ser aspergidos com água retirada dos oferecimentos (arghya) com o mantra da arma (astra mantra phaṭ), e ser adorado com perfumes e flores, os nomes dos artigos sendo mencionados separadamente.

13:208 – Mentalmente repetindo o mantra que deve ser dito, assim como também o mūla mantra, e o nome do Deva no caso dativo, as palavras de presente devem ser repetidas.

13:209 – Eu tenho dito a Ti sobre a forma pelo qual as coisas dadas aos Devas devem ser oferecidas. Quem é versado no ritual deve, desta forma, dar qualquer artigo a um Deva.

13:210 – Eu tenho mostrado o modo de adoração de Ādyā Devī como pādya, arghya etc., deve ser oferecido, e como kāraṇa (vinho, carne etc) e semelhantes deve ser dado.

13:211 – Para os mantras que não foram mencionados, então, Oh Amada, ouça-os aqui. Estes devem ser ditos quando āsana e outros requisitos são oferecidos.

Ṣoḍaśopacāra

13:212 – Mantra (1) – Oh Deva! Tu que resides dentro de todos os seres! Que és o mais íntimo ātmā de todos os seres! Estou oferecendo este assento para Ti. Eu me curvo a Ti novamente e novamente.

sarvabhūtāntarasthāya sarvbhūtāntrātmane |

kalpyāmyupaveśārthamāsanaṁ te namo namaḥ ||

13:213 – Oh Deveśī! Depois de dar este excelente āsana desta forma, o doador do āsana deve, com as mãos postas, oferecer-Lhe boas vindas como segue:

13:214 – Mantra (2) – Oh Deva! Tu és quem sempre os devas buscam para a realização de seus objetivos, mas para mim tua auspiciosa visita foi facilmente obtida. Eu me curvo a Ti, Oh Supremo Senhor!

devaḥ svābhīṣṭasiddhyarthaṁ yasya vāñchanti darśanam |

susvāgataṁ svāgatamme tasmai te paramātmane ||

13:215 – Mantra (3) – Meu objetivo de vida é realizado hoje, todos os meus esforços são coroados de sucesso. Eu obtive os frutos de minha devoção (tapas). Tudo isto por Tua auspiciosa visita.

adya me saphalaṁ janma jīvanaṁ saphalāḥ kriyāḥ |

svāgataṁ yattvayā tanme tapasāṁ phalamāgatam ||

13:216 – Ambikā! O Deva deve ser assim convidado, louvado e questionado como para Sua auspiciosa jornada e, em seguida, pegando pādya (oferecimento de água), o seguinte mantra deve ser repetido:

13:217-218 – Mantra (4) – Pelo mero toque de lavar Teus pés, os três mundos são purificados. Estou oferecendo a Ti pādya para lavar Teus pés de lótus. Aquele por cuja graça é alcançada a bem-aventurança suprema, para Aquele que é o Espírito (Sarvātma Bhūta) em todos os seres, eu ofereço esta ānandārghya (arghya ou oferecimento de bem-aventurança).

yatpādajalasaṁsparśacchuddhimāpa jagattrayam |

tatpādābjaprokṣaṇārthaṁ pādyaṁ te kalpayāmyaham ||

paramānandasandoho jāyate yatprasādataḥ |

tasmai sarvātmabhūtāya ānandārghyaṁ samarpaye ||

13:219 – Então, água pura ou água perfumada com noz moscada, cravo e kakkola (cocculus indicus) deve ser consagrada e oferecida com o seguinte mantra:

13:220 – Mantra (5) – (Oh Senhor!) Por meramente tocar aquilo que Tu tocaste, todo este mundo é purificado. Para lavar Tua boca de lótus, eu Te ofereço ācamanīya.

yaducchiṣṭamapaspṛṣṭaṁ śuddhimetyakhilaṁ jagat |

tasmai mukhāravindāya ūcamanaṁ kalpayāmi te ||

13:221 – Em seguida, tomando madhuparka (mel, requeijão etc), ofereça isto com devoção com o seguinte:

13:222 – Mantra (6) – Para a destruição das três aflições (ādhyātmika, ādhidaivika, ādhibhautika), para a realização de ininterrupta bem-aventurança, eu dou a Ti hoje, Oh Parameśvara, este madhuparka. Sê propício!

tāpatrayavināśārthamakhaṇḍānandahetave |

madhuparkaṁ dadāmyadya prasīda parameśvara ||

13:223 – Mantra (7) – Por meramente tocar qualquer coisa que tens tocado Tua boca, coisas impuras se tornam puras. Este punarācamanīyam (é o segundo ācamanīya oferecido para lavar a boca do Deva após o madhuparka) é para a Tua boca de lótus.

