© Todos os Direitos Reservados. Não é permitido compartilhar o conteúdo deste Blog em outros sites. Este Blog está protegido contra cópias de seu conteúdo inteiro ou em partes. Grata pela compreensão.

Taraṅga 2


TARAṄGA II 


Vakratuṇḍa Deva


BĪJA MANTRA DE VAKRATUṆḌA

2:1-2 – Mencionarei agora os Mantras de Gaṇeśa que produzem todas as coisas desejadas. Jala significa Va. Cakrī associado com Vahni é Kra. Kāmikā com Karṇedu é Tum. Dāraka com dīrgha é Ḍā. Vāyu com Kavaca, ou seja, Ya, é Hum. Estas são as seis sílabas do mantra que concederá todos os siddhis para aqueles que recorrerem a ele. O mantra se torna Vakratuṇḍāya huṁ.

2:3 – O sábio do mantra é Bhārgava. A métrica é anuṣṭup. Vighneśa é a divindade. O bīja mantra é vaṁ e a śakti é yam.

2:4 – O rito do ṣaḍaṅga nyāsa deve ser realizado separadamente com as seis sílabas do mantra acompanhadas do bindu (anusvāra) no final e o praṇava (bīja oṁ) no início. Em seguida, namaḥ deve ser sufixado ao final. O nyāsa deve ser acompanhado de svāhā, vaṣaṭ etc.

2:5 – O devoto deve realizar o sarvāṅganyāsa no entrecenho, pescoço, coração, umbigo, órgão genital e pés, respectivamente, com as sílabas do mantra. Em seguida, o mantra inteiro é utilizado para o nyāsa sobre o corpo todo (vyapāka).

2:6 – Dhyāna deve ser realizado com o seguinte verso. Eu medito em Gaṇeśa que é esplendoroso como o sol nascente, que segura o laço e faz o gesto de destemor (abhaya mudrā) com as mãos esquerdas, e segura o aguilhão e faz o gesto de conceder bênção (varada mudrā) com as mãos direitas. Cuja face se assemelha a de um elefante, cujas roupas são vermelhas, que é belo por meio de todos os ornamentos e que está agradado e que é competente para remover todas as misérias.

2:7-8 – O mantra deve ser repetido 600 mil vezes. O havana deve ser feito com um décimo deste número de japa mantra, ou seja, 60 mil oblações, por meio de oito artigos mencionados abaixo. Para o objetivo da plena realização da eficácia do mantra, o devoto deve alimentar brāhmaṇes de pura conduta. Os oito artigos são cana de açúcar (īkha), farinha de trigo frita (sattū), bananas (kelā), flocos de arroz batido (capeṭānna), gergelim cru (tila), modaka (doce de Gaṇeśa), côco seco (nārikela aura) e grãos ressecados (dhāna, também conhecido como paddy, uma espécie de arroz asiático).

Yantra Vakratuṇḍa 


2:9 – As divindades do pedestal, iniciando com Ᾱdhāraśakti e terminando com Paratattva devem ser adoradas. As nove Śaktis devem ser adoradas nas oito direções e no meio.

2:10 – As nove Śaktis são Tivrā, Cālinī, Nandā, Bhogadā, Kāmarūpiṇī, Ugrā, Tejovati, Satyā e a nona é Vighnanāśinī.

2:11-13 – As Śaktis do pedestal acima mencionados são em relação aos mantras é de Vināyaka (ou seja, outro nome para Vakratuṇḍa). o Pīṭha mantra precedido do bīja de Gaṇeśa é “gaṁ sarvaśakti kamalāsanāya namah” (obediência ao assento de lótus de todas as Śaktis). O oferecimento do assento é por meio do pīṭha mantra. Em seguida, com o mūla mantra a divindade é concebida no pedestal. Gaṇeśa é invocado naquele ídolo. Dessa forma a pūjā regular (comum) prossegue, não omitindo qualquer uma das características regulares, tais como os oferecimentos de flores, assento, etc. Após isso a adoração dos Ᾱvaraṇas deve ser realizada.

2:14 – O inteligente deve adorar os seis aṅgas nos cantos, iniciando com o Sudeste. Vāṁ hṛdayāya namaḥ || SE; kraṁ śirase svāhā || SW; tuṁ śikhāyai vaṣaṭ || NE; ḍāṁ kavacāya huṁ || NW; yaṁ netratrayāya vauṣaṭ || E; e huṁ astrāya phaṭ || W.

2:15 – No segundo Ᾱvaraṇa, as oito Śaktis devem ser adoradas iniciando com a pétala ao Leste (e seguindo no sentido dos ponteiros do relógio). As oito Śaktis são Vidyā (conhecimento), Vidhātrī (mãe criadora), Bhogadā (que concede prazeres), Vighnaghātini (destruidora dos obstáculos), Nidhipradipā (receptáculo de luz), Pāpaghni (destruidora dos pecados), Puṇyā (virtude) e Śaśiprabhā (brilhante como a Lua).

2:16 – No terceiro Ᾱvaraṇa, as oito formas de Gaṇeśa devem ser adorados iniciando com Vakratuṇḍa (que possui uma tromba retorcida) no Leste (e seguindo o sentido horário), Ekadaṁṣṭra (ou Ekadanta, que possui uma única presa), Mahodara (que possui um grande abdômen), Gajāsya (que possui a face de um elefante), Lambodara (que possui uma barriga grande). Vikaṭa (disforme), Vighnarāja (rei dos obstáculos) e Dhūmravarṇa (que possui a cor da fumaça).

2:17 – Nos quarto e quinto Ᾱvaraṇas as divindades dos quadrantes (dikpālas) e suas armas (vajras) devem ser adoradas.

2:18 – Dessa forma Goṇanāyaka (Vakratuṇḍa) deve ser adorado nos cinco Ᾱvaraṇas. Com o objetivo de realizar a eficácia do mantra, os puraścaraṇa mencionado anteriormente deve ser praticado.

KᾹMYA PRAYOGA

2:19 – Posteriormente, quando o mantra tiver sido apropriadamente dominado, o devoto deve proceder com os rituais do Kāmya Prayoga. Ou seja, a adoração para a realização de objetivos específicos desejados.

2:20 – O devoto deve aderir ao voto de celibato por um período de seis meses e repetir o mantra por doze mil vezes naquele período (de seis meses). Dentro daquele período a pobreza deve ser removida completamente.

2:21 – Iniciando em um Caturthī e terminando em outro Caturthī, ele deve repetir o mantra dez mil vezes por dia. Com uma perfeita concentração ele deve realizar havana cento e oito vezes. O devoto deve certamente obter o benefício mencionado acima dentro de meses.

2:22 – Pela realização de havanas com alimento cozido com ghee, ele deve florescer em riqueza.

2:23 – Pela realização de mil homas diariamente com os artigos de (1) arroz batido (capeṭānna), (2) côco seco (nārikela aura), e (3) sementes de pimenta do reino preta (kālī mirca), o devoto adquire uma grande riqueza dentro de um mês.

2:24 – O devoto deve realizar mil āhutis por dia com os oito artigos (mencionados no śloka 8) misturados com outros três artigos, a saber: (1) sementes de cominho (jīrā), (2) sal do Himalaya branco (sendha namak) e (3) sementes de pimenta do reino preta (kālī mirca). Dentro de uma quinzena ele deve se tornar rico como Kubera.

2:25 – Todos os dias o devoto deve realizar quatrocentos e quarenta e quatro tarpaṇa repetindo o mūla mantra. Dentro de um maṇḍala (49 dias), ele deve alcançar todos os seus desejos.

MAHᾹ MANTRA DE VAKRATUṆḌA

2:26-27 – Mencionarei agora outro mantra que concederá um tesouro aos devotos. Este é o mantra de trinta e uma sílabas que concederá tudo que é desejado. O mantra é: rāyaspoṣasya daditā nidhido ratnadhātumān rakṣohaṇo balagahano vakratuṇḍāya huṁ. Tradução: doador de riqueza crescente, doador de tesouro, possuidor de joias e metais, destruidor de espíritos maléficos, extremamente forte, huṁ para Vakratuṇḍa.

2:28 – O mantra, dividido em 5, 3, 8, 4, 5 e 6 letras, constituem os mantras necessários para a realização do ṣaḍaṅga nyāsa. O sábio desse mantra e o procedimento de adoração é como antes. Este mantra é o doador de tesouro.

BĪJA MANTRA DE MEGHOLKᾹYA GAṆAPATI

2:29 – O mantra de seis sílabas é mencionado como megholkāya svāhā (svāhā para a chama feroz do intelecto).

2:30 – Este mantra é o doador de todos os desejos daqueles que recorrem a ele. Tudo relacionado à adoração é como antes.

BĪJA MANTRA DE UCCHIṢṬA GAṆAPATI

Ucchiṣṭa Gaṇapati


2:31 – O mantra de nove sílabas é formado assim – hasti piśāci likhe svāhā.

2:32 – O sábio desse mantra é Kaṁkola, a métrica é Virāṭ e a divindade é Ucchiṣṭa Gaṇapati.

2:33 – O pañcāṅga nyāsa é com as letras divididas em 2, 3, 2, 2 e o mantra inteiro. Ou seja, 2 sílabas (hasti), 3 sílabas (piśāci), 2 sílabas (likhe) e 2 sílabas (svāhā) e o mantra inteiro para a 5ª parte da aplicação.

2:34 – Para este mantra o nyāsa é de apenas cinco aṅgas. E, em seguida, o Senhor com a Lua na testa (Ucchiṣṭa) deve ser meditado.

2:35 – Dhyāna – Eu medito em Ucchiṣṭagaṇapati que tem quatro braços e três olhos, cujo corpo é vermelho, que segura o aguilhão (aṅkuśa) e o vaso de modaka (modaka pātra) nas mãos direitas e o laço (pāśa) e o dente (danta), que está sentado no lótus e está altamente exaltado e enlouquecido (unmatta).

2:36-39 – Japa deste mantra é de cem mil vezes e o havana com sementes de gergelim é de dez mil vezes. O devoto deve adorar Ucchiṣṭagaṇapati no pedestal como antes.

2:37 – No início os auxiliares (pīṭha śaktis) devem ser adorados. Em seguida as mães Brahmins são adoradas nas oito direções a começar pelo Leste. Elas são Brāhmī, Maheśvarī, Kaumarī, Vaiṣṇavī, Vārāhī, Indrāṇī, Cāmuṇḍā e Ramā (ou seja, Lakṣmī).

2:38 – Em seguida o devoto deve adorar Vakratuṇḍa nas dez direções. Ou seja, Vakratuṇḍa, Ekadaṁṣṭra, Lambodara, Vikaṭa, Dhūmravarṇa, Vighna, Gajānanna, Vināyaka, Gaṇapati e Hastidanta.

2:39 – Nos dois próximos Ᾱvaraṇas ele deve adorar Indra e outros (dikpālas), bem como Vajra e outras armas. Depois de realizar o mantra, o devoto deve realizar os rituais para realização dos objetivos desejados.

KᾹMYA PRAYOGA

2:40 – A mūrti de Gaṇeśa deve ser feita quer de madeira de sândalo vermelha (rakta candana) ou madeira branca de árvore arka (śveta arka) e deve ser do tamanho do polegar do devoto.

2:41 – A imagem deve ser bela e ter todas as características como mencionadas no dhyāna (śloka 35). Depois de devidamente instalado, ele deve ser banhado em mel.