aśuciḥ śucitāmeti yatspṛṣṭasparśamātrataḥ |

asiṁmaste vadanāmbhoje punarācamanīyakam ||

13:224 – Pegando água para banho e consagrando-a como antes, ela deve ser colocada diante do Deva e o seguinte mantra deve ser repetido:

13:225 – Mantra (8) – Para Ti cujo esplendor envolve o mundo, de Quem o mundo nasceu, que é o suporte do mundo, eu ofereço esta água para o Teu banho.

yattejasā jagadvyāptaṁ yato jātamidaṁ jagat |

tasmai te jagadādhāra snānārthaṁ tayomarpaye ||

13:226 – Quando oferecer água de banho, roupas e comestíveis, ācamanīya deve ser dado conforme cada um destes é oferecido, e depois de oferecer outros artigos, água deve ser dada uma vez depois que cada oferecimento for feito.

13:227 – Trazendo o tecido consagrado como anteriormente mencionado, segurando-o com ambas as mãos, o sādhaka deve repetir o seguinte.

13:228 – Mantra (9) – Embora sem vestes mantiveste Tua glória oculta por Tua māyā. Para Ti eu ofereço esses dois pedaços de tecido. Eu me curvo a Ti.

sarvāvaraṇahīnāya māyāpracchannatejase |

vāsasī paridhānāya kalpayāmi namo’stu te ||

13:229 – Tomando diferentes tipos de ornamentos feitos de ouro e prata e outros materiais, e aspergindo e consagrando-os, ele deve oferece-los ao Deva, proferindo o seguinte:

13:230 – Mantra (10) – A Ti que és o ornamento do Universo, Quem és a única causa da beleza do universo, eu ofereço estas joias para adornar a Tua imagem (māyā-vigraha) o qual Tu tens mostrado através de Tua Māyā.

viśvābharaṇabhūtāya viśvaśobhaikayonaye |

māyāvigrahabhūṣārthaṁ bhūṣaṇāni samarpaye ||

13:231 – Mantra (11) – Para Ti que através do elemento sutil do cheiro (tanmatra), criaste a Terra, e cuja propriedade é o cheiro, para Ti, o Supremo Espírito, eu ofereço este excelente perfume (gandhaṁ).

gandhatanmātrayā sṛṣṭā yena gandhadharādharā |

tasmai parātmane tubhyaṁ paraṁ gandhamarpaye ||

13:232 – Mantra (12) – Por mim tem sido dedicadas com devoção belas flores, encantadoras e docemente perfumadas preparadas pelos Devas. Aceite estas flores.

puṣpaṁ manoharaṁ ramyaṁ sugandhaṁ devanirmitam |

mayā nivedita bhaktyā puṣpametatpragṛhyatām ||

13:233 – Mantra (13) – Esta vara de incenso é a seiva das árvores que produzem incenso, é divino, e possui um delicioso perfume, e é encantador e adorado por todos os seres. Eu dou a Ti para cheirar.

vanaspatiraso divyo gandhāhyaḥ sumanoharaḥ |

āghreyaḥ sarvabhūtānāṁ dhūpo ghrāṇāya te’ rpyate ||

13:234 – Mantra (14) – Aceite esta luz que ilumina e é sempre brilhante, o qual remove toda a escuridão e que é ambos, interna e externa.

suprakāśo mahādīptaḥ sarvastastimirāpahaḥ |

sabāhyābhyantarajjotirdīpo’yaṁ pratigṛhyatām ||

13:235 – Mantra (15) – Este oferecimento de alimento é de sabor delicioso e consiste de vários tipos de comestíveis. Eu ofereço a Ti com espírito de devoção. Participe disto.

naivedyaṁ svādusaṁyuktaṁ nānābhakṣyasamanvitam |

nivedayāmi bhaktyedaṁ juṣāna parameśvara ||

13:236 – Mantra (16) – Oh Deva! Esta água pura de beber, perfumada com cânfora e outros perfumes, o qual satisfaz a todos, eu ofereço a Ti. Saudações a Ti.

pānārthaṁ salilaṁ deva karpūrādisuvāsitam |

sarvatṛptikaraṁ svacchamarpayāmi namo’stu te ||

13:237 – O adorador deve, em seguida, oferecer pān (folhas de betel) feita com canfora, khadira (mimosa cachetu), cravo e elāyachi (cardamono) e, em seguida, oferecer novamente ācamanīya, curvando-se a Ele (este é o segundo ācamanīya, chamado punarācamanīya no original).