2:42-43 – Iniciando (o Kāmya Prayoga) no 14º dia (Caturdaśī) da quinzena escura da Lua (Kṛṣṇa Pakṣa) e terminando no 14º dia da quinzena clara (Śukla Pakṣa). Pudim de leite feito com melaço de rapadura (gudha) deve ser oferecido como naivedyam e o mantra deve ser repetido. Sementes de gergelim misturados com ghee devem ser utilizados em havana (oferecidos como āhutis) todos os dias mil vezes. O devoto deve fazer isso em um local isolado e meditando “me svayaṁ gaṇeśa hūṁ” (eu sou Gaṇeśa). Ele não deve lavar sua boca depois de comer e também deve estar nu. Quer o devoto seja nascido ou não em uma família real, o devoto deve ganhar um reinado dentro de uma quinzena.

2:44-45 – A adoração feita de uma mūrti confeccionada de lama de oleiro (argila) concede um bom reinado. O ídolo feito de lama retirada de um formigueiro, quando adorado, concede lucros e todas as coisas desejadas. O ídolo feito de caramelo e rapadura concede todas as fortunas. O ídolo feito de sal, agita os inimigos.

2:46 – Uma mūrti feita de árvore margosa (neem) e adorada assim, destrói os inimigos. Grãos torrados e misturados com mel devem ser utilizados para o homa. O devoto deve cativar e manter sob controle o universo inteiro.

2:47 – Deitado na cama e permanecendo em Ucchiṣṭa (ou seja, sem lavar a boca depois de comer) o devoto deve repetir o mantra. Ele pode fazer seus inimigos ficarem sob seu domínio. Se o homa for realizado com flores de mostarda escura esfregada com óleo de mostarda, ele irá alienar seus inimigos.

2:48 – Enquanto joga dados, ou discute, ou luta, o mantra pode ser repetido e certamente o devoto vencerá a disputa. Kubera Deva repetiu este mantra e se tornou o possuidor dos nove tesouros (niddhi).

2:49-50 – O Senhor dos macacos (Sugriva) e Vibhīṣaṇa obtvirema um reinado sem inimigos. O devoto deve usar roupas vermelhas ou aplicar unguentos vermelho (sândalo vermelho, kumkum etc). Ele deve mascar folhas de betel de noite e enquanto mastiga o betel repete o mantra. Ele deve oferecer como oblação carne (māṁsa, carne de ave) ou fruta junto com as folhas de betel. O devoto pode repetir o mantra enquanto come doces (laddū, uma espécie de doce da culinária indiana) oferecidos previamente como naivedyam para o Senhor.

2:51-52 – O mantra utilizado em sacrifício (bali) é de dezenove sílabas: gaṁ haṁ klauṁ glauṁ ucchiṣṭa gaṇeśāya mahā yakṣāyāyam baliḥ. (Esta oblação é para o grande Yakṣa Gaṇeśa na forma de Ucchiṣṭa).

2:53-54 – O mantra de nove sílabas mencionado anteriormente (śloka 31) pode ser feito de doze sílabas por adicionar Dhruva (oṁ), Māyā (hrīṁ) e Gaṇeśa (gaṁ) no início (oṁ hrīṁ gaṁ hasti piśāci likhe svāhā). Todas as coisas, tais como nyāsa, dhyāna etc., é o mesmo como no caso do mantra de nove sílabas.  O mantra de nove sílabas pode ser convertido em um mantra de dez sílabas por adicionar o Tāra (oṁ) ou o Gaṇeśa (gaṁ) no início. Isto é, (oṁ hasti piśāci likhe svāhā) ou (gaṁ hasti piśāci likhe svāhā).

2:55-56 – O mantra de dezenove sílabas é: oṁ namaḥ ucchiṣṭa gaṇeśāya hasti piśāci likhe svāhā. O ṣaḍaṅga nyāsa deve ser feito com as sílabas do mantra divididas em 3, 7, 2, 3, 2 e 2 e a mesma forma de adoração do aṅga, do sábio etc., é como antes.

2:57-60 – O mantra de trinta e sete sílabas de Ucchiṣṭa Gaṇanātha é mencionado agora: oṁ namo bhagavate ekadaṁṣṭrāya hastimukhāya lambodarāya ucchiṣṭa mahātmane āṁ kroṁ hrīṁ gaṁ ghe ghe svāhā. (oṁ obediência ao senhor Lambodara Ucchiṣṭa Mahātman que possui a face de um elefante e uma tromba). O sábio deste mantra é Gaṇaka, a métrica é Gāyatrī, o devatā é Ucchiṣṭagaṇapa. O devoto permanece em ucchiṣṭa (com a boca suja depois de comer) enquanto repete o mantra. O ṣaḍaṅga nyāsa e a adoração é feita com as sílabas do mantra divididas, respectivamente, em 7, 10, 5, 4, 4 e 8.

2:61O dhyāna para a meditação é: eu busco refúgio em Ucchiṣṭa Gaṇapati, o filho de Ambā (Deusa Pārvatī), que está sentado no lótus, que segura o arco e o laço com suas mãos esquerdas e a flecha e o aguilhão com suas mãos direitas e que está engajado em relação sexual com sua esposa nua.

2:62 – Para a segurança da realização dos objetivos desejados, o devoto deve repetir o mantra cem mil vezes e, em seguida, realizar o homa com ghee dez mil vezes com todos os requisitos da adoração do pedestal seguindo com a adoração do Senhor.

2:63-64 – Iniciando em Kṛṣṇa Aṣṭamī (8º dia da quinzena escura) e terminando no mesmo Kṛṣṇa Caturdaśī (14º dia da quinzena escura), o devoto deve repetir o mantra oito mil e quinhentas vezes por dia e realizar homas de oitocentos e cinquenta vezes. Ele deve realizar tarpaṇa em seguida por oitenta e cinco vezes. Assim o mantra irá outorgar os devidos benefícios tais como grãos, filhos, netos, toda boa fortuna e incomparável reputação.

2:65 – O devoto deve fazer uma mūrti do senhor com árvore margosa (neem) em um dia auspicioso. Ele deve realizar prāṇa pratiṣṭhā (instalação dos ares vitais) e repetir o mantra em frente a essa mūrti. Ao pensar em alguém enquanto o mantra é repetido, esta pessoa se torna sob seu controle como um escravo.

2:66-67 – O devoto deve trazer água do rio e invocar com ele o mantra vinte e sete vezes. Em seguida, ele deve lavar seu rosto com essa água e ir para a corte do rei. A pessoa que ele vê e a pessoa por quem ele é visto fica sob seu controle em um instante.

2:68 – Para conseguir que pessoas como reis e outros fiquem sob seu controle, o devoto deve adorar Gaṇeśa com quatro mil folhas de Dhattura (Datura stramonium) enquanto repete o mantra.

2:69-72 – O devoto deve pegar a poeira do pé esquerdo de uma bela mulher e colocar sob o ídolo de Gaṇeśa. Em seguida, ele deve repetir o mantra doze mil vezes ao total enquanto medita nela. Ela virá para ele mesmo se estiver longe. O devoto deve fazer uma mūrti do senhor com madeira branca da árvore arka (śveta arka) ou de margosa (neem) e realizar prāṇapratiṣṭhā naquela imagem. Em seguida, ele deve adorar este ídolo com flores vermelhas e sândalo vermelho na noite do 4º dia (Caturthī). Depois de repetir o mantra por mil vezes, ele mergulha aquela mūrti em um rio durante a noite. O senhor Gaṇeśa virá para ele em sonhos e falará sobre seus objetivos desejados. Por realizar mil oblações no homa com galhos de margosa o devoto pode matar seus inimigos.

2:73 – Se o homa for realizado com galhos de vajrī (euphorbia neriifolia), o inimigo irá para a morada de Yama (morrerá). Se o osso de um macaco for invocado com o mantra e jogado em uma casa, ele pode causar uccaṭana (causar morte).

2:74-77 – Se o osso de um ser humano é invocado com o mantra e levado para a casa de uma garota, isso pode ajudar o devoto a conquista-la. Deve-se fazer uma mūrti com lama de oleiro (barro) misturado com a poeira do pé esquerdo de uma mulher. Ele então escreve o nome da mulher no coração do ídolo. Depois de recitar o mantra, ele coloca aquela mūrti em um buraco no chão junto com madeira margosa e queima e a mulher imediatamente se torna louca. Se a madeira e o ídolo foram retirados daquela cova no chão, a mulher fica saudável novamente. O mesmo procedimento deve ser adotado no caso de um inimigo. Sua forma deve ser feita e o ritual deve ser realizado com antes, mas utilizando alho (laśuna). Como resultado seu inimigo se torna louco. Se o ídolo for mantido em um pote de barro, adorado da forma prescrita e queimado (dentro desse pote) em um buraco no chão. Ao enterrá-lo na porta do inimigo, então o inimigo se torna louco dentro de uma quinzena.

2:78-80 – Deve-se fazer uma mūrti com madeira branca arka ou margosa e adorar essa mūrti com flores vermelhas e sândalo vermelho. Em seguida, ele mergulha essa mūrti em um pote com vinho e coloca esse pote em uma cova no chão da profundidade de um palmo. Em seguida, ele senta sobre isso e repete o mantra dia e noite. Dentro de uma semana todas as suas dificuldades serão removidas, todos os inimigos estarão sob controle e toda riqueza aumentará.


... CONTINUA ...

Taraṅga 1

 

TARAṄGA 1


Obediência ao Senhor Gaṇeśa. Obediência ao Senhor Śiva. Obediência às Deusas.

1:1 Eu me curvo ao grande Deus Gaṇeśa e ao meu preceptor Lakṣmi Nṛhari (Nṛsiṁhāśrama). Eu estudei e passei pelos muitos tratados (Granthas) de Tantra. Agora eu (Mahīdhara) compilarei o trabalho Mantra Mahodadhi.

1:2 Um Mantravetta (Sādhaka praticante) deve acordar no Brāhmamuhūrta e meditar nos pés de lótus de seu preceptor sobre sua cabeça. Depois de terminar a rotina diária de ir ao banheiro etc., ele deve ir para o rio.

1:3 Snāna: Ele deve tomar seu banho regular de acordo com as injunções védicas de Mantra Snāna (abluções com a recitação de sílabas místicas). Em seguida, ele deve realizar o Smarta Sandhyā e o Mantra Sandhyā e meditar em Deus. O banho é de três tipos (1) Kāyikasnāna, com água; (2) Mantra Snāna, com mantras e incenso; e (3) Manasa Snāna, banho mental com o néctar que emana dos pés do guru. Isso será explicado em Pūjā Taraṅga (21º). 

1:4 Dvārpūjā: Depois de chegar na porta de casa ele deve fazer o Dvārpūjā (adoração da entrada). Ele deve aspergir a entrada por meio do mantra “astra phaṭ” com água e então adorar o Senhor Gaṇeśa na parte superior da porta.

1:5-6 Dvārpūjā: Ele deve adorar Mahā Lakṣmī à direita da porta e Śrī Sarasvatī à esquerda. Em seguida, ele adora Vighṇeśvara, Gaṅgā e Yamunā à direita e Kṣetrapala (Svarga, ou o céu), Svaḥ Sindhu (Gaṅgā) e Yamunā à esquerda. Novamente, à direita ele adora Dhātā e à esquerda adora Vidhātā.

1:7 Dvārpūjā: Da mesma forma ele adora os tesouros Śaṅkhanidhi e Padmanidhi à direita e à esquerda, respectivamente e os guardiões da porta em seguida na forma dos Tattva Devatās (Pṛthvī, Tejas/Agni, Jala, Vāyu e Ᾱkāśa). Depois de completar esta adoração da porta de entrada, ele entra na câmara de adoração.

1:8-9 Prāṇāyāma: Ele deve se sentar em um assento sagrado e prestar obediência ao Senhor Gaṇapati, ao Preceptor e ao Iṣṭa Devatā (a divindade presidente do ritual). Ele deve inalar profundamente repetindo o praṇava mantra (oṁ) trinta e duas vezes (32), reter o ar repetindo o mantra sessenta e quatro vezes (64) e exalar o mantra dezesseis vezes (16). Isto é chamado Prāṇāyāma. Em seguida ele deve realizar Bhūtaśuddhi (purificação dos cinco elementos constituintes do seu corpo físico) com o objetivo de qualificar-se para a adoração da divindade.

1:10-12 Bhūtaśuddhi: Com a mente concentrada ele deve meditar na Suprema Kuṇḍalinī que está situada no Mūlādhāra Cakra, que é brilhante como um raio e que se assemelha à fibra do lótus. Ele deve despertar Kuṇḍalinī a partir do seu Mūlādhāra e leva-la para o Anāhata Cakra, estacionado na região do coração, através de Suṣumṇā. Jīva (alma individual) deve ser contemplado como na forma da chama de uma lamparina e imaginar como se ele tivesse alcançado Brahmarandhra (a abertura na coroa da cabeça) onde Brahman (a alma suprema) está estacionado. O Sādhaka deve repetir o Hansa Mantra (So’ham) e unir Jīva junto com Kuṇḍalinī e Brahman (no alto da cabeça).

1:13-18 Bhūtaśuddhi: Ele deve meditar nos elementos (bhūtas) juntamente com suas cores, Bīja mantra e formas individuais. Os elementos devem ser meditados como constituindo o corpo a partir da sola dos pés até à abertura da coroa da cabeça. O processo para a realização disto é mencionado agora: (1) Ele deve meditar em pṛthvī (elemento terra) como situado da sola dos pés até os joelhos. Sua forma é um quadrado. O Bīja mantra é LAṀ e sua cor é dourada. (2) Ele deve meditar em jala (elemento água) como situado dos joelhos até o umbigo. Sua cor é branca. Sua forma é um semicírculo lunar com dois lótus em cada extremidade. O Bīja é VAṀ. (3) A meditação de Agni/Tejas (elemento fogo) é na região do umbigo ao coração. Sua cor é vermelha. Sua forma é um triângulo invertido com juntamente com uma Svastika em cada um de seus lados. O Bīja mantra é RAṀ. (4) Ele deve meditar em vāyu (elemento ar) na região situada entre o coração e o entrecenho. A forma é um círculo com seis pontos místicos formando um hexágono. Sua cor é cinza fumaça e seu Bīja é YAṀ. (5) O elemento ākāśa (éter, ou céu) deve ser meditado na região entre o entrecenho e a abertura no topo da cabeça. Sua cor é cristal límpido. A forma é circular e o Bīja é HAṀ.

1:19-23 Bhūtaśuddhi:  Existem outros auxiliares que devem ser meditados durante este processo. (1) Pés, coração, ânus, genitais e cordas vocais juntamente com suas atividades de movimento etc. (2) Os órgãos do sentido de olfato, paladar, visão toque e audição junto com suas qualidades de cheiro, gosto etc., devem ser meditados juntamente com cada um dos elementos de terra à ākāśa. (3) Brahmā, Viṣṇu, Śiva, Īśāna e Sadāśiva são as divindades que presidem sobre os elementos de pṛthvī em diante. Esses devas também devem ser meditados em suas respectivas zonas. (4) Os cinco Kalāyam (ou elementos substratos), ou seja, Nivṛtti, Pratiṣṭhā, Vidyā, Śānti e Śāntyatītā devem ser meditados a partir do elemento pṛthvī em diante. (5) Os cinco prāṇas (elementos gasosos, pañca vāyu), ou seja, Samāna, Udāna, Vyāna, Apāna e Prāṇa devem ser meditados nas zonas de pṛthvī em diante. 

1:24-28 Bhūtaśuddhi:  Depois de meditar nos elementos desta forma, o aspirante continua com a dissolução e absorção de cada elemento no outro, ou seja, a terra é absorvida pela água, a água no fogo, o fogo no ar, o ar no firmamento (éter ou ākāśa), o firmamento em Ahaṅkāra (Ego Cósmico), Ahaṅkāra em Mahātattva (Grande Princípio), Mahātattva em Māyā (Prakṛti, a Natureza) e Māyā em Paramātman (Alma Universal). Sentindo-se idêntico com o puro Sat e Cit ele deve pensar sobre a personificação do pecado (pāpa puruṣa) estacionado em uma cavidade à esquerda de sua barriga. Ele é da cor escura e do tamanho de um polegar. O assassino de um brāhmaṇe é a sua cabeça, o ladrão de ouro constitui suas mãos, aquele que se embriaga com vinho é o coração e aquele que é o contaminador do leito do seu preceptor é os seus quadris. O contato com esses pecadores constitui os seus pés e todos os Upapātakas (os pecados menores) são seus cabelos. O pecado personificado (o pāpa puruṣa) segura uma espada e um escudo. Ele é insuportavelmente perverso e mantém sua cabeça curvada para baixo.

1:29-30 Bhūtaśuddhi:  O aspirante deve então inalar vāyu Bīja YAṀ e inalando assim deve desidratar (o pāpa puruṣa) com este Bīja. Com o Bīja de agni (RAṀ) ele deve queimar o pecado personificado fazendo japa (mentalmente) durante o kuṁbhaka (retenção da respiração). As cinzas do pecado personificado devem ser sopradas por meio do vāyu Bīja durante o processo de recaka (exalação).

1:31-34 Bhūtaśuddhi:  Em seguida, ele deve lavar as cinzas do corpo por meio do sudhābīja VAṀ. Em seguida, após purificação das cinzas, e recitando o Bīja LAṀ, ele deve tornar essas cinzas tão dura e firme quanto um ovo de ouro sólido. Após isso, realizando japa do mantra do firmamento HAṀ, ele deve recriar os membros do corpo iniciando com a cabeça e terminando com os pés. Ele deve repetir o mantra So’ham (aquele sou eu, saḥ aham) e recriar todos os elementos iniciando com o firmamento (ākāśa) fora de Cit (alma). Ele deve estabelecer Jīva no lótus do coração (Anāhata) e, por último, ele deve fazer Kuṇḍalinī retornar para o Mūlādhāra.

1:35-37 Prāṇapratiṣṭhā: Depois da realização do Bhūtaśuddhi (purificação dos elementos), o Sādhaka deve iniciar o estabelecimento dos ares vitais. O sábio do mantra é Aja, Iśa e Padmaja. As métricas são Ṛk, Yajur e Sāma. O Devatā é a Prāṇaśakti (o poder vital). O Bīja é Pāśa (ᾹṀ). A Śakti é Trapā (HRĪṀ). O Viniyoga (aplicação) é em relação ao estabelecimento dos ares vitais no corpo. O Ṣaḍaṅga Nyāsa para este rito é tocando as seguintes partes do corpo: os sábios são na cabeça; chandas é no rosto; o Devatā é no coração; o Bīja é nas partes privadas e a Śakti é nos pés.

Viniyogaḥ: oṁ asya śrī prāṇapratiṣṭhā mantrasya ajeśapadmaja ṛṣayaḥ ṛgyajuḥsāmāne chandāṁsi prāṇaśaktirdevatā āṁ bījaṁ hrīṁ śaktiḥ krauṁ kīlakaṁ || prāṇapratiṣṭhā viniyogaḥ??? Falta essa parte final ||

Ṛṣyādinyāsa: ajeśapadmaja ṛṣibhyo namah śirase || ṛgyajuḥsāma chandebhyo namaḥ mukhe || prāṇaśaktirdevatāyai namaḥ hṛdi || āṁ bījāya namah guhye || hrīṁ śaktaye namaḥ pādayoḥ || krauṁ kīlakāya namaḥ sarvaṅge ||

1:38-41 Prāṇapratiṣṭhā: O Nyāsa das guturais (ka, kha, ga, gha, ṅa e ha) bem como Nabhas (firmamento), é no coração. O Nyāsa das palatais (ca, cha, ja, jha, ña), bem como Śabda (som), é na cabeça. O Nyāsa das cerebrais (ṭa, ṭha, ḍa, ḍha, ṇa), bem como Śrotra (ouvido) é no tufo (atrás da cabeça). O Nyāsa das dentais (ta, tha, da dha, na), bem como Vāk (o discurso) é no kavaca (armadura). O Nyāsa das labiais (pa, pha, ba, bha, ma, va), assim como Vaktavya (o que é proferido) é nos três olhos. O Nyāsa das semi-vogais (veja comentário abaixo) bem como os órgãos internos é no astra (arma). Com esses mantras o devoto realiza Nyāsa em seus membros, coração etc. As letras devem ser pronunciadas junto com o Anusvāra (bindu). Em relação ao Yavarga (semi-vogais), a ordem é śaṁ, yaṁ, raṁ, vaṁ, laṁ). Em seguida a estas, Nabhas (HÁṀ) devem ser pronunciadas nesta ordem: (ṣaṁ, śaṁ, saṁ) finalizando com Vimala (LAṀ). As letras sempre devem ser pronunciadas com o Anusvāra.

1:42-44 Ṣaḍaṅgaka Nyāsa: (1) Nabhas significa os cinco elementos básicos da criação que começa com o firmamento, ou o ākāśa (pañcabhūta): ākāśa (éter), vāyu (ar), agni/tejas (fogo), jala (água) e pṛthvī/bhūmi (terra). (2) Śabda é o som e reúne aqui os cinco elementos sutis (Tanmātra): śabda (som), sparśā (toque), rūpa (forma), rāsa (gosto) e gandha (cheiro). (3) Śrotra significa os órgãos dos sentidos (Jñānendriya) a começar por śrotra (ouvido), tvāk (pele), caksus (olhos), rasana (língua) e ghrāna (nariz). (4) Vāk se refere aos órgãos motores (Karmendriya), a começar por vāk (boca), pāni (mão), pāda (pé), upasthā (órgão de procriação) e pāyu (órgão excretor). (5) Vaktavya corresponde ao que é proferido, ao que é segurado, ao que é caminhado, ao que é excitado e ao que é expelido através dos órgãos motores. (6) Os órgãos internos são o intelecto (buddhi), ego (ahamkara) e mente sensorial (manas). Estes três últimos princípios formam Citta (Consciência, principio decisivo).