13:238 – Se os oferecimentos estiverem presentes junto com os vasos (pātra) nos quais eles estão contidos, então os nomes e descrições dos oferecimentos podem juntamente serem repetidos quando fizer o presente, ou os nomes (ou descrições) dos vasos podem separadamente serem ditos e o mesmo dado.

13:239 – Tenho adorado o Deva desta maneira, três mãos cheias de flores devem ser dadas ao Deva. Em seguida, aspergindo o templo e seus toldos com água, o seguinte mantra deve ser dito com as palmas das mãos unidas.

13:240 – Mantra – Oh Templo (casa)! Tu és adorável para todos os homens. Tu concedes virtudes (puṇya) e fama. Ao proporcionar um lugar de descanso para este Deva, sê como Sumeru (Himalaya). Tu és Kailāsa (paraíso de Śiva).

gehaṁ tvaṁ sarvalokānāṁ pūjyaṁ puṇyayaśaḥpradam |

devatā sthitidānena sumerusadṛśaṁ bhava ||

13:241 – Mantra – Tu és Vaikuṇṭha (paraíso de Viṣṇu). Tu és a morada de Brahmā. Uma vez que Tu estás sustentando dentro de Ti o Deva, Tu és o adornado dos Devas.

tvaṁ kailāsaśca vaikuṇṭhastvaṁ brahmbhavana gṛha |

yattvayā vidhṛto devastasmāttvaṁ suravanditaḥ ||

13:242 – Mantra – Uma vez que tu tens dentro de si mesmo a imagem dAquele que assumiu a forma por Sua Māyā, em Cujo ventre existe o universo com tudo que é móvel e imóvel nele;

yasya kukṣau jagatsarvaṁ varīvartti carācaram |

māyā viddhūtadehasya tasya mūrtterviddhāraṇāt ||

13:243 – Mantra – Tu és igual à Mãe dos Devas. Todos os lugares sagrados estão em Ti. Concedas todos os meus desejos e me traga paz. Eu me curvo a Ti.

devanātṛnayastvaṁ hi sarvatīrthamayastathā |

sarvakāmaprado bhūtvā śāntiṁ me kurute namaḥ ||

13:244 – Tendo assim louvado o templo decorado com cakra (disco), bandeira e assim por diante, e adorado-o três vezes, o adorador deve dar ao Deva (o Templo ou casa que foi consagrado), mencionando o objeto de seu desejo.

13:245 – Mantra – Para Ti, cuja morada é o universo, para a Tua residência eu dedico este templo. Oh Maheśāna! Aceite-o, e por Tua misericórdia, habite aqui.

viśvāvāsāya vāsāya gṛhaṁ te viniveditam |

aṅgīkuru maheśāna kṛpayā sannidhīyatāṁ ||

13:246 – Tendo dito isto e tendo dado presentes, o Deva para quem o templo foi dedicado deve ser colocado sobre o altar para o acompanhamento de música de conchas, chifres e outros instrumentos.

13:247 – Ele deve então tocar os dois pés do Deva e proferir o Mūla Mantra e dizer “sthāṁ sthīṁ sthiro bhava”, ou seja, “sthāṁ sthīṁ permaneça aqui”. Este templo foi feito de mim para Ti. E tendo colocado o Deva lá, ele deve novamente louvar o templo assim:

Mantra: sthāṁ sthīṁ sthiro bhava ||

13:248 – Mantra – Templo! Sejas tu em todos os dias sempre agradável para a residência do Deva. Tu foste dedicado por mim. Possa os Lokas serem assegurados para mim sem encontrar perigo.

gṛha devanivāsāya sarvathā prītido bhava |

utsṛṭe tvai me lokāḥ sthirāḥ santu nirāmayaḥ ||

13:249 – Mantra – Ajude minhas septuagésimas segunda gerações de ancestrais e de sucessores, e a mim e o restante de minha família a residir na morada dos Devas.

dvisaptātītapuruṣān dvisaptānāgatānapi |

māṁ ca me parivārāṁśca devadhāmi nivāsaya.