Ṣaḍaṅga Nyāsa: (1) oṁ ṅaṁ kaṁ khaṁ ghaṁ gaṁ nabhovāyvagrivārbhūmyātmane hṛdayāya namaḥ || (2) oṁ ñaṁ caṁ chaṁ jhaṁ jaṁ śabdasparśarūparasagandhātmane śirase svāhā || (3) oṁ ṇaṁ ṭaṁ ṭhaṁ ḍhaṁ ḍaṁ śrotratvaṅnayanajihāprāṇātmane śikhāyai vaṣaṭ || (4) oṁ naṁ taṁ thaṁ dhaṁ daṁ vākpāṇipādapāyūpasthātmane kavacāya hum || (5) oṁ maṁ paṁ phaṁ bhaṁ baṁ vaṁ vaktavyādānagamanavisarganandātmane netratrayāya vauṣaṭ || (6) oṁ śaṁ yaṁ raṁ vaṁ laṁ haṁ ṣaṁ kṣaṁ laṁ buddhimanohaṁkarācittātmane astrāya phaṭ |

1:45-46 Vyapāka Nyāsa: O Pāśa Bīja (ᾹṀ) deve ser usado para o Nyāsa começando com o umbigo e terminando com os pés. O Śakti Bīja Nyāsa (HRĪṀ) deve ser utilizado iniciando com o coração e terminando com o umbigo. Iniciando com a cabeça e terminando no coração, o Śṛṇī Bīja (KRAUṀ) deve ser utilizado como Nyāsa.

1:47-48 (1) Pele, (2) sangue, (3) carne, (4) gordura, (5) ossos e (6) medula e o (7) sêmen devem ser utilizados junto com ātmane namaḥ. As letras devem ser utilizadas na ordem yaṁ, raṁ, laṁ, vaṁ, śaṁ, ṣaṁ, saṁ. Estes sete devem ser utilizados no Nyāsa no coração.

1:49 O Bīja Sadya (OṀ) junto com aquele do firmamento (HAṀ) deve ser utilizado com Ojas e Prāṇa deve ser utilizado junto com o Bīja HAṀ. O Bīja Bhṛgu (SAṀ) deve ser utilizado para o Nyāsa de Jīva no coração. Estas letras inicias (yaṁ, raṁ etc) devem ser enfeitadas com Candra (anusvāra, o bindu). O Nyāsa aqui é da cabeça aos pés (Vyapāka Nyāsa). Em seguida, as divindades do pedestal devem ter seus Nyāsas.

(1) oṁ yaṁ tvagātmane hṛdayāya namaḥ || (2) oṁ raṁ asṛgātmane hṛdayāya namaḥ || (3) oṁ laṁ maṁsātmane hṛdayāya namaḥ || (4) vaṁ vasātmane hṛdayāya namaḥ || (5) oṁ śaṁ āsthyātmane hṛdayāya namaḥ || (6) oṁ ṣaṁ majjātmane hṛdayāya namaḥ || (7) oṁ hoṁ ojātmane hṛdayāya namaḥ || (8) oṁ haṁ prāṇātmane hṛdayāya namaḥ || (9) oṁ saṁ jīvātmane hṛdayāya namaḥ ||

1:50-55 Os Pīṭhas devatās são agora enumerados: (1) Maṇḍūka; (2) Kālāgni Rudra; (3) Adhāraśakti; (4) Kūrma; (5) Dharā; (6) Sudhāsindhu; (7) Śvetadvīpa; (8) Surāṅghripa (a árvore celestial); (9) Maṇiharmya; (10) Hemapītha; (11) Dharma; (12) Jñāna; (13) Vairāgya; (14) Aiśvarya e seus opostos (15) Adharma; (16) Avairāgya; e (17) Anaiśvarya. As quatro divindades iniciando com Dharma (a 11ª) são lembradas nos pés do pedestal e as outras no corpo do pedestal. No meio estão as divindades (18) Ananta; (19) Tattvapadma; (20) Ᾱnandamayakandaka; (21) Samvinnāla; (22) Vikāramaya; (23) Kesara e (24) Prakṛtyātmakapatras. (25) Karṇika que é constituído pelas 51 letras; (26) a esfera de Sūrya; (27) a esfera de Candra; (28) a esfera de Agni; (29) Os Guṇas Sattvas, Rajas e Tamas; (30) Ᾱtman; (31) Antarātman; (32) Jñānātman; (33) Māyātattva; (34) Kālātattva; (35) Vidyātattva; e (36) Paramtattva. ||

maṁ maṇḍūkāya namaḥ || kaṁ kālāgnirudrāya namaḥ || āṁ ādhāraśaktyai namaḥ || kūṁ kūrmāya namaḥ || pṛṁ pṛthivyai namaḥ || kṣīṁ kṣīrasamudrāya namaḥ || śveṁ śvetadvipāya namaḥ || kaṁ kalpavṛkṣāya namaḥ || maṁ maṇimaṇḍalāya namaḥ || svaṁ svarṇasiṁhāsanāya namaḥ || dhaṁ dharmāya namaḥ || jñāṁ jñānāya namaḥ || vaiṁ vairāgyāya namaḥ || aiṁ aiṁśvaryāya namaḥ || aṁ anantāya namaḥ || paṁ padmāya namaḥ || āṁ ānandamayakandakāya namaḥ || saṁ saṁvinnālāya namaḥ || viṁ vikāramayakesarebhyo namaḥ || prakṛtyātmakapatrebhyo namaḥ || paṁ pañcāśadvarṇakarṇikāyai namaḥ || saṁ sūryamaṇḍalāya namaḥ || caṁ candramaṇḍalāya namaḥ || aṁ agnimaṇḍalāya namaḥ || saṁ sattvāya namaḥ || kaṁ kalātattvāya namaḥ || viṁ vidyātattvāya namaḥ || paṁ paraṁ tattvāya namaḥ ||

1:56 Qualquer que seja o devatā a ser adorado, essas divindades também são adoradas. As partes do corpo onde os Nyāsas devem ser colocados foram mencionadas no Pūjā Taraṅga 22º.

1:57-58 No Pūjā Taraṅga 22º foi descrito que as oito Śaktis do pedestal devem ser adoradas nas oito pétalas do lótus do coração e a nona Śakti, ou seja, Maṅgalā, deve ser adorada no pericarpo (meio) daquele lótus. As nove Śaktis são: (1) Jayā; (2) Vijayā; (3) Ajitā; (4) Aparājitā; (5) Nityā; (6) Vilāsinī; (7) Dogdharī; (8) Aghorā; e (9) Maṅgalā.

1:59-60 Os três Bījas ᾹṀ, HRĪṀ e KRAUṀ devem ser proferidos e obediência (namaḥ) pode ser feito no pedestal (āṁ hrīṁ krauṁ pīṭhāya namaḥ). Então a Prāṇaśakti deve ser meditada no corpo do pedestal como alguém que tem orgulho da sua juventude, com brilho e tendo os seios plenamente desenvolvidos.

1:61 Dhyāna Prāṇaśakti: Deve-se meditar em Prāṇaśakti com seis mãos e três olhos. Ela brilha esplendidamente sobre um lótus vermelho em uma canoa e no oceano de sangue. Em suas mãos esquerdas ela segura um laço, um arco e um javelin e nas mãos direitas ela segura um crânio, um aguilhão e uma flecha. 

raktamaya samudra meṁ naukā para lāla kamala ke ūpara baiṭhī hatha meṁ dhanuṣa evaṁ śuladhāraṇa kiye hūye tathā dāhine meṁ kapāla aṅkuśa evaṁ bāṇa dhāraṇa kiye huye hīna netreṁ vālī tathā chaḥ bhujāoṁ vālī prāṇaśakti kā dhyāna karanā cāhie ||

1:62-65 Mātṛkā Pūjā: Depois de realizado a meditação acima no hexágono dentro do lótus de oito pétalas, o devoto deve adorar Brahmā, Viṣṇu e Śiva no Leste, Sudoeste e Noroeste, respectivamente; e Sarasvatī, Lakṣmī e Pārvatī no Sudeste, Oeste e Nordeste, respectivamente. Os seis Aṅgas devem ser adorados nos filamentos e as oito Mātṛkās devem ser adoradas nas pétalas. As Mães do Universo são as seguintes: (1) Brāhmī; (2) Maheśvārī; (3) Kaumarī; (4) Vaiṣṇavī; (5) Vārāhī; (6) Indrāṇī; (7) Cāmuṇḍā; e (8) Mahālakṣmī. No momento da adoração de uma divindade, o espaço entre o adorador e a divindade é no Leste.

1:66-67 Dikpāla Pūjā: Em seguida, os Dikpālas e seus Vajras (armas) devem ser adorados em seus respectivos quadrantes: (1) Indra; (2) Agni; (3) Yama; (4) Nirṛti; (5) Varuṇa; (6) Vāyu; (7) Soma; (8) Īśāna; (9) Ananta no canto inferior; (10) Brahmā no canto superior. Em seguida, as armas de Indra e dos outros devem ser adoradas nos mesmos quadrantes de Indra e dos outros.

oṁ indrāya namaḥ || (E) || oṁ agneyām āgneya namaḥ || (SE) || oṁ yamāya namaḥ || (S) || oṁ nirṛtaye namaḥ || (SW) || oṁ varuṇāya namaḥ || (W) || oṁ vāyave namaḥ || (NW) || oṁ somāya namaḥ || (N) || oṁ iśānāya namaḥ || (NE) || oṁ brāhmaṇe namaḥ || (em cima) || oṁ anantāya namaḥ || (em baixo) ||

1:68 Vajra Pūjā: As armas dos Dikpālas são (1) Vajra; (2) Śakti; (3) Daṇḍa; (4) Khaḍga; (5) Pāśa; (6) Aṅkuśa; (7) Gadā; (8) Triśūla; (9) Cakra; e (10) Padma.

oṁ vajrāya namaḥ || oṁ śaktyai namaḥ || oṁ daṇḍāya namaḥ || oṁ khaḍgāya namaḥ || oṁ pāśāya namaḥ || oṁ aṅkuśāya namaḥ || oṁ gadāyai namaḥ || oṁ triśūlāya namaḥ || oṁ padmāya namaḥ || oṁ cakrāya namaḥ ||

1:69-70 Prāṇapratiṣṭhā Mantra: Depois da adoração da Prāṇaśakti com os cinco Ᾱvaraṇas, o devoto deve colocar sua mão em seu coração e repetir o seguinte mantra três vezes. Ele deve mencionar Uddhāra (citação e análise) daquele Mantra que irá deleitar o meditador. No início ele recita āṁ hrīṁ krauṁ. Em seguida, ele recita yaṁ, raṁ, laṁ, vaṁ, śaṁ, ṣaṁ, saṁ e hoṁ. Depois, ele repete o mantra de sete sílabas oṁ kṣaṁ saṁ, haṁsa, hrīṁ, oṁ. E, em seguida, conclui com o Ajapā (haṁsa).

1:71-73 Prāṇapratiṣṭhā Mantra: Junto com este mantra ele deve, na ordem apropriada, dizer: “Que meus prāṇas, minha alma, esteja estacionada aqui, todos os meus órgãos dos sentidos estejam estacionados aqui. Deixe meu discurso, minha mente, nariz e prāṇas virem aqui e estarem estacionados, todos eles, confortavelmente aqui.” Depois de dizer isto, ele deve concluir, como antes, proferindo as sete sílabas junto com svāhā.

oṁ āṁ hrīṁ krauṁ | yaṁ raṁ laṁ vaṁ śaṁ ṣaṁ, saṁ hoṁ | oṁ kṣaṁ saṁ haṁsaḥ hrīṁ oṁ | haṁsaḥ so’haṁ | so’haṁ haṁsaḥ | mama prāṇāḥ iha prāṇāḥ || mama jīva iha sthitaḥ | mama sarvendriyāṇi | mama vāṅmanaścakṣuḥ śrotra jihvāghrāṇa prāṇāpānavyānodānasamānāḥ ihaivāgatya sukhaṁ ciraṁ tiṣṭhantu svāhā | sānnidhyaṁ kurvantu svāhā |

1:74-75 Este é o Mantra Prāṇapratiṣṭhā. É feito no processo de estabelecimento dos ares vitais. Pāśa e outras sílabas (āṁ, hrīṁ krauṁ etc) devem ser proferidas antes da palavra Mama (meu). Quando o devoto está realizando Prāṇapratiṣṭhā nos Yantras ou nas Mūrtis etc., o devoto deve proferir as formas genitiva da respectiva divindade ao invés de “mama”.

Exemplo utilizando para Gaṇeśa: oṁ āṁ hrīṁ krauṁ | yaṁ raṁ laṁ vaṁ śaṁ ṣaṁ, saṁ hoṁ | oṁ kṣaṁ saṁ haṁsaḥ hrīṁ oṁ | haṁsaḥ so’haṁ | so’haṁ haṁsaḥ | gaṇeśasya prāṇāḥ iha prāṇāḥ || gaṇeśasya jīva iha sthitaḥ | gaṇeśasya sarvendriyāṇi | gaṇeśasya vāṅmanaścakṣuḥ śrotra jihvāghrāṇa prāṇāpānavyānodānasamānāḥ ihaivāgatya sukhaṁ ciraṁ tiṣṭhantu svāhā | sānnidhyaṁ kurvantu svāhā || Onde Gaṇeśasya é o genitivo de Gaṇeśa.

1:76 O mantra de sete sílabas é: kṣa, ha, sa e ha. Estas sílabas devem ser utilizadas juntamente com o anusvāra, sa com visarga (:) e então hrīṁ. O praṇava (oṁ) deve cercar essas letras no inicio e no fim (isto é chamado Sampuṭita). [oṁ kṣaṁ saṁ haṁsaḥ hrīṁ oṁ]

1:77 Mātṛkā Nyāsa: Depois de realizar o Prāṇapratiṣṭhā, o devoto deve fazer o Mātṛkānyāsa. As letras, iniciando com A e terminando com KṢA, são chamadas Mātṛkās.

1:78 Ṛṣi, Ṣaḍāṅga e Karaṇa Mātṛkā Nyāsa: O sábio do Mantra é Prajāpati, a métrica é Gāyatrī, o devatā é Sarasvatī. O Viniyoga (aplicação) é para a realização de todas as coisas desejadas. Todas as consoantes são os bījas e todas as vogais são as śaktis.

1:79-80 O Nyāsa do sábio, etc., é na cabeça, boca, coração, partes íntimas, pés e no corpo todo para o Kīlakaṁ. Em seguida, o Nyāsa das mãos e o Ṣaḍāṅga Nyāsa devem ser realizados por meio das letras guturais, palatais, cerebrais, dentais, labiais e surdas, e as letras Ya etc., devem ser envolvidas com as vogais curtas e longas, exceto as Klība (Ṛ, Ṝ, Ḷ e Ḹ). Em seguida, ele deve meditar na deusa no lótus do coração.

oṁ asya śrī mātṛkā nyāsa mantrasya brahmā ṛṣiḥ gāyatrī chandaḥ sarasvatī devatā halo bījaṁ svarā śaktiḥ aṁ-kṣaṁ kīlakaṁ mamābhīṣṭasiddyarthe viniyogaḥ || (verso 78)

oṁ aṁ prajāpataye namaḥ āṁ śirasi || oṁ iṁ gāyatrī chandase namaḥ īṁ mukhe || oṁ uṁ sarasvatī devatāyai namaḥ ūṁ hṛdi || oṁ eṁ halbījebhyo namaḥ aiṁ guhye || oṁ svara śaktibhyo namaḥ auṁ pādayoḥ || oṁ aṁ kṣaṁ kīlakāya namaḥ aḥ sarvaṅge ||  (verso 79)

oṁ aṁ kaṁ khaṁ gaṁ ghaṁ ṅaṁ āṁ aṅguṣṭhābhyāṁ namaḥ || iṁ caṁ chaṁ jaṁ jhaṁ ñaṁ īṁ tarjanībhyāṁ svāhā || oṁ uṁ ṭaṁ ṭhaṁ ḍaṁ dhaṁ ṇaṁ ūṁ madhyamābhyāṁ vaṣaṭ || eṁ taṁ thaṁ daṁ dhaṁ naṁ aiṁ anāmikābhyāṁ hūṁ || oṁ oṁ paṁ phaṁ baṁ bhaṁ maṁ auṁ kaniṣṭhikābhyāṁ vauṣaṭ || oṁ kṣaṁ yaṁ raṁ laṁ vaṁ śaṁ ṣaṁ haṁ laṁ kṣaṁ aḥ karatala kara pṛṣṭhābhyāṁ phaṭ || (verso 80)

1:81 Dhyāna Śloka de Sarasvatī: Eu recorro à deusa de três olhos, deusa do discurso, cujo corpo é constituído das cinquenta letras, que está adornada com a Lua Crescente, que é branca como o lírio e que segura o colar de contas (japa) e faz os gestos de conceder bênção (Varada) com as mãos direitas e segura um livro (Pustaka) e faz o gesto de dissipar o medo (Abhaya) com suas mãos esquerdas.

1:82-83 Pīṭha Śaktis Mantras: Depois de meditar em Sarasvatī, o devoto dever realizar a adoração das divindades do pedestal. Vejas Ślokas 50-55 mencionado anteriormente. Ele deve adorar (também) as Pīṭha Śaktis (poderes do pedestal) junto com Sarasvatī (no pericarpo, centro). As Pīṭha Śaktis são: (1) Medhā, (2) Prajñā, (3) Prabhā, (4) Vidyā, (5) Śrī, (6) Dhṛti, (7) Smṛti, (8) Buddhi e (9) Vidyeśvarī (Sarasvatī).

Mantras do pedestal dos Ślokas 50-55 seguidos dos mantras das Pīṭha Śaktis: oṁ medhāyai namaḥ || oṁ prajñe namaḥ || oṁ prabhāyai namaḥ || oṁ vidyāyai namaḥ || oṁ śriye (ou śriyai) namaḥ || oṁ dhṛtaye (ou dhṛtyai) namaḥ || oṁ smṛtaye (ou smṛtyai) namaḥ || oṁ buddhaye (ou buddhyai) namaḥ || oṁ sarasvatyai namaḥ ||

1:84 Pīṭha Mantra: O mantra para a adoração do Ᾱsana é: hasauḥ māṭṛyoga pīṭhāya namaḥ (obediência ao pedestal das letras)

hasauḥ māṭṛyoga pīṭhāya namaḥ || 

1:85 Ᾱvaraṇa Pūjā: Por meio do Mūla Mantra (oṁ sarasvatyai namaḥ) a forma física (da divindade) deve ser concebida na mente e o devoto deve adorar a Deusa a partir disto. No primeiro Ᾱvaraṇa (recinto) os membros (aṅgas) devem ser adorados; e no segundo Ᾱvaraṇa ele deve adorar as vogais (svaras).

1:86-87 Ᾱvaraṇa Pūjā: No terceiro Ᾱvaraṇa ele deve adorar os dois conjuntos de letras (A-KṢA). No quarto Ᾱvaraṇa, ele deve adorar o conjunto das palatais (CA-ÑA) e as Varga Śaktis, a saber (1) Vyāpinī; (2) Pāvani; (3) Kledini; (4) Dhāriṇi; (5) Mālini; (6) Haṁsini; e (7) Śaṅkhini. No quinto Ᾱvaraṇa ele deve adorar as oito Mães (Brāhmī e terminando com Mahālakṣmī). Veja Ślokas 62-65.

1:88 Ᾱvaraṇa Pūjā: No sexto Ᾱvaraṇa, os deuses Śakra (Indra) e os outros Dikpālas devem ser adorados. E no sétimo Ᾱvaraṇa os Vajras (armas dos Dikpālas) devem ser adorados. Depois da adoração das deusas e dos deuses desse modo, ele deve realizar Nyāsa das letras em seu próprio corpo. Veja os versos (66-68).

1:89 Svara Nyāsa: O Nyāsa das vogais é na testa (Lalāṭa), na parte circular do rosto (Mukhavṛta), nos olhos (Netra), ouvidos (Karna), narinas (Nāsāpuṭa), bochechas (Gaṇḍasthala), lábios (Oṣṭha), raiz dos dentes (Danta), cabeça (Śira) e boca (Mukha).

oṁ aṁ namaḥ lalāṭe (testa) || oṁ āṁ namaḥ mukhavrutte (parte circular do rosto) || oṁ iṁ namaḥ dakṣanetre (olho direito) || oṁ īṁ namaḥ vāmanetre (olho esquerdo) || oṁ uṁ namaḥ dakṣakarṇe (ouvido direito) || oṁ ūṁ namaḥ vāmakarṇe (ouvido esquerdo) || oṁ ṛṁ namaḥ dakṣanāsāpuṭe (narina direita) || oṁ ṝṁ namaḥ vāmanāsāpuṭe (ouvido esquerdo) || oṁ ḷṛṁ namaḥ dakṣagaṇḍe (bochecha direita) || oṁ ḷṝ namaḥ vāmagaṇḍe (bochecha esquerda) || oṁ eṁ namaḥ ūrdhvoṣṭhe (lábio superior) || oṁ aiṁ namaḥ adharoṣṭhe (lábio inferior) || oṁ oṁ namaḥ urdhvadantapaṅktau (dente superior) || oṁ auṁ namaḥ adhaḥdantapaṅktau (dente inferior) || oṁ aṁ namaḥ mūrdhni (cabeça) || oṁ aḥ namaḥ mukhe (boca) ||

1:90-92 – Sṛṣṭi Nyāsa (Nyāsa da Criação): O inteligente devoto deve realizar o Nyāsa das guturais (KA) e das palatais (CA) nas juntas e nos pontas de ambos os braços. As cerebrais (ṬA) e dentais (TA) devem ser utilizadas como Nyāsas naquelas partes das pernas. As labiais (PA) devem ser utilizadas como Nyāsa nos dois lados, costas, umbigo e barriga. As semi-vogais devem ser utilizadas para Nyāsa no coração, dois ombros e na nuca. As seis letras iniciando com (ŚA) devem ser utilizadas para o Nyāsa no espaço entre o coração e as pontas dos dois pés, assim como na barriga e na boca. Isto é chamado Sṛṣṭi Nyāsa, o Nyāsa da Criação. Depois de concluir esta parte, o devoto deve realizar Sthiti Nyāsa (O Nyāsa da Sustentação, Defesa, Proteção).