13:250 – Mantra – Que eu possa, por Tua graça, obter os frutos alcançáveis pela realização de todas as formas de Yajñas e pela visitação de todos os locais de peregrinação.

yajanātsarvayajñānāṁ sarvatīrthaniṣevaṇāt |

yatphalaṁ tatphalaṁ me’dya jāyatāṁ tvatprasādataḥ ||

13:251 – Mantra – Que a minha linhagem possa continuar enquanto houver este mundo, enquanto existirem estas montanhas, enquanto o Sol e a Lua durarem.

yāvadvasundharā tiṣṭhedyāvadete dharādharāḥ |

yāvaddivāniśānāthau tāvanme varttatāṁ kulam ||

13:252 – O homem piedoso, depois de ter se dirigido assim ao templo, deve novamente adorar do Deva e dedicar a ele espelhos e outros artigos e bandeira.

13:253 – Em seguida, o Vāhana apropriado ao Devatā deve ser dado. Para Śiva deve ser dado um Touro. Então, oração para Ele deve ser feita assim.

Consagrando um Touro para Śiva

13:254 – Mantra – Oh Touro! Tu é largo de corpo, teus chifres são afiados, tu matas todos os inimigos, tu és adorado até mesmo pelos Tridaśas (Devas, Brahmā e outros), uma vez que tu carregas em tuas costas o Senhor dos Devas.

vṛṣabha! tvaṁ mahākāyastīkṣṇa śṛṅgo’righātakaḥ |

pṛṣṭhe vahasi deveśaṁ pūjyo’si tridaśairapi ||

13:255 – Mantra – Em teus cascos estão todos os sagrados santuários, em teu cabelo estão todos os eternos Vedas, na ponta de deus dentes estão todos os Nigamas, Āgamas e Tantras.

kṣureṣu sarvatīrthāni romṇi vedāḥ sanātanāḥ |

nigamāgamatantrāṇi daśanāgre vasanti te ||

13:256 – Mantra – Que o marido de Pārvattī possa, agradado com este presente de ti, dar-me um local no Kailāsa, e que tu possas sempre me proteger.

tvayi datte mahābhāga! suprītaḥ pārvatīpatiḥ |

vasāṁ dadātu kailāse tvaṁ māṁ pālaya sarvadā ||

13:257 – Oh Maheśānī! Ouça a forma de louvar ao doar um Leão para Mahādevī ou um Garuḍa para Viṣṇu.

Consagrando um Leão para a Devī

13:258-259 – Mantra – Oh Leão! Tu mostraste tua grande força nas guerras entre Suras (Devas) e Asuras (Daityas). Tu deste vitória aos Devas e destruíste os Dānavas. Formidável, tu és o favorito da Devī, tu és o favorito de Brahmā, Viṣṇu e Śiva. Com devoção eu te dedico à Devī. Destruas meus inimigos. Eu me curvo a ti.

surāsuraniyuddheṣu mahābalaparākramaḥ |

devānāṁ jayado bhīmo danujānāṁ vināśakṛta || 258

sadā devīpriyo’si tvaṁ brahmāviṣṇuśivapriyaḥ |

devyai samarpito bhaktyā jahi śatrūnnamo’stute || 259

Consagrando Garuḍa para Viṣṇu

13:260 – Mantra – Oh Garuḍa! O mais excelente dos pássaros! Tu és o favorito do marido de Lakṣmī. Teu bico é duro como diamante. Tuas garras são afiadas e tuas asas são douradas. Obediência a ti, o mais excelente dentre os pássaros. Eu me curvo a ti, Oh rei dos pássaros

13:261-262 ½  – Mantra – Como tu permaneces junto a Viṣṇu com palmas postas (unidas), Oh Destruidor do orgulho dos inimigos, ajude-me a ser como tu és (ou a estar no mesmo lugar de Garuḍa). Quando tu és agradado, o Senhor do Universo é agradado e concede sucesso (siddhi).

yathā karapuṭena tvaṁ saṁsthito viṣṇusannidhau |

tatthā māmaridarpaghna viṣṇoragre nivāsāya ||

tvayi prati jagannāthaḥ prītaḥ siddhiṁ prayacchati |

13:262 ½ -263 – Quando um presente é dado para qualquer Deva, o presente deve ser feito para o Deva e o mérito adquirido por tais doações e ritos deve também ser dado a ele (para o Deva) em um espírito de devoção.

13:264 – Ele deve, em seguida, com dança, canção e música, dar uma volta no templo acompanhado por seus amigos e parentes, mantendo o templo à sua direita e, tendo se curvado ao Deva, alimentar o duas vezes nascido (Dvija ou Brāhmaṇas).

13:265 – Esta é a forma no qual um templo para um Deva deve ser dedicado, e a mesma regra deve ser observada na dedicação de um jardim, uma ponte, uma calçada ou uma árvore.

13:266 – É imperativo que nesses ritos o sempre existente Viṣṇu deva ser adorado. Mas pūjā (honra, adoração), homa (sacrifício do fogo) e outros ritos, são os mesmos como no caso da dedicação de um templo.

13:267 – Nenhum templo ou outras coisas devem ser dedicados a um Deva cuja imagem não tenha sido consagrada. As regras estabelecidas são para a adoração e a dedicação para um Deva que tenha sido consagrado e adorado.

Consagrando Ādyā Kālī

13:268 – Eu falo agora da maneira pela qual a auspiciosa Ādyā deve ser instalada, e pelo qual a Devī concede rapidamente todos os desejos.

13:269 – Pela manha do dia (de Pratiṣṭhā) o adorador deve, depois do banho e da purificação de si mesmo, sentar-se olhando para o Norte e tendo da maneira ordenada feito o Saṅkalpa, adorar o Vāstu Devatā.

13:270 – Depois da adoração dos Navagraha (Planetas), os Dikpālas (Guardiões dos Quadrantes), Gaṇeśa e outros, e tendo realizado Śrāddha de seus Pitṛs (ancestrais), ele deve abordar a imagem com um número de devotados Vipras (brāhmaṇes que são os sādhakas da Devī).

13:271 – O excelente adorador deve então trazer a imagem para o templo o qual foi dedicado, ou para outro local decorado para a recepção e lá devidamente banhá-la.

13:272 – Ela deve primeiro ser banhada com água, então com lama de um formigueiro, então com lama vomitado pela presa de um javali e um elefante, então com lama tirado da porta de um Veṣyā (uma protistuta), então com lama retirado do lago Pradyumna.

13:273 – O sábio deve então banhar a imagem com pañcakaśāya (veja verso 274) e Pañcapuṣpa (veja verso 275) e três folhas (veja verso 276) e então com óleo perfumado.

13:274 – A infusão de Vāṭyāla, Vadarī, Jambu, Bakula e Śālmalī (nomes de certas árvores) é chamada de pañcakaśāya (cinco kaśāya) para banhar a Devī.

13:275 – Karavīra, Jātī, Campaka, Lotus e Pāṭalī são as cinco flores.

13:276 – As três folhas de arvores são folhas de Barvara, Tulsī e Bilva.

13:277 – Com os artigos acima mencionados, a água deve ser misturada, mas nenhuma água deve ser colocado no óleo perfumado e nos cinco néctares (pañcamṛta).

13:278 – Ele deve, depois de repetir Vyāhṛti, o Praṇava, o Gāyatrī e o Mūla, dizer: “Eu Te banho com a água desses artigos.”

Vyāhṛti Mantra: oṁ svaḥ svāhā || oṁ bhūḥ svāhā || oṁ bhuvaḥ svāhā ||

Praṇava Mantra: oṁ ||

Gāyatrī Mantra: oṁ parameśvarāya vidmahe paratattvāya dhīmahi | tanno brahma pracodayāt ||

Mūla Mantra: hrīṁ śrīṁ krīṁ parameśvari svāhā

Mantra:  etaddravyasya toyena snapayāmi namo vadet ||

13:279 – O bom sādhaka deve então banhar a imagem com as oito jarras preenchidas com leite e outros ingredientes na forma acima mencionada.

13:280 – A imagem deve ser esfregada com farinha de trigo branca ou bolos de gergelim, ou com pó de arros śāli, e assim ela é limpa.

13:281 – Depois, banhando a imagem com as oito jarras de água sagrada (mencionados anteriormente), e esfregando-a com tecido de fina textura, ele deve levar a imagem para o local de adoração.

13:282 – Se alguém for incapaz de realizar todos esses ritos, então ele deve, com um espírito devoto, banhar a imagem com vinte e cinco jarras de água pura.

13:283 – Em cada ocasião que a Grande Devī é banhada, Ela deve, com a melhor de sua habilidade, ser adorada.