LADO DIREITO: oṁ kaṁ namaḥ dakṣa bāhumūle (raiz do braço) || oṁ khaṁ namaḥ dakṣa bahukūrpare (cotovelo) || oṁ gaṁ namaḥ dakṣa bāhymaṇibandhe (punho) || oṁ ghaṁ namaḥ dakṣa bāhuhastāṅgulimūle (raiz dos dedos da mão) || oṁ ṅaṁ namaḥ dakṣa bāhavaṅgulyagre (pontas dos dedos da mão) ||

LADO ESQUERDO: oṁ caṁ namaḥ vāma bāhumūle || oṁ chaṁ namaḥ vāma bahukūrpare || oṁ jaṁ namaḥ vāma bāhymaṇibandhe || oṁ jhaṁ vāma bāhuhastāṅgulimūle || oṁ ñaṁ namaḥ vāma bāhavaṅgulyagre ||

LADO DIREITO: oṁ ṭaṁ namaḥ dakṣaṇapādamūle (raiz do pé) || oṁ ṭhaṁ namaḥ dakṣa papādajānūni (pé) || oṁ ḍaṁ namaḥ dakṣaṇagulphe (tornozelo) || ḍhaṁ namaḥ dakṣiṇapādāṅgulimūle (raiz dos dedos do pé) || ṇaṁ namaḥ dakṣaṇa pādāṅgulyagre (pontas dos dedos do pé) ||

LADO ESQUERDO: oṁ taṁ namaḥ vāmapādamūle || oṁ thaṁ namaḥ vāmapādajānūli || oṁ daṁ namaḥ vāmapādagulphe || oṁ dhaṁ namaḥ vāmapādāṅgulimūle || oṁ naṁ namaḥ vāmapādāṅgulyagre ||

RESTANTE DO CORPO: oṁ paṁ namaḥ dakṣiṇapārśve (costelas direitas || oṁ phaṁ namaḥ vāmapārśve (costelas esquerdas) || oṁ baṁ namaḥ pṛṣṭhe (costas) || oṁ bhaṁ namaḥ nābhau (umbigo) || oṁ maṁ namaḥ udare (barriga) || oṁ yaṁ tvagātmane namaḥ hṛdi (coração) || oṁ raṁ asṛgātmane namaḥ dakṣāṁse (xxxx) || laṁ māṁsātmane namaḥ kakudi (xxxx) || oṁ vaṁ medasātmane namaḥ vāmāse (xxxx) || oṁ śaṁ āsthyātmane namaḥ hṛdayādi dakṣahastāntam (xxxx) || oṁ ṣaṁ majjātmane namaḥ hṛdayādi dakṣapādāntam (xxxx) oṁ saṁ śukrātmane namaḥ hṛdayādi dakṣapādāntam (xxxx) || oṁ haṁ ātmane namaḥ hṛdayādi vāma pādāntam (xxxx) || oṁ ḷaṁ paramātmane namaḥ jaṭhare (do coração à barriga) || oṁ kṣaṁ prāṇātmane namaḥ mukhe (do coração à boca) ||

1:93-95 Sthiti Nyāsa (Sustentação, defesa, proteção): O sábio e a métrica são como mencionados anteriormente (versos 79-80). A deidade é Viśvapālinī. O devoto deve meditar na deusa sentada no colo do seu amante. Sua mente não deve pensar em mais nada. Śiva (o Senhor auspicioso) deve ser meditado como carregando a deusa do discurso em cuja mão esquerda está a Vidyā e na direita uma Mālā. O auspicioso Senhor segura o cervo e Vidyā nas suas mãos esquerdas e faz o gesto de bênção e o segura o Akṣa Sūtra (um cordão de rosário) com as mãos direitas. Depois de meditar, ele deve fazer Nyāsa das letras começando com Ḍa nos membros, iniciando com o tornozelo esquerdo e terminando com o joelho direito. Isto é chamado Sthiti Nyāsa.

oṁ asya śrī sthiti mātṛkā nyāsa mantrasya brahmā ṛṣiḥ gāyatrī chandaḥ viśvapālinī devatā halo bījaṁ svarā śaktiḥ aṁ-kṣaṁ kīlakaṁ mamābhīṣṭasiddyarthe viniyogaḥ || (verso 93)

ḍaṁ namaḥ dakṣiṇa gulphe || ḍhaṁ namaḥ dakṣa pādāṅgulimūle || ṇaṁ namaḥ dakṣiṇa pādāṅgulyagre || ṭaṁ namaḥ vāmapādamūle || thaṁ namaḥ vāmapādajānūli || (verso 95)

1:96 Saṁhāra Nyāsa (Aniquilação): O sábio e a métrica são como mencionados anteriormente. A divindade é Śāradā, a destruidora dos inimigos.

oṁ asya śrī saṁhāra mātṛkā nyāsa mantrasya brahmā ṛṣiḥ gāyatrī chandaḥ śatru saṁhariṇī śāradā devatā halo bījaṁ svarā śaktiḥ aṁ-kṣaṁ kīlakaṁ mamābhīṣṭasiddyarthe viniyogaḥ || (verso 96)

1:97 Sarasvatī Dhyāna Śloka: Eu recorro à deusa do discurso que tem três olhos e está enfeitada pela Lua Crescente na cabeça, que se abaixa por causa dos seios, que está sentada sobre um lótus vermelho e que segura um cervo e a Vidyā nas suas mãos esquerdas e segura uma Mālā (Akṣasrak) e um machado (Taṅka) nas mãos direitas.

1:98 Sṛṣṭi Nyāsa (Nyāsa da Criação) inverso: Depois de realizar o Dhyāna assim, ele deve realizar Nyāsa iniciando com KṢA e terminando com A, ou seja, na ordem inversa. No Sṛṣṭi Nyāsa as letras terminam com Visarga e no Sthiti Nyāsa terminam com Visarga e com Anusvāra.

1:99 No Saṁhāra Nyāsa eles terminam com Anusvāra. Na matéria sobre adoração dos Aṅgas, tudo é como antes. As letras são envolvidas com o Tāra Bīja (auṁ) e terminam com namaḥ.

1:100 Depois do Saṁhāra Nyāsa o devoto deve realizar uma vez mais o Sṛṣṭi Nyāsa e o Sthiti Nyāsa cuidadosamente. Outros Nyāsas do Mātṛkā são mencionados no Pūjā Taraṅga.

1:101-102 As injunções relacionadas ao Mantra Snāna (banho ritualístico) e outras coisas são mencionados por mim. O devoto deve propiciar Bhāratī desta forma e ele realiza a eficácia dos Mantras desejados. Viṣṇu, Śiva, Gaṇeśa, Arka (Sol) e Durgā, estas cinco divindades, devem ser propiciadas por quem deseja alcançar a liberação através dos respectivos Mantras da forma mencionada.

1:103 Puraścaraṇa: No início o devoto escolhe um local apropriado para o Puraścaraṇa, tal como um centro sagrado, um local isolado etc. Isto é para a segurança de obter a divindade favoravelmente disposta.

1:104 Puraścaraṇa: Ele deve separar o espaço em nove figuras retilíneas e deve escrever os sete conjuntos de letras, bem como LA e KṢA nas figuras iniciando com o Leste com as vogais no centro.



1:105 Puraścaraṇa: O devoto deve sentar naquela direção (da vogal ou consoante que começa o mantra) e realizar Japa. Ele não deve se sentar em qualquer outro ponto que não aquela direção da letra inicial, pois isso produz miséria (queda na realização do Puraścaraṇa).

1:106 Puraścaraṇa: Ele deve realizar Japa em uma voz baixa ou mentalmente. Ele deve comer somente Haviṣya (arroz misturado com ghee) à noite. Ele deve tomar três banhos por dia. Banho de óleo é proibido.

1:107 Puraścaraṇa: No momento do Japa, o devoto deve evitar excitação, ociosidade, cuspir, raiva, alongamento de pernas, conversação com outros e vendo pessoas despreocupadas.

1:108 Puraścaraṇa: Um devoto aspirante deve sempre evitar conversa íntima com mulheres e śūdras, censurar os outros, mastigar folhas de betel, dormir durante o dia, aceitar doações em dinheiro, dançar, música e desonestidade em seu comportamento.

1:109 Puraścaraṇa: Ele deve aderir estritamente a todos esses, ou seja, dormir no chão puro, celibato, adoração da divindade três vezes por dia, adoração especial nas ocasiões especiais, recitação de hinos da divindade e fé.

1:110 Puraścaraṇa: Todos os dias ele deve repetir os nomes (Japa Mantra) pelo mesmo número de vezes, nem menos e nem mais. Depois de concluir o Japa, ele deve realizar Homa por um décimo do número de Japas.

1:111-113 Homa: Os artigos a serem utilizados em Homa são aqueles mencionados nos respectivos textos Kalpas (Códigos e Ritualísticas Cerimoniais). Por meio do Mūla Mantra (da divindade adorada), o devoto deve realizar Prāṇāyāma e Ṣaḍaṅga. Ele deve, em seguida, consagrar o Pīṭha de sacrifício ou selecionar um local por meio do Mūla Mantra., realizando os quatro ritos chamados (1) Ikṣaṇa (olhando para o Kuṇḍa), (2) Prokṣaṇa (aspergindo o Kuṇḍa), (3) Tāḍana (purificando) e (4) Secana (purificando mais uma vez). O Ikṣaṇa rito é por meio do Mūla Mantra. O Prokṣaṇa rito é por meio do Mantra Astraya Phaṭ. O Tāḍana é feito batendo gentilmente no Kuṇḍa com grama Kuśa. O ritual Secana é feito por meio do punho fechado enquanto recita Huṁ.

1:114 Agni Yantra no Homa: Ele deve desenhar a mística figura do Vahni Yantra (Yantra de Agni) na seguinte ordem: (1) um ponto central; (2) um triângulo invertido; (3) um hexágono por meio de dois outros triângulos entrelaçados; (4) círculo em torno do hexágono; (5) oito pétalas em torno do círculo; (6) um quadrado em torno do círculo (Bhūpura) com todas as quatro portas bem desenhadas. No centro ele deve escrever “oṁ hrīṁ oṁ”

1:115 Pīṭha Devatās: Em seguida, ele deve adorar as divindades do pedestal começando com Maṇḍūka e terminando com Paratattva (versos: 50-55) e, em seguida, as Pīṭha Śaktis, iniciando com Jayā (versos: 58-59). O mantra para o Pīṭha é “oṁ vāgīśī vāgīśvarayoḥ yoga pīṭhātmane namaḥ” (oṁ obediência ao pedestal dos poderes yogicos da deusa e do deus do discurso).

1:116 A adoração de ambos deve ser feira com os Upacāras de oferecimento de incenso etc., com o mantra “oṁ hrīṁ”. No caso do Vaiṣṇava Homa, o mantra a ser usado é “oṁ hrīṁ lakṣmīnārāyaṇābhyāṁ namaḥ” pelo qual eles (o casal) devem ser adorados.

1:117 O fogo do sacrifício deve ser gerado pelo cristal ou por meio de araṇi (atrito). Ou ele pode ser trazido da casa de um brahmin bem versado nas escrituras védicas. O vaso contendo o fogo deve ser coberto com outro vaso e levado até lá (no local do homa).

1:118-120 O vaso contendo o fogo deve ser purificado pelo mantra Astrāya Phaṭ. Ele deve ser aberto com o mantra Huṁ. Em seguida, o devoto profere o Mantra Astrāya Phaṭ e pega um pouco daquele fogo e coloca no canto Sudoeste. Ele se destina a ser parte do Kravyāda (o aspecto carnívoro do fogo). Por meio do mūlamantra ele coloca o vaso do fogo em frente e realiza os quatro ritos consagratórios. A aspersão é feia com uma mínima quantidade de água. Ele deve lembrar a identidade do fogo do Ser Absoluto com o fogo gástrico e o fogo em frente dele. Com o Vahni bīja (Raṁ) ele deve infundir vida com consciência.

Purificação: phaṭ ||

Aspersão: huṁ ||

Prāṇapratiṣṭhāpana: raṁ ||

Saudação ao aspecto do fogo comedor de carne: (Mūla mantra) || hūṁ phaṭ kravyādebhyaḥ svāhā ||

1:121 Então o devoto desperta o mantra se dirigindo ao fogo por meio de Oṁ, proferindo o Sudhā bīja (Vaṁ) e mostrando Dhenu Mudrā para o objetivo do Amṛtīkaraṇa (conversão do fogo em néctar).

Purificação com Dhenu Mudrā: oṁ vaṁ ||

1:122 Fazendo Avaguṇṭhana Mudrā e proferindo o bīja Huṁ ele protege e oculta o fogo. Em seguida, ele repete Oṁ e leva este fogo para o Pīṭha de sacrifício em um movimento rápido.

Proteção com Avaguṇṭhana Mudrā: huṁ ||

Acendendo o fogo: oṁ ||

1:123-124 Em seguida, ele senta sobre seus joelhos e profere o Mūla Mantra ou o Navārṇa Mantra e coloca o fogo em frente dele mesmo enquanto lembra a deusa assim: Ela segura um lótus azul. Ela tomou banho depois do seu período menstrual. Ela está deitada em um sofá e está sendo apreciada pelo senhor. O devoto deve colocar o fogo em nas partes privadas da devī como se fosse o sêmen do senhor.

1:125 O Navārṇa Mantra (de 9 sílabas) para a cerimonia de acender o fogo no kuṇḍa é: hrūṁ vahni caitanyāya namaḥ (obediência à consciência do fogo, hrūṁ).

Levando o fogo ao kuṇḍa: oṁ || hrūṁ vahni caitanyāya namaḥ ||

1:126 O devoto então oferece ācamana à deusa e ao deus e, em seguida, acende o fogo proferindo o mantra de 24 sílabas.

1:127 Om mantra de 24 sílabas é; citpiṅgala hana hana daha daha paca paca sarva jñājñāpaya svāhā (cada sílaba tem uma vogal).

Acendendo o fogo: citpiṅgala hana hana daha daha paca paca sarva jñājñāpaya svāhā ||

1:128 O devoto mostra Jvālinī Mudrā levantando e juntando as palmas das mãos em veneração. Em seguida, ele profere o mantra na forma de um verso e faz obediência ao fogo.

Jvālinī Mudrā: as laterais das mãos (dos cantos dos dedos mindinhos) ficam unidas e os dedos mínimos e anelares das duas mãos são unidos e juntos apontam para cima enquanto os outros ficam espalhados, formando, assim, sete pontas que irão representar as sete línguas de fogo.

1:129 Eu adoro o bem acendido fogo de coloração dourada. Ele é chamado Jātaveda, Hutāśana e Viśvatomukha. Ele está livre de impurezas. Este é o mantra e sua pronúncia em sânscrito é:

Mantra de adoração do Fogo: oṁ agni prajvalitaṁ vande jātavedaṁ hutāśanam | suvarṇavarṇamamalaṁ samiddhaṁ viśvatomukham ||

1:130-131 O devoto então realiza o Nyāsa de Agni Mantra. Ele usa o mantra de 26 sílabas: vaiśvāra jātaveda ihāvaha lohitākṣa sarvakarmāṇi sādhaya svāhā (Oh, Olhos Avermelhados, Vaiśvāra e Jātaveda, venha aqui e realize todas as tarefas).

1:132 O sábio deste mantra é Bhṛgu. A métrica é Gāyatrī. A divindade é o fogo (Agni). O bīja é Raṁ. A Śakti é Svāhā. E a aplicação (Viniyoga) é para a ação do sacrifício.

1:133 As línguas do fogo, juntamente com seus bījas, devem ser utilizadas para os nyāsas no pênis, ânus, cabeça, rosto, nariz, olhos e sobre todo o corpo (nesta ordem). Elas devem ser utilizadas no caso dativo e com a palavra “namaḥ” no final.

1:134 As sete línguas de fogo são – Hiraṇyā, Gaganā, Raktā, Kṛṣṇā, Suprabhā, Bahurūpā e Atiriktā.

1:135 Os bījas das sete línguas de fogo são – sryūṁ, ṣryūṁ, śryūṁ, vryūṁ, lryūṁ, rryūṁ e yryūṁ.


..... CONTINUA ...




Análise dos Capítulos

 

ANÁLISE DOS CAPÍTULOS

O trabalho está dividido em 25 Taraṅgas (ondas) e contém completamente mais do que 3.300 Ślokas. O comentarista Naukā dá os mesmos nomes de alguns Taraṅgas, mas omite em muitos. Os Capítulos onde os nomes estão claros, são como se segue: Taraṅga 1 – Bhūta Śuddhyādi Kathanam. Taraṅga 2 – Gaṇeśa Mantra Kathanam. Taraṅga 7 – Yakṣiṇyādi Kathanam. Taraṅga 8 – Bālā Śyāmā Nirūpaṇam. Taraṅga 9 – Annapūrṇādi Nirūpaṇam. Taraṅga 10 – Bagalādi Nirūpaṇam. Taraṅga 12 – Sundarī Pūjana. Taraṅga 14 – Viṣṇu Mantra Kīrtanam. Taraṅga 15 – Sūryādi Mantra Nirūpaṇam. Taraṅga 16 – Śivādi Mantra Kathanam. Taraṅga 17 – Kārtavīryārjuna Mantra Nirūpaṇam. Taraṅga 19 – Tāmracūḍa Kārtavīrya Sūrya Mantrādi Nirūpaṇam. Taraṅga 20 – Yantra Mantrādi Kathanam. Taraṅga 22 – Devārcā Nirūpaṇam. Taraṅga 23 – Damana Pavitrārcana Nirūpaṇam. Taraṅga 24 – Mantra Śodhanam. Taraṅga 25 – Ṣaṭ Karma Nirūpaṇam.

Primeiro Taraṅga. Este possui cerca de 200 Ślokas em seu capítulo. Todos os detalhes preliminares relacionados aos Japa Mantras e adoração das divindades foram dados aqui. Alguns Mantras especiais também são dados. Termos técnicos tais como o Ṛṣyādi Nyāsa, Pīṭha Nyāsa, Prāṇa Pratiṣṭhā, Mātṛkā Nyāsa etc, foram explicados aqui. Os rituais purificatórios, Tarpaṇa, Ābhiṣeka etc., foram explicados. Os Bīja Mantras são explicados nos comentários como por exemplo – Vāyu Bīja é Yaṁ; Sudhā Bīja é Vaṁ; Nabho Bīja é Haṁ; Vahni Bīja é Raṁ; Bhū Bīja é Laṁ; Māyā Bīja é Hrīṁ; e Pāśa Bīja é Ᾱṁ.

 Menção particular deve ser feita à seção de comentários que lança luz sobre os vários tópicos abstratos, embora os comentários, por si só, sejam muito resumidos. Os Ślokas 103-105 se referem ao processo de selecionar o local para o Puraścaraṇa. O comentarista remove algumas dúvidas que surgem com a leitura do texto.

Segundo Taraṅga. Os 135 Ślokas desse capítulo explicam sobre os vários mantras de Gaṇeśa. Diferentes aspectos e formas de Gaṇeśa foram mencionados, tais como Ucchiṣṭa Gaṇapati, Śakti Vināyaka, Lakṣmī Vināyaka Trailokya Mohana Gaṇeśa e Haridrā Gaṇapati. Mantras variando no número de suas sílabas foram mencionados para discussão e explicados formidavelmente. As nove Pīṭha Śaktis de Gaṇapati foram mencionadas, ou seja, Tīvra, Cālini, Nandā, Bhogadā, Kāmarūpiṇī, Ugrā, Tejovatī, Satyā e Vighnaṇāśinī. As outras oito Śaktis são então mencionadas. Elas são Vidyā, Vidhātrī, Bhogadā, Vighnaghātini, Nidhipradīpā, Pāpaghnī, Puṇyā e Śaśiprabhā. Os Kāmya Prayogas são elaborados e os benefícios acumulados são remoção de pobreza, aquisição de grande riqueza etc. Certos Dhyāna Ślokas são das mais elevadas qualidade literária. Ao mesmo tempo também se admira algumas descrições muito vulgares também (Śloka 61). Provavelmente em seu excesso de devoção o aspirante esquece todo o resto. Enquanto explica o Trailokya Mohana Gaṇeśa Mantra, as seguintes Śaktis são mencionadas, a saber: Vāmā, Jyeṣṭhā, Raudrī, Kālakāli, Balavikaraṇi, Balapramathini, Sarvabhūtadamanī e Manonmanῑ. A referência para o Gaṇeśa Pūjana Yantra é de especial significado neste Taraṅga.

Terceiro Taraṅga. Consistindo somente de 75 Ślokas, este é o Taraṅga mais curto. O próprio śloka de abertura é altamente notável. Como explicado neste śloka, o capítulo lida com os Mantras de Kālī que concede fluência no discurso imediatamente. As Pīṭha Śaktis são chamadas Jayā, Vijayā, Ajitā, Aparājitā, Nityā, Vilāsinī, Dogdharī, Aghorā e Maṅgalā. A adoração é descrita elaboradamente com os nomes de várias outras deusas. Um Yantra especial também é descrito. Todos os bem conhecidos rituais Śāktas (Ślokas 23-35) são indicados. Alguns deles podem não ser para os nossos gostos refinados, mas mesmo assim podem ter um interesse acadêmico naqueles ritos também. O Dhyāna Śloka (Śloka 54) da deusa Sumukhī tem uma doçura literária. Os Ślokas 61-63) mencionam alguns rituais horríveis de oferecimento no fogo, tais como oferecimentos de gato, bode etc., de animais recentemente mortos (bali).

Quarto Taraṅga. Este contém 124 Ślokas e descreve os rituais da deusa Tārā, Ekajaṭā etc. O Tārādhāraṇa Yantra é a característica notável neste Taraṅga. A reivindicação em relação aos vários ritos é explicada nos últimos dois Ślokas, como se segue:

kiṁ bhūriṇā ṇrnāmetadvānchitāṁ śyccoati riyam |

kavitaṁ rājamānaṁ ca kīrtimāyurarogitām ||

naiva tārasamā kāciddevatā sarva siddhidā |

kalau yuge tato gopyā vancchitām siddhimīpsunā ||

Habilidade para compor poemas, honra na corte de um rei. Fama, longevidade e liberdade de doenças, todos esses podem ser adquiridos pelo favor desta Divindade Tārā.

Quinto Taraṅga. Este Taraṅga possui 95 Ślokas e contém os Mantras de Tārā, Ekajaṭā, Nīla Sarasvatī e Vidyārājñī. O Pūjā Yantra do último é uma notável característica com figuras de oito, dezesseis, trinta e duas e sessenta e quatro pétalas. As 64 super poderosas Śaktis são adoradas nas 64 pétalas. Os nomes de todas essas Śaktis são mencionadas. Os nomes indicam a natureza do poder que elas concedem. Outras Śaktis também são nomeadas e têm de ser adoradas dentro das 32 pétalas e das 16 pétalas. As oito Sarasvatīs devem ser adoradas nas 8 pétalas como se segue: Vagīśvari (Leste), Citreśvarī (Sudeste), Kulajā (Sul), Kirtināyikā (Sudoeste), Antarīkṣa Sarasvatī (Oeste), Ghaṭa Sarasvatī (Noroeste), Nīla (Norte), Kini Sarasvatī (Nordeste).