13:284 – Então, colocando a imagem em um assento bem limpo, Ela deve ser adorada com oferecimentos de pādya, arghya e assim por diante, e então com as palmas postas, oração deve ser feita, como se segue:

Oração para Ādyā Kālī

13:285 – Oh Imagem! Tu que és o artesanato de Viśvakarmā (o Arquiteto dos Devas), eu me curvo a ti. Tu és a morada da Devī, eu me curvo a ti. Tu satisfazes os desejos dos devotos, eu me curvo a ti. ṁ

namaste pratime tubhyaṁ viśvakarmmavinirmite |

namate devatāvāse bhaktābhīṣṭaprade namaḥ ||

13:286 – Em ti eu adoro a mais excelente, primordial, Suprema Senhora. Se houver qualquer defeito em ti por causa da falta de habilidade daquele que te formou, faça ele bom (que o defeito seja feito perfeição), eu me curvo a ti.

tvayi asṁpūjayāmyādyāṁ parameśīṁ parātparām |

śilpadoṣāvaśiṣṭāṅgaṁ sampannaṁ kuru te namaḥ ||

13:287 – Ele deve então colocar sua mão sobre a cabeça da imagem, interiormente fazendo Japa do Mūla Mantra cento e oito (108) vezes e, portanto, tocando as diferentes partes da imagem.

Mūla mantra: hrīṁ śrīṁ krīṁ parameśvari svāhā ||

13:288 – Ele deve, em seguida, realizar ṣaḍaṅga nyāsa e mātṛkā nyāsa na imagem e quando realizar ṣaḍaṅga nyāsa, ele deve adicionar um depois do outro, as seis vogais longas ao mūla mantra.

Ṣaḍaṅga Nyāsa

hrāṁ hṛdayāya namaḥ || coração

hrīṁ śirase svāhā || cabeça 

hrūṁ śikhāyai vaṣaṭ || atrás da cabeça 

hraiṁ kavacāya huṁ || braços cruzados

hrauṁ netratrayāya vauṣaṭ || três olhos

hraḥ astrāya phaṭ || palmas das mãos

Mātṛkā Nyāsa

13:289 – Os oito grupos de letras do alfabeto precedidos pelo Tāra (oṁ), Māyā (hrīṁ) e Ramā (śrīṁ) com o bindu adicionado a eles, e seguido por namaḥ, deve ser colocado nas diferentes partes do corpo do Deva.

Mantra: oṁ hrīṁ śrīṁ (oito grupos de letras separadamente) namaḥ ||

13:290-291 – O piedoso adorador deve colocar as vogais na boca. Kavarga (família das guturais ka kha ga gha ṅa) na garganta. Cavarga (família das palatais ca cha ja jha ña) na barriga. Ṭavarga (família das cerebrais ṭa ṭha ḍa ḍha ṇa) no braço direito. Tavarga (família das dentais ta tha da dha na) no braço esquerdo. Pavarga (família das labiais pa pha ba bha ma) na coxa direita. Yavarga (ya ra la va) na coxa esquerda, e Śavarga (śa ṣa sa ha) na cabeça.

1º grupo: oṁ hrīṁ śrīṁ (a ā i ī u ū ṛ ṝ ḷṛ lṝ e ai oṁ auṁ aṁ aḥ) namaḥ || boca

2º grupo: oṁ hrīṁ śrīṁ (ka kha ga gha ṅa) namaḥ ||

3º grupo: oṁ hrīṁ śrīṁ (ca cha ja jha ña) namaḥ ||

4º grupo: oṁ hrīṁ śrīṁ Ṭavarga (ṭa ṭha ḍa ḍha ṇa) namaḥ ||

5º grupo: oṁ hrīṁ śrīṁ (ta tha da dha na) namaḥ ||

6º grupo: oṁ hrīṁ śrīṁ (pa pha ba bha ma) namaḥ ||

7º grupo: oṁ hrīṁ śrīṁ (ya ra la va) namaḥ ||

8º grupo: oṁ hrīṁ śrīṁ (śa ṣa sa ha) namaḥ || cabeça

 

Tattva Nyāsa

13:292 – Tendo colocado esses grupos de letras do alfabeto em diferentes partes da imagem, o adorador deve realizar Tattva Nyāsa como segue:

13:293-297 – Coloque nos dois pés o pṛthvī tattva (laṁ, terra); no liṅga, toya tattva (vaṁ, água); na região do umbigo, tejas tattva (raṁ, fogo); na região do lótus do coração, vāyu tattva (yaṁ, ar); na boca, gagana tattva (oṁ, ākāśa); nos dois olhos, rūpa tattva (forma, visibilidade); nas duas narinas, gandha tattva (cheiro); nos dois ouvidos, śabda tattva (som); na língua, rasa tattva (paladar); na pele, sparśā tattva (tato). O principal dos adoradores deve colocar manas tattva (mente) no entrecenho; Śiva tattva (Śiva), jñāna tattva (conhecimento) e paratattva (Supremo) no lótus de mil pétalas (sahasrāra); no coração, jīva tattva (espírito corporificado) e prakṛti tattva (prakṛti, princípio material). Por último, ele deve colocar mahat tattva (princípio de inteligência) e ahaṅkāra tattva (princípio do ego) sobre todo o corpo. Os tattvas devem, enquanto estão sendo colocados, serem precedidos pelos bījas Tāra (oṁ), Māyā (hrīṁ) e Ramā (śrīṁ), e devem ser proferidos no dativo singular seguido por namaḥ.