Os três tipos de Dhyāna são mencionados nos Ślokas 74-81. Eles são Sṛṣṭi Dhyāna, Sthiti Dhyāna e Saṁhāra Dhyāna. As deusas são meditadas usando, respectivamente, branco, vermelho e roupas pretas com ornamentos adequados àquelas roupas. A deusa tem quatro faces e oito mãos no Sṛṣṭi Dhyāna. Ela segura um kalaśa com água, lótus etc., nelas. No Sthiti Dhyāna ela tem uma única face e quatro mãos segurando uma conta, um colar, um cálice e fazendo o gesto Abhaya (que dissipa o medo) e Varadāna (que concede bênção). No Saṁhāra Dhyāna a deusa tem nove faces e dezoito mãos segurando diversos tipos de armas. O Taraṅga termina com o Śloka:

vidyāṁ saukhyaṁ dhanaṁ puṣṭiṁ āyuḥ kirtiṁ balaṁ striyaḥ |

rūpaṁ kamayamānena tarā sevya nirantaram ||

Os Ślokas 89-90 contêm as reivindicações desafiadoras que se o Mantra for repetido com as mãos nas cabeças de dois garotos de oito anos de idade nascidos de uma família de escolares, eles poderão discursar sobre o Vedāṅta e os tópicos Nyāsas. O autor desafia:

yaḥ kautukī as āścaryaṁ vidyāyāḥ paśyatu dhruvam |

Aquele que está ansioso por testar poderá ver a eficácia maravilhosa deste mantra.

Sexto Taraṅga. Este contém 99 Ślokas. Ele explica os Mantras de várias deusas: Chinnamastā, Reṇukā, Śabarī, Svayamvarā Kalā, Madhumatī, Pramadā, Pramodā e Bandi Devī. Quatro Yantras são descritos neste Taraṅga dos quais Svayamvarā Kalā Yantra merece menção especial. Bandhana Mokṣakāra Yantra também é valioso.

Sétimo Taraṅga. Este Taraṅga lida com Mantras de Vaṭa Yakṣṇi, Mekhalā Yakṣṇi, Viśala Yakṣṇi, Vārtāli (Vārāhi), Dhūmavatī, Karṇa Piśācini, Śītalā, Svapneśvarī, Mātaṅgī, Bāṇeśi e Kāmeśi. Existem 112 Ślokas neste Taraṅga. O Dhyāna Śloka de Vaṭa Yakṣṇi possui uma beleza literária:

aruṇa candana vastra vibhūṣitāṁ sajala toyada tulya tanurucam |

smara shurangadṛṣaṁ vaṭa yakṣṇiṁ kramuka nāga latā dalayukkarām ||

A deusa Vārtāli ou Vārāhi é adorada como Śatrughātinī (destruidora de inimigos). Este é um ritual Māraṇa com o objetivo de destruir os inimigos. Os quatro Yantras de Vaṭa Yakṣṇi, Mātaṅgī, Bāṇeśi e Kāmeśi

Oitavo Taraṅga. Ele contém 144 Ślokas e lida com os Mantras da deusa Bālā e Śyāmā. A tentação oferecida pelo autor logo no primeiro Śloka é extraordinária:

atha bālāṁ pravakṣyāmi mantrī śamsevya yāṁ drutam |

bṛhaspatiḥ kuberaśca jāyate vidyayā dhanaiḥ ||

Por recorrer a Bālā, o devoto pode se tornar um igual a Bṛhaspati em aprendizado e a Kubera em riqueza.

Nos Ślokas 39-42, o autor descreve o produto de vários ingredientes a serem usados para fazer uma marca na testa (tilaka) e alega que o devoto pode atrair todo tipo de pessoas e animais. O Dhyāna Śloka 119 é excelente até mesmo de uma visão literária. Especial menção deve ser dada às 64 yoginīs adoradas nos quatro quadrantes do Ᾱvaraṇa do Pūjana Yantra de Laghuśyāmā.

Nono Taraṅga. Este contém 132 Ślokas. As deusas mencionadas aqui são Annapūrṇā, Gaurī, Jyeṣṭhalakṣmī etc. A adoração da deusa Pratyaṅgirā para objetivo de erradicação de inimigos também é descrito.

Décimo Taraṅga. Este contém 120 Ślokas e lida com os Mantras de Bagalāmukhī, Svapnavārāhī, Vārtāli etc. Quatro Yantras são mencionados para a realização de vários objetivos. Muitos Ślokas de excelentes literaturas podem ser mencionados a partir desse Taraṅga.

Décimo Primeiro Taraṅga. Contém 111 Ślokas e é muito importante. Ele contém explicações detalhadas da adoração de Śrī Vidyā com várias mudrās e Nyāsas. O Nakṣatra Mātṛkā Nyāsa é de grande importância. Śrī Vidyā Pūjana Yantra é extremamente eficaz. Sua adoração está em voga em toda a Índia.

Décimo Segundo Taraṅga. Com 172 Ślokas também é muito importante. Os Parivāras (Comitiva) de Śrī Vidyā são explicados em detalhes. Eles são Kāmeśvarī Bhagamālinī, Nityaklinna, Bheruṇḍā, Vahnivāsini, Mahāvidyeśvarī, Śivadūti, Tvarita, Kulasundari, Nitya, Nīlapatakinī, Vijaya, Sarvamaṅgalā, Jvālāmālinī e Vicitrā. Estas são a Comitiva de Mahā Tripurasundarī (Śrī Vidyā). Várias Śaktis são também explicadas. O comentário lança luz sobre vários tipos de auxiliares de adoração nos Ślokas 153-154.

Décimo Terceiro Taraṅga. Possui 122 Ślokas que lidam com diversos tipos de adoração de Hanumān. Quatro Yantras são explicados, dos quais Hanumāt Dhāraṇa Yantra é extremamente importante (Ślokas 46-53). O comentário dá o Mūla Mantra de mais de 500 sílabas (utilizados no Yantra da capa deste livro). É um bom exemplo de uma prosa com requintada dicção.

Décimo Quarto Taraṅga. Ele contém 130 Ślokas descrevendo os vários Mantras de Viṣṇu. O autor é um bem conhecido devoto de Lakṣmī Nṛsiṁha e o Mantra que atende por esse nome é muito eficaz. Vários Dhyāna Ślokas são importantes em suas recitações até mesmo para apreciação literária.

Décimo Quinto Taraṅga. Possui 109 Ślokas que lidam com os Mantras de Sūrya, Maṅgala, Bṛhaspati e Śukra, ou Sol, Marte, Júpiter e Vênus, respectivamente.

Décimo Sexto Taraṅga. Contém 136 versos. O Mahāmṛtyuñjaya Mantra é extremamente importante. Ele também explica os Mantras de Gaṅgā, Maṇikarṇikā, Rudra e Kubera Devatās. O Rudrapūjana Yantra é para ser reverenciado por todos aqueles que buscam por todos os lados prosperidade. A característica notável nessa adoração é a utilização dos Mantras do Yajur Veda para fazer Nyāsa.

Décimo Sétimo Taraṅga. Possui 117 versos que lidam com os Mantras de Kārtavīryārjuna que é famoso por ser a encarnação do disco (Cakra) de Viṣṇu, ou seja, também chamado Sudarśana. Os dois Yantras utilizados para a realização de vários desejos são notáveis em menção.

Décimo Oitavo Taraṅga. Ele contém 212 Ślokas e é o mais longo dos Taraṅgas. Ele é extremamente importante porque fala do Caṇḍī Pāṭhaḥ, dos rituais Śata Caṇḍī etc., muito populares até mesmo entre os devotos. Ele também menciona alguns rituais agressivo, tais como Mohana, Uccāṭana, Māraṇa etc., que são explicados como auxiliares na adoração da deusa.

Décimo Nono Taraṅga. Contém 149 versos. Ele lida com os Mantras de Caraṇāyudha, Sastṛ (adorada como Ayyappa em Kerala), Sadaśiva, Pinākin, Mahādeva, Hara etc.

Vigésimo Taraṅga. Possui 131 Ślokas de grande importância para o devoto, assim como para o pesquisador que deseja estudar sobre as práticas dos cultos da Idade Média. Vários tipos de Yantras e modos de utilizá-los para o objetivo de realização de muitos desejos mundanos como explicado aqui em detalhes. Mais do que 25 Yantras foram detalhados. Especialmente digno de notas são:  Dhanika Vaśyakara (45-49), Yāvajjīvanavaśyakara (57-64), Pativaśyakara (74-79), Māraṇa Yantra (96-100) e Sarvaṇākarṣaṇabhairava (122-131).

Vigésimo Primeiro Taraṅga. Este contém 170 Ślokas. Ele lida com a técnica da realização da adoração diária, banho ritualístico, aplicação de Tilaka, Gāyatrī Mantra etc.

Vigésimo Segundo Taraṅga. De 179 Ślokas, contém análise detalhada e explicações sobre os rituais sagrados restantes, Mudrās, Arghya, Puṣpāñjali etc.

Vigésimo Terceiro Taraṅga. Contém 100 Ślokas que lidam com a adoração ritualística com flores Damana etc., e tópicos semelhantes.

Vigésimo Quarto Taraṅga. Possui 131 Ślokas e fala do Mantra Śodhana, como mencionado anteriormente.

Vigésimo Quinto Taraṅga. Com 132 Ślokas, esse Taraṅga lida com os Ṣaṭkarmas, ou seja, Śānti, Vaśya, Stambhana, Dveṣa, Uccāṭana e Mārana.

Assim é obvio que o trabalho é enciclopédico e requer um cuidadoso estudo a partir do ponto de vista religioso, assim como daquele de um pesquisador escolar acadêmico.

No último Taraṅga o autor dá alguns detalhes pessoais nos versos 121-125. Entendemos que ele pertenceu ao Vatsa Gotra. Seu avô foi Katnākara e seu pai foi Phānu Bhaṭṭa. Ele renunciou ao mundo considerando-o insignificante. Ele foi para Vārāṇasi para adorar Nṛsiṁha. Ele teve um filho chamado Kalyāna. Muitos escolares pediram a ele para coletar junto todos os pontos relevantes relacionados aos Mantras e compilar um único livro. Nosso Mantra Mahodadhi é o resultado.

Em algumas poucas palavras finais sobre a tradução. Tentamos ser o mais fiel possível ao original de acordo com nossa capacidade. Errar é humano, e erra nesta difícil arena é igualmente se não mais humano. Ansiamos pela indulgencia dos escolares eruditos e para nos aconselhar apontando nossos erros, se houver. Os trabalhos disponíveis agora em impressos, não demoram a elucidar o tema obscuro de forma adequada. Centenas de erros de impressão e deslizes editoriais minimizam a utilidade de muitos deles. Tivemos que ler os versos e passagens em prosa com muito cuidado antes de traduzi-los. Mesmo assim, muitos lugares foram considerados desconcertantes. Esperamos que, com a cooperação de homens eruditos, esses erros possam ser retificados na próxima edição.

 

Conselho de Estudiosos

Delhi, 1984