oṁ hrīṁ śrīṁ pṛthvī tattvāya namaḥ || dois pés

oṁ hrīṁ śrīṁ toya tattvāya namaḥ || liṅga

oṁ hrīṁ śrīṁ tejas tattvāya namaḥ || umbigo

oṁ hrīṁ śrīṁ vāyu tattvāya namaḥ || coração

oṁ hrīṁ śrīṁ gagana tattvāya namaḥ || boca

oṁ hrīṁ śrīṁ rūpa tattvāya namaḥ || dois olhos

oṁ hrīṁ śrīṁ gandha tattvāya namaḥ || duas narinas

oṁ hrīṁ śrīṁ śabda tattvāya namaḥ || dois ouvidos

oṁ hrīṁ śrīṁ rasa tattvāya namaḥ || língua

oṁ hrīṁ śrīṁ sparśā tattvāya namaḥ || pele

oṁ hrīṁ śrīṁ manas tattvāya namaḥ || entrecenho

oṁ hrīṁ śrīṁ Śiva tattvāya namaḥ || sahasrāra

oṁ hrīṁ śrīṁ jñāna tattvāya namaḥ || sahasrāra

oṁ hrīṁ śrīṁ paratattva tattvāya namaḥ || sahasrāra

oṁ hrīṁ śrīṁ jīva tattvāya namaḥ || coração

oṁ hrīṁ śrīṁ prakṛti tattvāya namaḥ || coração

oṁ hrīṁ śrīṁ mahat tattvāya namaḥ || todo o corpo

oṁ hrīṁ śrīṁ ahaṅkāra tattvāya namaḥ || todo o corpo

13:298 – Repetindo o Mūla Mantra, precedido e seguido por cada uma das Mātṛkā Varṇas (as 51 letras do alfabeto), com bindu adicionado a elas, e seguido pela palavra namaḥ, Mantra Nyāsa deve ser realizado com as Mātṛkā Sthānas (nāda bindu).

Exemplo do mantra para cada as três primeiras das 51 letras do alfabeto. O mantra deve ser colocado dessa forma. Ao falar o mantra, deve tocar a parte correspondente do corpo da Devī na mūrti sobre o altar.

aṁ || hrīṁ śrīṁ krīṁ parameśvari svāhā || aṁ || namo lalāṭe ||

āṁ || hrīṁ śrīṁ krīṁ parameśvari svāhā || āṁ || namo mukhe ||

iṁ || hrīṁ śrīṁ krīṁ parameśvari svāhā || iṁ || namaḥ dakṣiṇācakṣuṣi ||

Abaixo uma lista com as letras e as partes do corpo a serem tocadas:

1 testa – aṁ || 2 boca – āṁ || 3 olho direito – iṁ || 4 olho esquerdo – īṁ || 5 ouvido direito – uṁ || 6 ouvido esquerdo – ūṁ || 7 narina direita – ṛṁ || 8 narina esquerda – ṝṁ || 9 bochecha direita – ḷṁ || 10 bochecha esquerda – ḷm || 11 lábio superior – em || 12 lábio inferior – aiṁ || 13 dente superior – oṁ || 14 dente inferior – auṁ || 15 alto da cabeça – aṁ || 16 ponta da língua – aḥ || 17 ombro direito – kaṁ || 18 cotovelo direito – khaṁ || 19 pulso direito – gaṁ || 20 base dos dedos direitos – ghaṁ || 21 ponta dos dedos direitos - ṅaṁ || 22 ombro esquerdo – caṁ || 23 cotovelo esquerdo chaṁ || 24 pulso esquerdo – jaṁ || 25 base dos dedos esquerdos – jhaṁ || 26 ponta dos dedos esquerdos – ñaṁ || 27 quadril direito - ṭaṁ || 28 joelho direito – ṭhaṁ || 29 tornozelo direito - ḍaṁ || 30 base dos dedos do pé direito - ḍhaṁ || 31 ponta dos dedos do pé direito - ṇaṁ || 32 quadril esquerdo – taṁ || 33 joelho esquerdo – thaṁ || 34 tornozelo esquerdo – daṁ || 35 base dos dedos do pé esquerdo – dhaṁ || 36 ponta dos dedos do pé esquerdo – naṁ || 37 lado direito do tronco – paṁ || 38 lado esquerdo do corpo – phaṁ || 39 parte inferior das costas – baṁ || 40 umbigo – bhaṁ || 41 barriga toda – maṁ || 42 coração – yaṁ || 43 axila direita – raṁ || 44 nuca – atrás do pescoço – laṁ || 45 axila esquerda – vaṁ || 46 do coração até a mão direita – śaṁ || 47 do coração até a mão esquerda – ṣaṁ || 48 do coração até a perna direita – saṁ || 49 do coração até a perna – haṁ || 50 do coração até o umbigo – laṁ  51 do umbigo ao topo da cabeça – kṣaṁ ||

13:299 – Mantra – O adorador deve dizer após os nyāsas acima terem sido concluídos: O corpo é a glória que é todos os sacrifícios e todos os seres. Nesta imagem aqui que tem sido feita de Ti, eu Te coloco.

sarvayajñamayaṁ tejaḥ sarvabhūtamayaṁ vapuḥ |

iyaṁ te kalpitā mūrttiratra tvāṁ sthāpayāmyaham ||

13:300 – Portanto, a Devī deve ser meditada e invocada de acordo com as regras de adoração e depois do Prāṇāpratiṣṭhā, a Suprema Devatā (Devī) deve ser adorada.

13:301 – Os mantras que são prescritos para a dedicação de um templo para um Deva, devem ser usados nesta cerimônia com as necessárias mudanças no mantra e no gênero sendo feitas.

13:302 – A Devī deve então ser invocada no fogo, que foi consagrado na devida forma pela oferta de oblações aos Devatās que devem ser adorados e, depois disso, a Devī deve ser adorada e o Jāta Karma (rito de nascimento) e assim por diante, deve ser realizado.

13:303 – Os Saṁskāras são seis em número – jātakarma, nāmakaraṇa, niṣkramaṇa, annaprāśana, chūḍākaraṇa e upanayana – isto foi dito por Śiva.

13:304-305 – Repetindo o praṇava (oṁ), os mantras Vyāhṛtis, Gāyatrī, Mūla Mantra, o adorador versado nas injunções deve se dirigir ao Devatā e dizer: “Teus” e então o nome do Saṁskāra (um de cada vez a cada verso) e proferindo “eu realizo, svāhā”, oferecer cinco oblações no final de cada verso de cada Saṁskāra.

Ordem da prescrição: Oṁ + (Vyāhṛtis) + (Gāyatrī) + (Mūla Mantra) + śrīmadādye kālike jāta karma saṁpādayāmi svāhā ||

Mantra Praṇava: oṁ

Mantra Vyāhṛti: oṁ svaḥ svāhā || oṁ bhūḥ svāhā || oṁ bhuvaḥ svāhā ||

Gāyatrī Mantra: oṁ bhūr bhuvaḥ svaḥ tat savitur vareṇyaṁ bhārgo devasya dhīmahi dhiyo yo naḥ pracodayāt

Mūla mantra: hrīṁ śrīṁ krīṁ parameśvari svāhā |

Mantra prescrito: śrīmadādye kālike jāta karma saṁpādayāmi svāhā ||

13:306 – Portanto, repetindo o Mūla Mantra e o nome dado (à Devī), cem (100) oblações devem ser oferecidas a Ela, e os restos de cada oblação devem ser jogados sobre a cabeça da imagem.

13:307 – O sábio, depois de encerrar a cerimônia pelo Prāyaścittaṁ (ritos expiatórios) e outros ritos, deve alimentar e assim agradar aos sādhakas e vipras e os pobres e desamparados.

13:308 – Se alguém não for capaz de realizar todos estes ritos, ele deve banhar a imagem com sete jarros de água e, tendo adorado com a melhor de sua capacidade, repetir o nome do Devatā.

13:309-310 – Amada! Eu agora falo a Ti do Pratiṣṭhā (instalação) da adorável Ādyā. De uma forma semelhante, o homem versado no ritual deve, cuidadosamente, realizar o Pratiṣṭhā de Durgā e das outras Vidyās, Maheśa e outros Devas, e do Śiva-liṅga que pode ser movido (ou seja, os Bāṇa-Liṅga podem ser movidos, diferentes dos outros).

 

Fim do décimo terceiro capítulo intitulado “Instalação dos Devatās”.